Páginas

11 de julho de 2025

O emo está mais vivo do que nunca e o Polifonia foi a prova disso

Foto: Mayara Abreu 


Festival Polifonia - Audio - São Paulo/SP - 08 de junho de 2025


Por Mayara Abreu

Fotos: Mayara Abreu 


Faz exatamente um mês que a gente estava com o coração na mão, cantando alto na Audio, em São Paulo, durante o Festival Polifonia: Emo Vive. Quem viveu aquele domingo (08/06) sabe: foi mais do que um rolê nostálgico, foi uma celebração intensa de uma cena que nunca morreu de verdade.

O emo está de volta, sim. Mas a real é que talvez ele nunca tenha ido embora. O que rolou nos últimos anos foi só uma pausa, um tempo pra respirar, crescer, entender as dores com outros olhos... e voltar com mais força. Hoje, com uma geração inteira que amadureceu junto com esse som, o emo volta aos palcos com mais respeito, mais entrega e um senso de comunidade ainda mais forte.

No palco do Polifonia, isso ficou escancarado. Teve Hateen aquecendo o público com hinos que a gente canta desde a adolescência. E, de surpresa, rolou um dos momentos mais emocionantes do festival: Tavares (ex-Fresno) subiu ao palco para cantar “1997” com eles, e o que já era especial ficou ainda mais simbólico. Um encontro de gerações e de histórias da cena.

Na sequência, o Mae trouxe um clima mais introspectivo, com arranjos sensíveis que deram aquela pausa necessária no meio do turbilhão de emoções. Mas bastou o Emery entrar em cena pra energia subir de novo. Show intenso, berros sinceros, peso na medida... e mais uma participação de tirar o fôlego: Tavares voltou ao palco pra dividir os vocais em “Walls”, e a galera foi à loucura. Emoção crua, compartilhada, daquele jeito que a gente gosta.

A Fresno chegou com tudo, entregando um setlist especial que passeou por várias fases da banda e mostrou, mais uma vez, que eles não apenas sobreviveram ao tempo, como se reinventaram de forma única. Com presença de palco impecável, visual carregado de referências e aquela energia de “último show da vida”, a banda fez todo mundo cantar como se ainda estivesse no colégio, só que agora mais consciente e mais forte.

Foto: Mayara Abreu 


E pra fechar, o Anberlin fez o que muita gente sonhava: tocou o álbum Never Take Friendship Personal na íntegra. Foi o tipo de show que mexe com a gente por dentro. Stephen Christian entregou vocais poderosos, presença marcante e uma conexão real com o público. Músicas como “Paperthin Hymn” e “The Feel Good Drag” pareceram ainda maiores com o peso da história que carregam e com o volume das vozes na plateia.

Entre uma música e outra, dava pra ver nos olhos das pessoas o quanto esse som ainda importa. Tinha franja, delineador borrado, camiseta preta e lágrimas discretas. Mas também tinha gente nova, vivendo tudo isso pela primeira vez. O emo voltou? Voltar, não voltou, porque ele sempre esteve aqui, em cada música que a gente ouve quando precisa sentir algo de verdade.

Foto: Mayara Abreu 


O Polifonia foi mais do que um festival. Foi um lembrete de que ainda vale a pena cantar sobre dor, amizade, saudade, recomeço. E que a gente nunca está sozinho quando tem uma banda no palco e uma multidão ao redor gritando as mesmas palavras.

Que venham mais edições. Que venham mais encontros. Porque a verdade é essa: o emo vive. E vive forte.


Agradecimento à Tedesco Comunicação e Midia pelo credenciamento e Audio pela atenção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário