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Foto: Divulgação |
Garrett Russell, do Silent Planet, fala sobre Brasil, emoções e a beleza de não ter todas as respostas
Por: Mayara Abreu
Agradecimento: Tedesco Comunicação e Midia
Entre ideias intensas e uma sensibilidade rara, Garrett Russell, vocalista da banda norte-americana Silent Planet, compartilhou um pouco do que move sua arte em uma conversa exclusiva com o Big Rock N' Roll. Conhecido por suas letras densas, carregadas de referências filosóficas, históricas e existenciais, Garrett é daqueles artistas que vivem a música para além do palco - e fazem questão de refletir sobre o impacto que ela pode ter na vida das pessoas.
Com muita simpatia e atenção a cada palavra, ele falou sobre a conexão com os fãs, o poder da arte como ferramenta de transformação e, claro, sobre a ansiedade para a turnê no Brasil. “É ótimo estar aqui contigo, estou muito, muito animado para ir ao Brasil em breve”, disse ele. A energia de Garrett transparece mesmo em conversas online, e é difícil não se empolgar junto quando ele fala da música como um caminho para unir culturas e provocar questionamentos.
“Trocar certeza por maravilha”
Questionado sobre o que gostaria que os fãs sentissem ao ouvir as músicas do Silent Planet, Garrett respondeu com algo que soa quase como filosofia de vida:
“Se tivesse que resumir tudo, eu diria: trocar certeza por maravilha.”
Ele explicou que suas composições têm o objetivo de acolher as incertezas da vida e encontrar beleza nesse processo. “Abraçar as perguntas, abraçar a maravilha que vem de não ter todas as respostas e encontrar paz com isso. Estar aberto ao que a vida possa ter para nós”, disse.
Essa busca por sentido e questionamento aparece com força nos álbuns da banda, especialmente no mais recente trabalho, SUPERBLOOM.
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Foto: Aaron Marsh |
Superbloom: um mergulho emocional
Lançado em 2023, o disco Superbloom marca um novo momento na trajetória da banda, tanto sonoramente quanto liricamente. “Foi um álbum muito difícil de escrever, porque eu estava lidando com várias coisas pessoais”, contou Garrett.
Ele revelou que muitas faixas do álbum foram escritas a partir de experiências intensas e momentos de dor. “A gente não tenta fingir que tem todas as respostas. Nossas músicas são mais sobre fazer as perguntas certas.”
A profundidade emocional das faixas é um convite para olhar para dentro — e talvez seja isso que faz com que fãs do mundo todo se conectem tão fortemente com a banda.
Músicas favoritas e o peso das palavras
Quando perguntei se ele tinha uma música favorita entre as que já escreveu, Garrett pensou por um instante e respondeu com sinceridade:
“Acho que ‘Depths II’ ainda é uma das minhas favoritas… porque é uma das primeiras onde senti que disse algo verdadeiro sobre mim mesmo.”
Ele contou que essa faixa foi um marco pessoal, pois foi escrita em um momento em que ele estava começando a lidar com questões de saúde mental e espiritualidade. “Naquela época, eu ainda estava descobrindo como me expressar de forma honesta, e essa música me ajudou muito.”
Também mencionou “Native Blood” como uma canção importante para a banda, pois fala sobre identidade, colonização e memória histórica — temas recorrentes em suas composições.
A expectativa para o Brasil
Mesmo antes de aterrissar por aqui, a conexão com o público brasileiro já é forte. Garrett ficou animado ao saber que estive em um show da banda Dayseeker e conheci os outros integrantes:
“Oh, isso é incrível! Eu sei que eles tiveram um tempo muito bom.”
Ele disse que já ouviu muito sobre a energia do público no Brasil e mal pode esperar para vivenciar isso de perto. “Acho que vai ser algo especial. A música tem essa mágica de nos conectar, mesmo vindo de contextos diferentes.”
Música como espaço de cura
No fim da conversa, Garrett reforçou o papel da arte como ferramenta de cura — tanto para quem ouve quanto para quem cria.
“A música salvou minha vida em vários momentos. E se as nossas canções puderem fazer isso por outras pessoas, então tudo já valeu a pena.”
Em tempos de tanta instabilidade, a mensagem do Silent Planet parece mais necessária do que nunca: não há problema em não ter todas as respostas. O importante é continuar buscando - com vulnerabilidade, coragem e, claro, música.
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Foto: Aaron Marsh |
Assista à entrevista completa
O papo com Garrett Russell foi muito mais do que uma entrevista — foi um mergulho em reflexões sobre arte, espiritualidade, saúde mental e o poder da música em tempos difíceis. Se você curte o som do Silent Planet ou simplesmente se interessa por conversas profundas com artistas autênticos, não deixe de assistir à entrevista completa no nosso canal do YouTube.
Garrett falou com o coração aberto, compartilhou histórias pessoais e deu spoilers sobre a passagem da banda pelo Brasil. Corre lá no canal do Big Rock N' Roll, deixa seu like, comenta o que achou e se prepara, porque esse show promete ser inesquecível.
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