Novidade na cena Rock Nacional, Power trio feminino INOUTSIDE lança clipe da música “Whose blood is that?”

Foto: Pedro Soares

A banda de rock Inoutside lançou no dia 14 de agosto o videoclipe da música “Whose blood is that?”, um protesto em tom de indignação contra a opressão policial. Gravado em Juiz de Fora (MG), na Fábrica de Tecidos São João Evangelista, o vídeo mostra o grupo performando o single, que faz parte do álbum de estreia do Inoutside, “Dare The Night”, lançado em 2022, e que agora ganha nova versão com vozes regravadas e remixagem.

“Fortalecemos a música o suficiente para que ela se unisse ao clipe de maneira poderosa e retratasse a força que queríamos trazer com o tema e a canção”, conta Mariana Campello, que assina a produção e direção do vídeo. O clipe apresenta também imagens de recortes de notícias de jornais sobre violência policial, injustiças sociais, guerras, destruição ambiental em prol do lucro e outras tragédias evitáveis.

Inoutside é um grupo de rock alternativo autoral composto por mulheres LGBTQIA+. A formação incluiu Mariana Campello (guitarra e voz), Leticya (bateria) e Bruna Odas (baixo e voz). Com uma sonoridade intensa e visceral, o power trio apresenta letras que abordam temas sociais, culturais, desigualdade, preconceitos, feminismo e o próprio ser artista em meio ao capitalismo selvagem. Fundada em 2012, na cidade de Vitória (ES), o grupo migrou para Juiz de Fora (MG) e hoje é referência na cidade por ser a única banda de rock autoral formada apenas por mulheres.

“Whose blood is that?” trata, principalmente, sobre a violência policial seletiva e a impunidade a favor da elite, e de como a mídia aborda e reforça essa discrepância. A letra protesta em tom de indignação já no título, “De quem é esse sangue?”, e explora como essa cultura de violência segue se repetindo mantendo os acusados impunes, enquanto a sociedade fecha os olhos ou aplaude um massacre constante e direcionado.

O trabalho ainda levanta questionamentos e críticas quanto às autoridades políticas que se beneficiam diretamente dessa questão, que se posicionam de forma rasa e em épocas eleitorais, visando unicamente lucrar a partir de tamanha tragédia, sem de fato agir para que algo mude esse padrão, alimentam o sistema que o mantém.

Aproveitando o ensejo de críticas às autoridades, menciona-se também como a classe política mantém o mesmo comportamento em relação a outras tragédias, como a destruição ambiental sobre a qual prospera o agronegócio, além de guerras e várias tragédias alimentadas pelo pensamento capitalista.

A letra em inglês internacionaliza o protesto da canção, visto que a mesma barbárie ocorre diariamente em diversos outros países ao redor do mundo, se fazendo perceber como uma cultura global. “A faixa ‘Whose blood is that?’ é um protesto, mas, acima de tudo, é um desabafo de quem se sente impotente diante de um sistema tão cruel e fortemente consolidado e protegido. Entretanto, a banda e a canção reconhecem que nós, como coletivo, temos um papel crucial para que haja qualquer mudança nessa cultura que culmina em um genocídio normalizado. Como sociedade que perpetua essa barbárie de alguma forma, também temos nossas mãos sujas de sangue”, alerta Mariana Campello.

Mais sobre a banda Inoutside:

A Inoutside foi formada em 2012 e, desde 2019, se apresenta como um power trio inteiramente feminino. Suas influências vêm de diferentes vertentes do rock, principalmente do hardcore, stoner e músicas alternativas. A banda lançou seu primeiro álbum de estúdio em agosto de 2022, com canções que se destacam por vozes exclusivamente femininas e arranjos diversificados, exalando sua personalidade de tom feminista e íntimo. Foi também em 2022 que lançaram seu primeiro clipe com a formação 100% feminina, intitulado “Dare the night”, homônimo ao álbum.

Com a trajetória marcada pela participação - com destaque - em festivais locais como o Mulheres no Volante e o Dia de Rock, em Juiz de Fora (MG), e até mesmo fora do estado como o festival Não tem banda com mina, organizado pela banda paulistana The Mönic, além de shows em diversas cidades do Brasil, a Inoutside vive agora uma nova fase, priorizando inclusive canções em português, como em seu próximo EP que já está em produção, o que promete ainda mais relevância na cena mineira de rock e música alternativa.

Agradecimento: Luana Ribeiro Press