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6 de novembro de 2018

Is this real life? Filme do Queen, Bohemian Rhapsody, finalmente chega aos cinemas

Foto: Divulgação

Fomos convidados pela Fox Film para a exibição do filme Bohemian Rhapsody no cinema do shopping Bourbon, em São Paulo. Valeu, Fox! Em imagem e som iMax, assistir o Queen tornou-se uma experiência completamente especial, portanto, permita-se um ingresso um pouco mais caro que vale a pena.

Se você é fã do Queen e de Freddie Mercury, talvez se surpreenda com o filme. A história é contada de forma bem mais suave do que de fato a vida do vocalista foi e, além disso, alguns fatos históricos foram contados de forma diferente no filme, como por exemplo a criação da música "We Will Rock You" com um Freddie já de bigode. Entretanto, Brian May e Roger Taylor, respectivamente guitarrista e baterista da banda, foram produtores do filme e isto pode ser considerado como uma licença poética. Portanto, assista com o coração leve.

O filme começa como uma história do Queen, transforma-se em uma história de Freddie, para então terminar com a banda novamente. Dessa forma, não vemos a decadência de fato do Freddie, ou seja, a sua vida desregrada que o levou à sua ruína física, mas sim como um ser humano, falho, com acidentes de percurso influenciados por pessoas ruins ao redor do cantor. 

Dito isto, a fanfarra da Fox, tocada por uma guitarra e sintetizadores, dá o tom para as próximas duas horas e quatorze minutos. A filmagem continua e mostra Freddie, em sua casa e cercado por seus gatos, em sua caminhada até o palco do Live Aid.

O filme mostra o começo do Queen, a banda Smile, passando pelo primeiro contrato para um álbum e até mesmo uma gravação para a emissora de televisão BBC. Após algumas cenas de shows e da criação de "Bohemian Rhapsody" (aqui, os membros da banda discutem sobre como sentem a necessidade de atingir todos os públicos com sua música e, por que não, utilizar ópera para isso), é normal se questionar quem está de fato cantando. Eis que Rami Malek, ator que interpreta Freddie Mercury no filme, de fato canta, mas não o tempo todo e, principalmente, não sozinho. A maioria das partes cantadas do filme é de gravações da própria banda ou até mesmo de Marc Martel, um canadense cuja voz é praticamente idêntica a do vocalista.

Mary Austin, o grande amor da vida de Freddie, aparece durante todo o filme. Há uma cena que mostra parte do show do Rock in Rio e a multidão cantando "Love of My Life" - música composta por ele, para ela. Neste momento, ela questiona Freddie sobre sua sexualidade que, até então, no filme, estava implícita nos olhares entre os homens e com um beijo rápido entre Freddie e Paul Prenter.

Paul Prenter, inclusive, tornou-se o antagonista da história. Ele é o pivô da separação da banda e do afastamento de Mary, além de estar sempre por perto nas festas e aparentes orgias regadas a sexo e drogas do cantor.

A menção às drogas em si é bem sutil; mostra rapidamente a cocaína em cantos das cenas e mencionam a Freddie que ele está viciado, mas o nome das drogas não é dito. A famosa festa que Mercury deu em sua mansão é mostrada, inclusive, de uma forma bem mais leve do que de fato dizem ter acontecido.

"Toda a escuridão que deixei pra trás volta sorrateira", diz Freddie ao perceber que afastou a banda e Mary de si. Paul Prenter, nesse momento do filme, é demitido, e "Under Pressure" (música feita em parceria com David Bowie) toca ao fundo da cena, enquanto Mercury anda na chuva na direção contrária a de sua casa. 

A banda se reúne novamente para tocar no Live Aid. Nesse período no filme, o diagnóstico da AIDS é feito de forma bem sutil, por meio de uma conversa entre o médico e Freddie. No filme, ele conta aos demais membros da banda sobre sua doença enquanto estão ensaiando para o Live Aid. Na vida real não se tem muita certeza quando isto ocorreu - e as pessoas próximas a ele também nunca divulgaram esta informação. 

Foto: Divulgação / Facebook Oficial

Chega o tão esperado dia do Live Aid. Vemos Bob Geldof, idealizador do evento, falando ao público sobre a importância de doar para a causa. Este é o momento do filme que mais dá frio na barriga e tensão pelas cenas a seguir. A filmagem aérea é arrepiante e parece que se está dentro do estádio, na hora do show, com milhares de pessoas ao seu redor. Talvez pela diferença sutil da qualidade de imagem nessa hora, ou até mesmo pela imagem projetada pela emoção, as filmagens distantes do palco parecem ser do próprio Queen, e não de atores, ali protagonizando uma das maiores bandas de todos os tempos.

Temos o gostinho de assistir o Queen no Live Aid, para muitos um dos shows mais icônicos da banda. O filme termina assim, com um pequeno texto sobre a data de morte de Freddie, que viveu com Jim até o fim de sua vida, e sobre a fundação que leva seu nome e que ajuda pessoas que sofrem com a AIDS, e com lágrimas nos olhos da sala de cinema. 

Porém, mais do que isso, o filme termina com uma sensação saudosa e emocionante sobre uma banda, um homem, e suas vidas. E é isto que o filme quer passar; um Freddie Mercury bem menos "sexo, drogas e rock n' roll" e mais subjetivo, leve e ingênuo. Talvez esta seja a imagem que os demais membros da banda, Mary Austin e Jim Sutton tenham dele. Talvez seja melhor assim.



Por: Anna Gabriela Freitas

Agradecimento pelo credenciamento: Paula Muniz - Ketchum  /  Fox Film do Brasil

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