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Foto: Rodrigo Noé de Souza |
Por Rodrigo Noé de Souza (Mtb 0090611/SP )
Desde 2019, praticamente no Rock In Rio, a banda Claustrofobia vêm se destacando nos EUA, mas com os olhos e a alma no Brasil (será que, por coincidência, se inspiraram numa certa banda?). Como não havia tempo da banda vir para cá, o baterista Caio D'Ângelo resolveu matar sua saudade e visitar São Paulo, para um Workshop, diretamente na Destroyer Music Store, localizada na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros.
O local foi montado para uma apresentação única, com fãs, amigos, familiares e a imprensa. Aliás, eu tive a honra de entrevistar o baterista e, por que não, relembrar da última vez que vi o Claustrofobia, em 2009. Confira a entrevista, a seguir:
Big Rock: Qual a expectativa dessa apresentação na Destroyer Music Store, qual o material que você vai apresentar?
Caio D’Ângelo: A expectativa é grande, muito tempo sem vir pro Brasil, já faz seis anos sem vir pra cá, desde o Rock In Rio, a gente tocou com o Slayer, fizemos duas turnês pelo Brasil, voltamos pra lá, aí entrou a pandemia, parou tudo, o mundo parou. Então ficamos parado de shows. A banda não parou, mas ficamos parado de shows, só compondo músicas. O tempo foi passando, muita coisa boa acontecendo lá, ficamos todo esse tempo sem vir pra cá. Ainda não conseguimos vir com a banda esse ano, então eu vim aqui pra ver os patrocinadores, os fãs, amigos, a família, e tive a honra de marcar esse workshop aqui na Destroyer, junto o o Ozzynho, parceiro de mil anos. A expectativa é muito boa, sei que virão muitos amigos, muitos fãs, uma galera aí que eu conheço, alguns que não conheço, mas que vão prestigiar, então tô empolgadão de estar aqui de novo.
Big Rock: Você têm algum material inédito do Claustrofobia, daqui em diante?
Caio: Na verdade, sim. Até na sua primeira pergunta, eu vou tocar um pouco de cada coisa, de cada fase do Claustrofobia, e vou tocar a última fase, dessa do último disco, que é uma turnê que não veio aqui pro Brasil, então pro Brasil é uma coisa nova, que ninguém viu essa última fase do disco. A gente já tá com disco novo, inteiro e composto, já pronto. Ainda só está gravando pré-produção, não tá gravado ainda, mas vai estar pronto ainda neste final de ano, no segundo semestre, e será lançado no ano que vem.
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Foto: Vegas House Productions |
Big Rock: Além disso, o Claustrofobia vai fazer uma turnê pela América do Norte com a Crypta, fazendo show de abertura. Qual a expectativa pra essa turnê, ao lado dessa banda que está crescendo. Você têm acompanhado a banda, conhece as meninas?
Caio: A expectativa tá muito boa, conhecemos elas há muitos anos, de longa data, estamos acompanhando o trabalho delas, assim como de várias bandas, fazendo um trabalho excepcional, fazendo turnê pra caralho, muita qualidade de som, elas estão crescendo muito, cada vez mais estão fortes nos EUA. Vai ser legal pra caramba, o fato de serem duas bandas brasileiras, bem juntas ali, então a expectativa tá a mil.
Big Rock: Todos sabem que você e seu irmão, Marcus, são fãs do Sepultura, principalmente pelo fato de já terem Max e Iggor Cavalera na formação. E, por coincidência, você como baterista e o Marcus na guitarra e vocal. Uma outra banda que têm irmãos é o Gojira, com Joe e Mario Duplantier. Qual o segredo pra se manterem juntos, tanto na família quanto na música?
Caio: Na verdade, o fato de ser irmãos, de família, é, por um lado mais fácil, porque, como é família mais você briga, se desentende, você não se desvincular 100%, claro, pode acontecer, mas não é nosso caso, e acho é que a nossa união é baseada em nome da arte, que é a arte da música pesada, que é o que a gente nasceu, que a gente mais gosta. Então, independente de desavenças, ou de brigas, e de tudo o que aconteça, o Claustrofobia é maior do que tudo isso, porque tem muito fã, muita gente envolvida, então não é uma briguinha minha e dele que vai afetar isso, por isso que a gente se dá muito bem. Acho que o segredo é esse, saber o que quer, tá feliz com o que tá fazendo, respeitar o espaço de cada um, do outro, independente de ser irmão ou não, e seguir em frente. A primeira coisa, o segredo é esse, gostar do que tá fazendo, saber o que quer e seguir em frente.
Big Rock: Além do Metal, quais outros estilos você escuta e toca?
Caio: Cara, tocar mesmo, só Metal assim mesmo, engajado, toquei Rock’N Roll, toquei Reggae, como trabalho em estúdio, com produção, já fiz produção de Rap e tudo mais, mas o Metal é minha vida, o Metal é o carro-chefe, mas escuto Rock’N Roll, Blues pra caramba, Rock’N Roll bastante antigo, gosto alguma coisa de Reggae, gosto de Rap pra caralho também, então eu escuto um pouco de tudo, cara. Tudo o que tem uma sonoridade legal, que a gente escuta e gosta, procuramos entender, digerir, mesmo que eu não goste, eu respeito o trabalho de todo mundo, mas eu escuto um pouco de tudo. Música boa a gente tá sempre com a mente aberta de ouvir.
Big Rock: Há quanto tempo vocês moram nos EUA? E qual a diferença entre trabalhar nos EUA e trabalhar no Brasil?
Caio: Moramos nos EUA desde 2019. A gente mudou pra cá, pra ver se está se estabelecendo lá. Cara, existem várias vantagens e desvantagens do Brasil e de lá, mas o bom lá é que o Metal e o Rock são muito mais populares do que aqui. Aqui temos muitos fãs, muita gente gosta, muita gente gosta de Metal, de Rock, mas lá é mais popular, então a cena é muito maior, porém tem muita concorrência também, mas a cena é muito maior e a gente tá tendo mais oportunidade que tá fazendo a banda crescer e a galera valoriza. Aqui no Brasil tem muita má visão de que Roqueiro, metaleiro é louco, drogado, vagabundo. Lá não, lá o cara é visto como artista. Mas não é só por isso, acho que, no momento, a banda tá indo bem lá, por isso que a gente tá por lá, a gente nunca sabe o dia de amanhã, mas o mais importante é espalhar o som, nossa arte em todo o lugar o que for possível.
Big Rock: Quero te agradecer pelo espaço, poder te rever, porque a última vez que vi o Claustrofobia foi em 27 de setembro de 2009, na Expomusic, vocês estavam lançando I See Red. Aí, dois dias depois, minha mãe faleceu. Eu sempre falo que “nada como o Rock para enaltecer a alma”, assim como diz Made in Brazil, “Deus Salva… E o Rock Alivia”. Desde já, eu agradeço, e boa sorte no Workshop, eu estou aguardando a vinda do Claustrofobia no Brasil, assim como todo mundo. Deixe suas considerações finais.
Caio: Primeiramente, meus sentimentos à sua mãe, agradecer pela lembrança lá da Expomusic, I See Red, uma época muito legal pra caramba. Eu agradeço você por ter vindo fazer essa entrevista, suas perguntas foram muito bem formuladas e espero ter correspondido às suas perguntas, e agradeço muito. E pode aguardar que, em breve, estamos de volta, acredito que ano que vem, vamos fazer uma turnê por aqui.
Chegada a hora, o público entrou, e, de quebra, fomos presenteados com duas baquetas personalizadas da Destroyer. O irmão do Caio apresentou o show e recomendou à todos sobre as regras da loja. Eis que Caio, ao lado do guitarrista Rafael Prado, tocaram clássicos da banda.
Rafael, que gravou Download Hatred, no lugar do Alexandre De Orio, mostrou que têm técnica e fúria na guitarra, honrando o legado de Marcus. Agora, Caio não perdeu 0,01% da sua técnica e brutalidade, chegando até a bateria se desmontar de tanta pancada. Isso sim é que é baterista de verdade.
Entre as músicas, Caio conta suas influências musicais, como o samba, as primeiras apresentações do Claustro. Segundo seu pai, a banda havia tocado em uma pastelaria, mas, por causa do som, a banda se dispersou em disparada, com medo de serem linchados. No decorrer das músicas, ele explica sobre a importância dessas músicas e qual o significado na história do Claustrofobia.
O público depois foi sorteado com brindes. Mas, o maior prêmio foi ver o Caio D'Ângelo rever a sua "família Claustrofobia" novamente.
Setlist:
Terror And Chaos
Thrasher
War Stomp
Peste
Metal Maloka
Stronger Than Faith
Agradecimento à Jéssica Marinho (Reverbera Music Media) pelo convite.
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