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17 de julho de 2019

Sepulfamily

Foto: Teca Lamboglia

Antes de entrar em estúdio para a gravação do novo álbum, Sepultura faz seu último show em São Paulo.

São poucas vezes em que o Sepultura esteve no Brasil no dia mundial do rock. Dia 12 de julho (quase 13, o show terminou dia 13!), a banda realizou um magnífico concerto de música pesada. São 35 anos de amor ao heavy metal, passando por diversas fases, diversos line ups, mas nunca em hipótese alguma, perdendo a essência da maior banda de metal do Brasil. Existe o antes e depois do SEPULTURA, o grupo que atingiu um sucesso inimaginável para nós do terceiro mundo, e com a garra necessária de músicos que dedicaram suas vidas a essa arte, o Sepultura está no coração de muitos headbangers, como diria o Marcus, vocalista do Claustrofobia.

Foto: Teca Lamboglia

O show aconteceu no Tom Brasil, uma linda casa localizada na zona sul de São Paulo, o público compareceu em ótimo número, muitas famílias, pais e filhas, avôs e netos, casais, e jovens de boca aberta com a performance do quarteto. 

Estavam presentes no evento a banda Torture Squad (Amílcar Christófaro, Rene Simionato, Castor e May Undead). Amílcar (baterista) faz parte do Kisser Clan, o projeto paralelo de Andreas Kisser que também tocaria nessa noite especial, o guitarrista do Sepultura acompanhado do seu filho, Yohan Kisser, e o baixista Gustavo Giglio completam a banda. Se revezando nos vocais, pai e filho fizeram bonito no Brasil e no Tom Brasil.
Para este show em especial, tocaram músicas do Big 4, pra quem não sabe, são os quatro considerados gigantes do Heavy Metal mundial: Metallica, Anthrax, Megadeth e Slayer. 
Andreas Kisser tocou no Anthrax, substituindo Scott Ian em 11 shows pelo mundo. Em homenagem a essas bandas que influenciaram toda uma geração de músicos, em especial o Sepultura e ao Andreas Kisser, o Kisser Clan executou clássicos dessas bandas geniais. 

Circulando pelo Tom Brasil, encontramos com o Alexandre (guitarrista), ex-Claustrofobia, Márcio Maxx, da banda Crucifixion BR, Bento Mello (filho do Branco Mello dos Titãs) e atualmente no Sioux 66, Yuri da banda Surr, entre outros.

Foto: Teca Lamboglia

Após o bom aquecimento do Kisser Clan, onde Amílcar (que levou a sua já conhecida mãe para assistir aos shows), falou para esse jornalista que foi uma verdadeira festa, era a hora do bicho pegar com a banda que fez muito marmanjo descobrir o metal pesado brasileiro.

Sob os acordes da introdução do álbum Beneath The Remains, o Sepultura começou o seu show matador e um setlist de fazer inveja ao Santos de Pelé, ao São Paulo de Raí, ou ao Palmeiras de Ademir da Guia e Evair. Por que estou falando de futebol? Porque antes do Sepultura, o Brasil era menos conhecido com a sua música, é claro, tivemos muitos gênios: Ary Barroso, Tom Jobim, Elis Regina, Chico Buarque, etc, etc, mas os meninos que vieram de Belo Horizonte botaram o Brasil no mapa do metal mundial, e o Brasil agora não era mais só o país do futebol e sim da barulheira!

Foto: Teca Lamboglia

Após executarem os clássicos do disco Beneath the Remains, foram para o álbum Arise, pularam alguns anos até o Kairos, The Mediator, e começaram os maiores anos de glória com Chaos A.D e Roots.

A banda continua imbatível, poucas formações são tão intensas e fazem como se fosse o último show de suas vidas, como essa formação definitiva do Sepultura. Paulo Jr (baixista fundador da banda), Andreas Kisser, Derrick Green (há mais de 20 anos na banda), o vocalista é fundamental para a estabilidade do grupo, e o último a entrar, já está há 8 anos! Um dos maiores bateras do universo, Eloy Casagrande, arrepia até o último fio de cabelo quando esmurra o seu kit de batera.

Foto: Teca Lamboglia

Desculpa aí, Sepultura, mas desde 1995, eu tinha 13/14 anos, quando ouvi o som de vocês pela primeira vez, eu me sinto da SEPULFAMILY.


Setlist:

Arise
Dead Embryonic Cells
Desperate Cry 
Beneath the Remains
Inner Self
Mass Hypnosis
Spectrum
Kairos
Relentless
Trauma of War
The Vatican
Impending Doom
I Am the Enemy
Phantom Self
Resistant Parasites
Slave New World
Territory
Refuse/Resist

Encore:

Ratamahatta
Roots Bloody Roots


Por: Pedro Pellegrino

Agradecimento pelo credenciamento: Miriam Martinez

Fotos gentilmente cedidas por: Teca Lamboglia

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