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1 de dezembro de 2017

Magma apresenta sua obra genial em São Paulo

Já faz muitos anos que venho acompanhando o que acontece em termos de shows no Brasil, e não é segredo para ninguém que a cidade de São Paulo recebe a maior parte dessas apresentações. Por esse motivo, fica cada vez mais difícil para promotores de shows trazer ao país algo que seja realmente inédito e principalmente relevante. Mas já adianto que ainda há muitas formações que o público brasileiro sonha em ver por aqui, e talvez esse sonho seja o combustível para que (mesmo diante de uma grave crise financeira em que o país se encontra), hajam pessoas com coragem para investir em atrações, que em muitos casos, não trazem o retorno esperado.

Em todo caso, já podemos considerar o dia 26 de novembro como uma data marcante do ano de 2017. O motivo mais que justo para certificar essa data como histórica, foi a vinda do Magma, que teve uma única data no país, mas que foi suficiente para lavar a alma dos privilegiados que compareceram ao Carioca Club. Christian Vander, o único integrante da formação original, é o grande personagem do combo francês. E não é exagero considerá-lo “um ser de outro planeta”, talvez por isso, a necessidade de um idioma próprio para expressar o conceito de sua obra genial. Muito diferente do público tradicional (que na maioria das vezes paga uma fortuna para ver artistas de qualidade mediana ou ser carimbado com o selo “eu fui”), era possível perceber nas imediações do Carioca que o público que testemunharia o ritual tinha como principal finalidade presenciar música em estado puro, sem diluições ou misturas improprias. Poucos minutos antes do início da apresentação, sobe ao palco um dos organizadores para informar que a cantora Isabelle não subiria ao palco, pois horas antes, teve que ser hospitalizada.


E não demorou muito para que as cortinas se abrissem e discretamente os músicos assumissem suas posições para dar início a uma performance brilhante. Era fácil identificar os seguidores do Magma, que entoavam o idioma Kobaian, em meio a uma plateia concentrada.


Foram quatro atos de virtuose: “Theusz Hamtaahk”, “Mekanik Destruktiw Kommandoh”, “Emehntett-Ré`` e o encore “Kobaia”. Jazz, fusion, rock progressivo e música erudita se encontravam em uma mistura homogênea. Chistian Vander, tem na figura de John Coltrane seu maior ídolo, e isso vai se tornando cada vez mais evidente, mesmo aos que não possuem tanta familiaridade com o som produzido pelo Magma. Sua performance funciona com a de um maestro, e isso fica nítido pelo respeito que os outros músicos demonstram por ele. Aos desavisados que possam achar o que o show foi curtinho - foram quase duas horas de show e ninguém arredou o pé do local até que houvesse a certeza de que os músicos não retornariam ao palco. Enfim, uma experiência para não sair da memória tão cedo. Seria demais pedir King Crimson ou Van Der Graaf Generator para o próximo ano? 




Setlist:

1- Theusz Hamtaahk
2- Mekanik Destruktiw Kommandoh
3- Emehntett-Ré
4- Kobaia


Por: Roberio Lima
Fotos: Roberio Lima
Agradecimento pelo credenciamento: Costábile Salzano Jr. - The Ultimate Music - PR

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