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13 de junho de 2025

Virada Cultural - São Paulo/SP

Foto: Divulgação


Virada Cultural - São Paulo/SP - 24 e 25 de maio de 2025


Por Rodrigo Noé de Souza (Mtb 0090611/SP) / Tiago Pereira 

Fotos: Reprodução


A Virada Cultural, realizada nos dias 24 e 25 de mais, completou 20 anos na capital paulista. Foram mais de mil atrações, dos mais variados tipos, de diferentes estilos, seja na música, teatro, artes no geral. Mas, a Big Rock resolveu dar destaque para o Rock.


Black Pantera - Sesc Belenzinho - dia 24 de maio

No dia 24, num sábado frio, fui ao Sesc Belenzinho para cobrir o show da banda Black Pantera. Na área livre, estava tocando uma banda com um estilo diferente, misturando mambo com jazz e eletrônico. Enquanto isso, a equipe estava no palco, perto da comedoria, arrumando os equipamentos. Eis que os integrantes chegavam e faziam a passagem de som.

Depois, Charles e Chaene da Gama, mais o Rodrigo Pancho recebiam seus fãs com selfies e autógrafos, mostrando total humildade e simpatia com a galera.

Chegada a hora, conforme previsto, o público entrou e resolveu ir para a banca de merchandising conferir os produtos, além de tirar fotos com o Chaene.

Quando o horário deu, a banda entrou com tudo ao som de "Provérbios", do disco Perpétuo, que completou um ano de lançamento. A roda estava raivosa e visceral, sob os olhares dos integrantes. Já "Padrão é o C4r4lh0" virou mantra contra os reacionários.

O primeiro convidado foi o lendário Canibal, da banda Devotos de Recife/PE, mandando ver nos clássicos da banda, dizendo que foram o retrato das comunidades pernambucanas.

Sons como Tradução (de forma emocionante!), Candeia, e Fogo nos R4c1st4s levantaram a galera. Sendo essa última para exorcizar os preconceituosos. E a convidada foi a cantora Natália Matos, do Punho de Mahin, cantando A Carne, da Elza Soares.

O público respondia com moshs e letras cantadas em coro. Até as mulheres entraram na pancadaria. E, pela primeira vez, tiveram o 1º mosh feito por crianças. Realmente, para marcar história.

O último convidado foi o também lendário Clemente Nascimento, do Inocente e Plebe Rude, com sons como Pãnico em SP, levando a galera ao delírio. Foi a deixa para todos terminarem a festa, com o público gritando "Sem Anistia".

Um show do Black Pantera merece total reconhecimento, já que a banda vai tocar no Hellfest.

Foto: Reprodução


Palco Butantã - dia 25 de maio

O domingo foi dedicado ao Rock, no Butantã. Falo isso, pois moro nessa região, e, principalmente, porque o transporte público é de graça. Quando adentrei no palco, só pude conferir o Fresno, nos últimos minutos. E a galera cantava freneticamente as músicas da banda. Até mesmo o vocalista Lucas cantou o trecho final de Evidências, do Chitãozinho & Xororó.

O palco tem também a área destinada ao público PCD, mas também para a imprensa, perto do palco, com entrada no meio do público. Os responsáveis pela produção distribuíram copos de água descartáveis para a plateia.

Antes da segunda banda, o DJ tocava clássicos do Rock contemporâneo, para animar o público. Quando terminou, o Dead Fish adentrou ao palco com aquele hardcore com temas sociais para delírio da galera. Foram rodas e moshs, que nem mesmo os seguranças tiveram que dar conta. Até mesmo a barricada foi ameaçada de ceder, com tamanha empolgação desenfreada do público. Tiveram que prender com barras de ferros. Um dos presentes foi discutir com um dos seguranças, que chamou os guardas civis para conter a raiva de um deles.

O vocalista Rodrigo Lima teve que pedir calma e paciência, além de afastar o pessoal da grade, para não esmagar os presentes. Mas, com o som comendo solto, o público apoiou de forma "violenta", com coros de "Ei, Dead Fish, vá T#$% no C@".

Foto: Reprodução


Depois que a banda acabou foi a vez da equipe do Sepultura arrumar os equipamentos. E o público foi aumentando cada vez mais. Afinal, o show faz parte da turnê de despedida da banda.

Eis que a noite caiu, às 17h40, quando Andreas Kisser, Derrick Green, Paulo Xisto e Greysson Nekrutman sobem ao palco com Beneath the Remains, e a seguir InnerSelf. Com certeza, o público não ficou parado, foram rodas violentas. Até o momento que o Andreas pediu a galera para se afastar da grade e fazer a roda mais para trás.

Derrick resolveu falar em português, dizendo que São Paulo é a melhor cidade do mundo. Andreas disse que o vocalista falou isso, em Brasília. Em seguida, tocaram Desperate Cry e Phantom Self.

Depois tocaram Attitude, para o guitarrista pedir, mais uma vez, para o público maneirar na agressividade, e pediu para se afastarem da grade. Com certeza, num evento, como o da Virada Cultural, por ser de graça, a segurança precisava ser mais reforçada.

O set foram uma viagem de toda a carreira do Sepultura. Em especial, o Kaiowas, que chamou os amigos para batucarem os tambores, num ritual pra lá de especial.

Andreas tem o carisma e a atitude, como sempre, desde tocando e jogando palhetas. Paulo Xisto ficou sempre na dele. Talvez o pessoal não dê o devido valor ao baixista, mas ela está na banda desde 1984. E continua tocando seu baixo monstruoso. Derrick tem o carisma e simpatia, mas um gigante no talento, sem dever nada ao seu antecessor Max Cavalera.

Foto: Reprodução


Em um dos discos recentes, tocaram The Treatment, do subestimado A-Lex, de 2009. Do Quadra, tocaram Means To The And, Guardiãs of Earth e Agony Or Defeat, que se tornou uma quase balada. Aliás, eles irão lançar um EP, contendo a primeira balada do Sepultura.

Depois, tocaram Dead Embryonic Cells, Territory, Refuse/Resist, Arise, Escape to The Void e Troops of Doom, além da versão curta de Orgasmatron (Motörhead).

Greysson mostrou seu talento ímpar e impecável na bateria. Não é à toa que faz bonito nessa turnê, seja tocando como baterista de Jazz ou Metal. O cara é britadeira pura. No final, tocaram Ratamahatta e, com chave de ouro, fecharam com Roots Bloody Roots.

Realmente, foi um espetáculo especial, ver a maior banda do Mundo na região onde eu moro. Foi como se eu saísse da minha casa e indo na esquina pra ver Sepultura em ação.

E aguadem que ano que vem tem Virada Cultural. E tomara que tenham mais shows por aí. E o público seja, pelo menos, mais cuidadoso.


Agradecimento a Secretaria de Cultura e Economia Criativa da Cidade de São Paulo pelo credenciamento e atenção.

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