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28 de abril de 2025

Conexões Inspiradoras em Buena Onda - Vip Station - São Paulo/SP

Foto: Roberio Lima 


Conexões Inspiradoras em Buena Onda - Vip Station - São Paulo/SP - 15 de março de 2025


Por: Roberio Lima

Fotos Roberio Lima


O último dia 15 de março, ficou marcado pela realização do festival Conexões Inspiradoras em Buena Onda; projeto capitaneado pela produtora de shows Xaninho Discos. Como o nome já sugere (me perdoem pelo clichê!), foi um dia especial para estabelecer novas conexões e a oportunidade de buscar por sonoridades mais inspiradoras. Nesse sentido, a curadoria do evento foi certeira ao escalar os suecos do Graveyard e os canadenses do Danko Jones como atrações principais dessa festa. O cast contou também com a pluralidade na escolha das atrações nacionais, onde tivemos; Hammerhead Blues, Space Grease, Naimaculada, Bike, Camarones Orquestra Guitarristica,  Elder Effe e Molho Negro. Precisamos destacar ainda a estrutura e organização, que foram elementos fundamentais para que as apresentações das nove bandas – estrategicamente distribuídas em dois palcos distintos - não tivessem quaisquer contratempos. Inclusive, por absoluta desatenção de minha parte, perdi os shows do Bike e Space Grease, justamente por não perceber que as apresentações do Palco II, aconteceriam em um outro espaço do Vip Station.

Hammerhead Blues foi a primeira banda do dia, e com sua energia habitual, garantiu uma abertura cheia de personalidade. Pouquíssimas pessoas testemunharam a performance do Power trio, mas o que valeu, foi a entrega intensa e um show com muita garra! Os caras estão em plena divulgação do novo álbum  “After the Storm” (2024).

Foto: Roberio Lima 


O Naimaculada veio na sequência, e trouxe ao palco sua proposta ambiciosa, que consiste em uma mistura de rock progressivo, grunge, jazz e Soul music; e nesse caso, preciso registrar que definitivamente o resultado proveniente dessa fusão de estilos não me agradou... 

O Camarones Orquestra da Paraíba, é uma formação bastante conhecida no circuito alternativo. Tendo como figura central Ana Morena (baixo), que com seu sorriso ininterrupto, e altas doses de groove saindo de seu instrumento, cativou o publico e colocou todos para dançar. O som da banda é permeado por referencias regionais - e com a levada e o swing da guitarra do músico Anderson Foca, foi impossível permanecer parado.

Foto: Roberio Lima 


Com o fim do show dos paraibanos, uma parte da audiência se deslocou para o Palco II – que foi montado no subsolo da casa. O Elder Effe já estava  em ação, e com um setlist que variava entre sons novos e mais antigos - os destaques ficaram por conta de canções como;  “Central”, “Motim” e o encerramento com “Rato City” (poucos dias depois, a banda ainda seria um dos “open act” no show do Mudhoney em São Paulo). Pelos motivos que já apresentei no inicio desse texto, vi somente a apresentação do Elder Effe naquele espaço , e posso garantir que foi bem legal! 

Foto: Roberio Lima 


O Molho Negro, foi a última atração nacional da noite a se apresentar no palco principal. Formado em Belém de Pará, o trio despejou no palco um som sujo com guitarras ruidosas, e conseguiram uma interação bastante intensa com o publico. Com influencia descarada das bandas que fizeram história no auge do grunge, os caras mantiveram uma performance caótica do começo ao fim, e ainda com um set reunindo suas principais canções, garantiram uma das melhores aparições do dia. 

Foto: Roberio Lima 


Quando recebi a noticia de que o Danko Jones, seria o co-headliner do festival, confesso que não fiquei muito animado, mas como veremos a seguir, já me adianta em assumir que cometi um enorme equívoco! O trio subiu ao palco disposto a entregar o melhor show da noite, e pasmem, cumpriram a promessa com maestria!! Logo de cara mandaram a emblemática “Guess Who’s Back”, o que provocou uma enorme animação entre os presentes. Danko Jones (vocal/guitarra), instigava o publico a todo momento com seu carisma. Conversava constantemente com a galera do gargarejo, e em certo momento ficou espantando com um rapaz próximo da grade, que estava usando uma camiseta da banda Kix. Com a adrenalina nas alturas, as canções do set, foram sendo apresentadas uma a uma, e a sensação naquele instante, era a mesma de quando escutamos uma boa coletânea em que não há faixas medianas. “Lipstick City”, “First Date” e “Good Time”, foram só algumas das pérolas incluídas no repertório.  Não faltaram também as piadinhas infames por parte do público com relação ao baixista da banda; John Calabrese. Diante de uma performance bastante acalorada do músico, era possível ouvir “calma calabreso!” (bordão criado por um famoso comediante da internet). Tão irritante quanto o já famoso termo “toca Raul!”...Bobagens a parte,  o que realmente importa, é que o trio fez o melhor show da noite! O trio conta ainda com Rich Knox (bateria). Se havia alguma dúvida com relação ao poder de fogo dos caras, se esvaiu por terra. Agora nos resta torcer por um breve retorno da banda ao pais, pois fizeram por merecer!! 


Foto: Roberio Lima 

Foto: Roberio Lima 

Foto: Roberio Lima 


Já havia uma enorme expectativa pelo início do show do Graveyard! Quem esteve em 2019 na apresentação que os caras fizeram no Fabrique Club, teve a chance de testemunhar ‘o show da vida’ naquela ocasião. E não há dúvidas de que muitos daqueles sobreviventes, foram ao Vip Station para reviver um momento histórico e produzir mais memórias inesquecíveis com o retorno dos suecos a São Paulo. Assim que os músicos ocuparam seus lugares no palco, a empolgação desandou de vez. Com o início de “Twice”, canção do disco “6”, (lançado em 2023), com aquela levada setentista, conquistou a audiência de forma natural. Em seguida vieram “Bird of Paradise” e “Cold Love” – duas faixas do álbum “Peace”, lançado em 2018. Eu seria injusto se dissesse que o show não foi bom – longe disso. O show foi muito bom! Principalmente quando revistaram faixas do clássico “Hisingen Blues” (2011), mas a impressão que eu tive, foi que os músicos estavam tocando de forma burocrática (e essa pode ser apenas minha percepção!). Ainda assim, foi um ótimo show! O encerramento se deu com a épica “The Siren” com Joakim Nilsson (guitarra e vocal), arrepiando nos vocais e intensificando a viagem sonora que se construía até ali. Além de Joakim, o Graveyard conta com Jonatan Ramm (guitarra), Truls Mörck (baixo) e Oskar Bergenheim (bateria). O Buena Onda, já se estabelece como um grande feito para a música e para a arte brasileira em geral. Iniciativas como essa, garantem a sobrevivência dos bons sons por muitos anos ainda!!! 

Foto: Roberio Lima 

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Agradecimento a LP Metal Press e Xaninho Discos pelo  credenciamento e Vip Station pela atenção

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