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27 de agosto de 2019

Rot e D.E.R. - Sesc Belenzinho – São Paulo (SP) 20/07/2019

Foto: Roberio Lima

Por mais estranho que pareça, falaremos nas próximas linhas de um ‘caso de amor’. Sim meus amigos, o Sesc Belenzinho foi palco de mais uma chacina sonora, onde o projeto ‘Música Extrema’ foi o mote para duas das mais conceituadas formações do grindcore nacional. Soma-se a isso a dedicação absoluta a um dos estilos musicais mais brutais que se tem notícia. Foi essa a receita que Rot e D.E.R. (Desordem e Regresso) apresentaram  ao público que marcou presença na comedoria do Sesc Belenzinho. 

Como todos que frequentam o Sesc já sabem, as apresentações realizadas em seu espaço, seguem à risca os horários anunciados. Por isso, quem chegou mais cedo, rumou direto para a barraquinha de merchandising das bandas, a fim de adquirir algumas “lembrancinhas” das atrações  envolvidas no evento. 

Foto: Roberio Lima

O D.E.R. que possui uma formação sólida e duradoura, conta com Thiago Nascimento (vocal), Maurício Toda (baixo), Renato Figueiredo (guitarra) e Thiago Barata (bateria). 
Com seu último lançamento a tira colo, “Rancor” EP (2017), inundaram a comedoria do Sesc Belenzinho com o desespero peculiar de toda a sua trajetória. Sons como “Quando a Esperança Desaba”, (do disco homônimo), “Má Vontade” e “Rancor” (do último EP) e “Contrapátria” , do split com o Aberrant foram alguns dos sons apresentados. Enquanto muitos se  debatiam, movidos pela caótica massa sonora, outros permaneciam atentos ao que acontecia no palco. Thiago Nascimento e sua postura afrontosa, faz com que as letras de suas canções (!), estejam à altura de seu significado. 
Sempre bom ver uma aparição do D.E.R!

O Rot recentemente participou de um dos mais importantes festivais de música extrema do mundo; o Obscene Extreme Festival, que aconteceu na  República Checa. Com uma  formação que conta agora com Felipe Leprose (Fear Of The Future) e Henrick Dário (Xico Picadinho) nos vocais, Alex Buxo (Cruel Face) no baixo, Emiliano Borges (Skarnio) na bateria e o único membro original e fundador da banda, Mendigo - na guitarra. Fizeram  a alegria de muitos marmanjos que estavam ali especialmente para testemunhar mais uma apresentação dos caras. 
Se estivéssemos falando de um estilo convencional, o setlist poderia ser considerado absurdo, mas estamos falando de grindcore. Nesse caso, meus queridos (e raros!) leitores, as 31 canções foram suficientes para “acalmar” os ouvidos dos mais puristas. “Torpor”, acompanhada de “Living to Deceived” foram os primeiros sons urrados/berrados pela dupla de vocalistas, enquanto Mendigo e Alex Buxo produziam a “cama sonora”, que certamente fazia estrago em alguns tímpanos mais sensíveis. Emiliano Borges marcava o tempo frenético de cada canção (!!), surrando seu instrumento, e sem tempo para firulas. Com já mencionado o set foi extenso e curto ao mesmo tempo (quem estiver familiarizado com o estilo, entenderá facilmente o que eu quero dizer...). Um show que encheu os olhos de muitos que formaram outras bandas por influência do Rot e estiveram ali para reverenciar a lenda. Atitude absolutamente justificável para uma história de quando 30 anos. 
O Rot possui uma uma discografia que conta com Ep’s e Splits emblemáticos, sendo que o último lançamento é um split com o Chikara (Suécia/Bósnia/Herzegovina) que saiu em fevereiro de 2019.  Além das imprescindíveis coletâneas “Old Dirty Grindcores ” que reúnem praticamente todo o material lançado pela banda. 

Foto: Roberio Lima

Em uma aparição relativamente rápida, as duas bandas deram sinais claros de que o grindcore  não se calará nem tão cedo. Nos tempos difíceis em que vivemos, D.E.R. e Rot acabam se tornando atos de resistência. Vida longa ao grindcore!!


Por: Roberio Lima

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