Esquenta Rockfun Fest - Centro Esportivo Tietê - São Paulo/SP - 13/07/2024
Por Tiago Pereira
Fotos: Divulgação
São Paulo contou com várias apresentações de bandas e artistas em comemoração ao dia 13 de julho, o Dia Mundial do Rock. Sete delas formaram a line-up da edição de 2024 do Esquenta RockFun Fest, no Centro Esportivo Tietê, em São Paulo: Rockfun Legends, Corja!, Inocentes, Cali, Korzus, Oitão e Suicidal Tendencies.
O line-up foi uma verdadeira miscelânea de gêneros e subgêneros do Rock and Roll e Heavy Metal, incluindo o Punk Rock, o Thrash Metal, o Groove Metal, Hardcore Punk e Crossover Thrash. Cada banda tinha uma peculiaridade que atraiu fãs.
O festival também contou com uma estrutura bem dividida, com banheiros, estandes de bebidas e comida, áreas de merchan e fotos e um local de pronto-socorro. A região definida para os shows contou com duas pistas e um único palco.
O Centro Olímpico teve seu auge de lotação durante a apresentação do Suicidal Tendencies, porém as pistas tiveram uma lotação grande a partir do final da tarde, com a apresentação da banda Korzus. Nem mesmo o frio paulistano daquele dia foi suficiente para evitar uma plateia efervescida e que, independentemente dos momentos de lotação ao longo do festival, manteve a energia no alto, principalmente com as rodas abertas em grande parte do período – atingindo seu auge com a atração principal.
Dos momentos de maior destaque, vale apontar os positivos, como os fortes coros do público, que vinham ou não sob orientação das bandas; as rodas punk intermináveis, show após show; a participação de vocalistas brasileiros em uma das músicas do Suicidal Tendencies (veja mais no intertítulo que fala do show da banda) e a invasão de fãs na reta final do show da mesma banda, com diversas pessoas que pularam a grade, burlaram a segurança e fizeram coro junto com a banda na que foi a última música da noite.
Dos negativos, é válido apontar as falhas de som que ocorreram antes ou durante as apresentações. Algumas delas geraram improvisações, como a ideia de Egypcio, no show da banda Cali, em cantar “Céu Azul”, do Charlie Brown Jr., durante uma correção no som da guitarra; ou nas falhas do mesmo instrumento no show do Inocentes, que levaram a um reset. Os erros mais impactantes vieram na passagem de som da banda Suicidal Tendencies, fator que contribuiu para um início com atraso e que as duas últimas músicas do setlist previsto não fossem tocadas.
Rockfun Legends:
O trio formado por Renata “Rey Sky” Moita (baixo), Alexandre Fabbri (guitarra) e Dino Verdade (bateria) abriu a tarde do Esquenta com um setlist de 13 faixas cover, abrangendo sucessos nacionais e internacionais. Além disso, as vocalistas Ciça Moreira (Six Contents) e Mayara Puertas (Torture Squad) foram convidadas para cantar parte do setlist.
Por ter chegado um pouco depois do início do festival, não consegui acompanhar as primeiras oito faixas, impactando assim em falar sobre a parte de faixas nacionais do setlist e o início das músicas internacionais. Essas foram a introdução e os covers de “Não Viva em Vão”, do Charlie Brown Jr., “Tarde de Outubro”, do CPM 22, “Minha Paz”, do Glória, “Eu Quero Ver o Oco”, do Raimundos, “Toxicity”, do System of a Down – com Ciça já presente no palco -, “Man in the Box”, do Alice In Chains, e “Enter Sandman”, do Metallica.
Quando cheguei no trecho final da Rua Porto Seguro, em direção à Avenida Santos Dumont – onde o Centro Esportivo Tietê fica -, ouvi os primeiros trechos finais de “Aces High”, do Iron Maiden, que foi a última faixa da primeira parte da participação de Ciça Moreira no palco, durante o show em questão. A entrada no local foi ao som de “Bring Me to Life”, quando Mayara Puertas assumiu o microfone e fez um misto de vocais líricos e guturais.
A transição completa para sua marca registrada veio com “Walk”, do Pantera, que animou àqueles que compareceram no festival desde o começo. No bloco esquerdo da pista – na visão do espectador -, alguns jovens batiam cabeça. Mal sabiam que aquele local em que estavam se tornaria a região com a roda mais insana da noite.
O Rockfun e Mayara chegaram à reta final da apresentação com “Roots Bloody Roots”, do Sepultura, e com “Killing In The Name”, do Rage Against the Machine. A última faixa marcou a volta de Ciça e finalizou a apresentação em grande estilo, numa situação em que tudo aparentou sair perfeitamente e com um instrumental impecável do trio que forma a banda.
Corja!
Os vencedores do festival “No Corre”, organizado pela Rockfun Fest, foram absurdos em sua apresentação, animando tanto aqueles que já estavam no local, quanto o público que chegou aos poucos no início da tarde daquele dia 13 de julho.
O Corja! é de Fortaleza, no Ceará, e foi formado em 2017. No Esquenta, sua formação contou com Haru Cage (vocal), Helder Jackson (guitarra), Silvio Romero (bateria) e Robin Donola, baixista do InRaza que substituiu Pedro Felipe, baixista da formação que não tocou por questões de saúde.
As 12 faixas tocadas pela banda abrangeram o repertório de lançamentos avulsos, lançados desde 2019, e do álbum de estreia do grupo, “Insulto”, lançado em 2021.
A apresentação começou às 12h35, pontualmente e com todo o peso possível. As primeiras ovações vieram logo nos trechos cantados de “Alter Ego”, primeiro single da banda, lançado em 2019. Haru e seus guturais eram o grande destaque.
O ânimo da plateia subiu com “O Jogo”, segunda faixa e pós-introdução dentro do álbum “Insulto”. Já as batidas de cabeça e princípios de mosh vieram em “Muros Altos.
Fernanda Souza, vocalista do InRaza, foi a convidada para tocar “Insulto”, em um dueto vocal absurdo com Haru. Em seguida, a música “Segunda Pele” teve picos de elogio a partir do riff de Helder, que trouxe o peso da faixa.
A correria para entrar na área de Imprensa, tendo assim que dar a volta por fora do Centro Tietê, me fez ouvir as faixas “Algozes”, “Desilusion”, “Verme” e “Coquetel Molotov”. Mesmo de longe, consegui ouvir a reação positiva da plateia.
O Corja! Finalizou o show com “Donos das Nações”, “Blinded by Hate” e “Do Lar ao Caos”, num show que provou a competência da banda em estar no palco e, principalmente, o poder do metal nordestino, muito bem representado naquele dia.
Foto: Divulgação |
Inocentes:
Os paulistanos do Inocentes não somente representaram o Punk Rock brasileiro – no os membros são pioneiros por esta banda e por outras que passaram antes -, como trouxeram uma nova gama de energia para o público presente no Centro Esportivo Tietê, em uma conexão forte entre a velha e a nova geração de fãs da banda e do rock por um todo. Apesar de pequenos erros técnicos na parte inicial do show, o setlist de 18 músicas, que abrangeu os grandes sucessos dos mais de 40 anos de carreira da banda, foi suficiente para colocar vozes e pernas do público para aquecer, assim como para mostrar a força e agitação das rodas que se abriram dos dois lados da pista.
O quarteto, com posto por Clemente Tadeu (vocal e guitarra), Ronaldo Passos (guitarra), Anselmo Carlucci (baixo) e Nonô Fernando (bateria), entrou pontualmente às 13h50, sob aplausos e após o anúncio de Chuva para a banda
A primeira música, “Nada Pode nos Deter” contou com pequenos erros sonoros logo corrigidos na faixa seguinte. A faixa compõe o álbum “Embalado à Vácuo” (1998).
Em seguida, os Inocentes tocaram as faixas “Nada de Novo no Front” e “A Cidade não Pára”, ambas do álbum “Ruas” (1996).
A intensidade das rodas das pistas era bem diferente nesse momento do show. O lado direito (na ótica do espectador) estava menos agitado, enquanto o esquerdo, apesar de mais intenso que o anterior, ainda não estava em grande evidência. Tudo mudou quando Clemente Tadeu pediu mais energia em prol da faixa seguinte. E assim ocorreu quando os primeiros acordes da clássica música “Rotina”, do álbum “Pânico em S.P.” (1986), foram tocados: a energia de ambas as regiões gerou corridas e bate-cabeças.
O show prosseguiu com “Expresso Oriente”, faixa em que Clemente pediu para que o grupo começasse do zero por ter esquecido a letra. Ele voltou a brincar com a plateia ao admitir a situação, explicando que, do lado da banda, “só havia idosos” e que o público era mais jovem. Os fãs, claro, levaram tudo numa boa e aplaudiram a banda, mantendo a intensidade das vozes e rodas punk no decorrer da faixa. E esta intensidade seguiu com mais faixas clássicas, como “Garotos do Subúrbio” e “Ele disse Não”.
Após o final deste bloco, o frontman do Inocentes fez questão de agradecer o público pelos aplausos, afirmando que são “jovens educados”. Ele prosseguiu explicando a dinâmica da banda e sobre não saber fazer guturais e gritos mais estridentes, como as bandas de Metal – incluindo as que estavam presentes.
Ronaldo Passos assumiu os vocais para cantar “Eu Vou Ouvir Ramones”, single de 2022 que é um tributo à banda nova-iorquina e que foi muito bem recebido pelo público, apesar das “desafinações” relatadas pelos membros da banda após o término da faixa. Nisso, durante os ajustes para a próxima faixa, Anselmo Carlucci tomou a palavra para contar histórias dos anos 70, quando, segundo o baixista, a plateia cobrava muito uma banda quando havia desafinação.
O show seguiu com “São Paulo”, faixa cover do 365 e que também foi gravada pelo Inocentes para o álbum “O Barulho dos Inocentes”, de 2001. Há um trecho da faixa mais puxado para o Ska e que Clemente, nos momentos em que esta parte chegava, gritou “quatro e vinte” no microfone, antes de dançar com os demais membros ao tocar. Houve, também, gritos de viva para Bob Marley e The Clash, além de chamados de “desperta, São Paulo” em determinados momentos da música.
Clemente introduziu a faixa “Aprendi a Odiar” com um discurso histórico sobre o hardcore no Brasil. Ali começou mais uma sequência de pancadas sonoras do Inocentes que seguiu com as também clássicas “Medo de Morrer”, “4 Segundos” e “Miséria e Fome”, todas com forte resposta do público, seja vocal, seja nos moshes cada vez mais insanos.
Na reta final da apresentação, o quarteto tocou “Restos de Nada”, faixa da banda de mesmo nome e que Clemente tocou antes de formar o Inocentes. Após a música “Desequilíbrio”, o frontman do Inocentes puxou mais um discurso e com maior ênfase, agradecendo aqueles que foram para prestigiar a banda e criticando quem prega que o Rock and Roll está morto:
“Fodam-se os playboys! Rockeiro de sapatênis, vá se foder!”.
Assim, veio a faixa “Cala a Boca”, muito cantada pelo público no refrão e que encaixou bem com o discurso de Clemente, antes da faixa.
Depois, começou um pequeno trecho de “Pátria Amada”, que teve que ser reiniciada por conta de um pequeno problema de som. Clemente brincou ao se despedir, dando a entender que somente aquele trecho inicial fosse o show: “Valeu, pessoal! Até amanhã!”. No entanto, o reset da faixa foi rápido e a banda se mostrou mais enérgica e animada para a reta final: Tadeu deu voltas na área da bateria de Nonô, o que o fez perder o timing para voltar a cantar em um trecho da faixa. Nada que tenha tirado a força da música e da banda para o grande final.
Clemente, ao encerrar a penúltima faixa, reforçou, em nova brincadeira com o público: “esses velhinhos charmosos merecem mais aplausos”. Ele também fez questão de saudar colegas e amigos de longa data, que estavam ou estiveram na cena punk paulistana dos últimos 40 anos. Nonô também fez questão de pedir um momento para discursar e saudar Nelson Britto, baixista da banda Golpe de Estado que faleceu na sexta-feira anterior ao evento (12). O retorno do público, claro, foi caloroso em tributo ao músico.
A última faixa do Inocentes não poderia ser outra, se não “Pânico em S.P.”, de mesmo nome do álbum de 1986 e que foi pedida por boa parte do público na reta final da apresentação. Clemente pediu para que o público o acompanhasse no coro da faixa, o que foi fortemente respondido com os gritos de “Em S.P.”, quando o vocalista gritava “Pânico”. Uma apresentação que superou os erros técnicos, conversou com o público jovem e mais velho e que, principalmente, reforçou o legado e importância do Inocentes para o rock nacional.
Foto: Alexandre Wittboldt |
Cali:
O Dia do Rock foi especial para todos. No entanto, havia um fator a mais para que Egypcio, vocalista e fundador da Cali, celebrasse: horas antes, houve o anúncio do retorno da banda Tihuana, na qual ele participou de 1999 até 2017 – ano do encerramento das atividades da banda -, para uma turnê que celebrará os 25 anos da fundação do grupo.
Tal acontecimento impactou, claro, no setlist do show no Rockfun Fest, com três covers de músicas do álbum de estreia do Tihuana, “Ilegal” (2000), dentro do setlist de 16 faixas, fora outras versões de músicas nacionais e internacionais – uma delas, inclusive, a capella e como um improviso para uma falha técnica na reta final do show.
E a Cali, projeto fundado logo após o fim do Tihuana e no mesmo ano, entrou no palco às 15h10, dez minutos mais cedo do que era previsto na programação do festival. Além de Egypcio, a formação contou com Leo Rota (guitarra), Junior Bazz (baixo) e Cyro Barros (bateria).
A abertura do setlist veio com a instrumental “Tarantino Vibe’s”, um Surf Rock que compõe o álbum “Bateu Saudade” (2024) e que muito lembra das músicas da trilha sonora de “Pulf Fiction”, filme de 1995 dirigido justamente por Quentin Tarantino.
A apresentação seguiu com mais duas faixas autorais da Cali: “HardCore e Festa”, single de 2023 que conta com a participação de Badauí (CPM 22) na versão de estúdio, e “Sobre Nós”, do álbum de estreia “Cali” (2021). Na segunda música, não somente o solo de Leo Rota se tornou um destaque, como também o alto canto de uma fã que estava na grade e logo foi notada por Egypcio.
O primeiro cover do Tihuana na apresentação foi da clássica “Que Ves?”, em que Egypcio relembrou o período que ficou famoso com a banda em questão. Além disso, o “ensaio” feito ao puxar o refrão desta música antes de ela começar de fato foi amplamente entoado pelo público presente. Positivo para o frontman, para a banda e para o público, pois o conjunto instrumental fez lembrar a versão de estúdio.
Na sequência, a banda tocou “Eu Vou Olhar Pro Céu”, um verdadeiro tributo aos que se foram, um cover de “A Cera”, da banda cearense O Surto, e a faixa “Longa Estrada”, destacada pelo riff de guitarra de Rota e pela apresentação calorosa dos membros da Cali.
A segunda metade do show foi composta de covers de bandas internacionais e nacionais – incluindo o Tihuana -, começando pelo trecho inicial de “Bulls on Parade”, do Rage Against the Machine, que logo é transitado para as faixas “Quebra-Mar” e “Liberdade Acima de Tudo”, do Charlie Brown Jr.. O encaixe do instrumental e do vocal foi magnífico, ainda mais por Egypcio ter sido escolhido pelos membros da banda santista para assumir o posto de Chorão (1970-2013), durante a turnê de comemoração de 30 anos, em 2022.
A parte internacional deste bloco de covers começou com “HOLIDAY”, da banda estadunidense Turnstile. Os moshes voltaram à tona e deram um tom ainda mais agitado nas pistas e no palco, situação que se atenuou ainda mais com o cover de “Refuse/Resist”, do Sepultura, com direito a bate-cabeça mais insano e gritos de “Sepultura” no final da faixa, como uma saudação e tributo ao grupo.
A reta final do show veio com a continuação do clima festivo, pautada em mais dois sucessos do Tihuana. O primeiro foi “Pula!”, que claramente fez o público saltar no refrão “Então, pula, pu-pula, filha da pula”. Depois, veio o aclamado single “Tropa de Elite”, também muito cantado pela maioria.
O gran finale da apresentação foi com “Bella Ciao”, cover da versão de Giovanna Daffini (1914-1969) e cuja versão de estúdio adaptada, presente no álbum “Bateu Saudade”, tem tanto momentos de Hardcore Punk, quanto momentos de Ska Punk. A primeira tentativa teve que ser interrompida devido a um problema no sistema de som da guitarra de Leo Rota. Egypcio aproveitou para cantar um cover a capella de “Céu Azul”, do Charlie Brown Jr., acompanhado de algumas palmas da plateia e cantos tímidos.
Com a situação resolvida, “Bella Ciao” foi tocado. No início a faixa cover, Junior Bazz, que já estava no pit de fotógrafos, convidados e imprensa, subiu de vez na grade para tocar e interagir com a galera do lado esquerdo – o mais agitado.
Foto: Divulgação |
Korzus:
A banda paulistana de Thrash Metal era uma das mais esperadas pelo público presente no Centro Esportivo Tietê. Diria eu, com base nos coros pré-show puxados por Marcello Pompeu, que só perdeu para o Suicidal Tendencies em termos de expectativa.
Tais coros citados vieram ainda com Pompeu no backstage, enquanto dava entrevista pré-show. Quando apareceu nos telões, o frontman da banda logo pediu para que o público complementasse o nome do grupo: “Eu grito ‘Kor’ e vocês gritam ‘zus’”. As respostas do público foram imediatas e calorosas, dando um ar ainda mais eufórico para o que viria pela frente.
Os membros do Korzus entraram durante a introdução gravada, que veio logo após uma propaganda do evento. Rodrigo Oliveira (bateria), Heros Trench (guitarra), Jean Patton (guitarra) e Dick Siebert (baixo) entraram para iniciar as primeiras linhas de “Guilty Silence” e Pompeu apareceu depois, saudando o público e demonstrando toda a sua energia e vitalidade intactas com o físico e a voz, na faixa que também abre o disco “Ties of Blood” (2011) e que, na apresentação do Esquenta, contou com ótimos solos de Jean e Heros, complementados pelas interações de Pompeu.
“Raise Your Soul”, do álbum “Discipline of Hate” (2010), deu continuidade à euforia dos fãs do Korzus e foi a porta para mais interações de Pompeu com toda a plateia. Além disso, o Korzus tocou o último lançamento da banda até então, o single “You Can’t Stop Me”, de 2021.
Em seguida, o frontman do Korzus fez seu primeiro grande discurso no show, perguntando se todos estavam felizes, endossando a chamada “celebração ao Metal” e, assim como Nonô na apresentação do Inocentes, relembrou e saudou Nelson Brito. Emocionado e em meio às palmas dos presentes, Pompeu desejou que os “deuses do Metal” recebessem Nelson de braços abertos. Sua finalização foi muito semelhante ao que Clemente Tadeu fez mais cedo, perguntando ao público se o Rock morreu e recebendo um uníssono e barulhento “não” do público. Mais uma demonstração clara de que todo o estilo musical segue mais vivo do que nunca.
O show prosseguiu com “Never Die”, que protagonizou mais solos de Jean Patton e Heros Trench, além de um Marcello Pompeu mais dinamizado no palco, com interações com Rodrigo Oliveira. Os ânimos do vocalista foram maiores com as faixas “Vampiro”, faixa do álbum “Legion” (2014), e “Catimba”, bônus do álbum “Ties of Blood”. Foi a primeira dobradinha de faixas em língua portuguesa.
“Discipline of Hate” trouxe de volta o ritmo mais acelerado ao show, assim como as letras em inglês. O início da faixa, em ótima qualidade, foi combustível para que as rodas da plateia voltassem com tudo – uma delas, inclusive, com uma mini câmera apoiada a um bastão alto que, muito provavelmente, um fã usou para gravar o “caos benéfico” do show.
A sequência do setlist contou com as faixas “Respect”, na qual Marcello Pompeu convocou o público para “quebrar cabeça” – e foi atendido por grande parte do público, principalmente por quem estava na grade -, e “Agony”, música de abertura e primeira representante do disco “Mass Illusion” (1991) no show, que contou com um instrumental potente no início da faixa.
Uma virada de Rodrigo Oliveira no final da faixa anterior logo deu abertura para um pequeno medley entre três faixas do Korzus: “The World Is a Stage”, do álbum de estreia “Sonho Maníaco” (1987), “P.F.Y.L.”, do “Mass Illusion”, e “Lost Man”, do disco “KZS” (1995). Antes da segunda música citada, inclusive, Pompeu ensaiou e executou um estridente grito com os fãs, após um discurso que relembrou a tradição em “P.F.Y.L”:
“Não adianta! Toda hora que chega nessa música, chega o grito que só os headbanger sabem fazer (...) se a gente fizer de novo, o Clube Tietê vai tremer!”
A reta final da apresentação do Korzus contou com mais três dos grandes sucessos da banda, definidos entre os membros numa pequena reunião que pareceu necessária por conta do tempo a se esgotar. A iniciação desta trinca veio com mais um chamado de Pompeu para o “grito de guerra” da banda, atendido em massa por quem estava na pista: “Eu falo Kor e vocês dizem zus”. Começou, então, “What Are You Looking For”.
“Correria” não somente foi a última representante do álbum “Ties of Blood” e marcou a dobradinha de faixas deste álbum na reta final do show, como foi o marco de interações da banda com o público. Durante a faixa, as rodas formadas nas pistas se tornaram mais insanas, com uma real correria nelas e muito ânimo de quem estava nelas. Na metade dela, Pompeu pediu gritos de todas as formas: de um lado e de outro da pista, só de homens, só de mulheres e de todos. Uma verdadeira celebração!
A última música anunciada foi “Guerreiros do Metal”, antecedida de um discurso de Pompeu com agradecimentos e uma referência ao refrão da track: “porque Lutamos pelo Metal!”. Não somente a banda deu seus últimos dotes musicais – incluindo um ótimo solo executado por Jean Patton -, como o público presente deu seus últimos coros até coletivos nessa apresentação.
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Oitão:
Em toda a desmontagem de um show para outro, apenas um kit ficou no palco: o de Rodrigo Oliveira. O baterista também integra o Oitão e, consequentemente, ele esteve em uma segunda apresentação na noite – com energia até para uma terceira, se fosse necessário.
Outro ponto curioso do pré-show foi a aparição adiantada do guitarrista Ricardo Quattrucci no acesso do palco ao backstage. Ele ficou naquele local por alguns minutos antes da apresentação tanto observando as pistas lotadas do festival, quanto tocando os últimos acordes como passagem de som.
Quatrucci voltou com os demais instrumentistas da banda no início do show do Oitão, logo após o vídeo de chamada do festival. Rodrigo Oliveira (bateria), Ciero (guitarra) e Tchelo Martins (baixo) tocaram a introdução da banda, que é a faixa de abertura do álbum de estreia, “Pobre Povo” (2015).
Em seguida, a faixa “Borderless”, single de 2023 e com a participação da banda Brujeria, contou tanto com a entrada de Henrique Fogaça e sua máscara preta com dreads, quanto com a de um vocalista que fez a secundária da faixa. Logo se percebeu que a iluminação do palco, mais fraca e sem dar visão nítida aos membros da banda, seria por toda a apresentação.
“Pobre Povo” e “Trevas” foram as músicas que deram sequência ao show. No caso da segunda, um homem mascarado e um cobertor semelhante aos usados por pessoas em situação de rua apareceu rodeando o palco, rodeando os membros e sentando em locais específicos – na tarima da bateria de Rodrigo e até mesmo em uma das caixas de retorno -. Ele também continha um isqueiro, que foi importante para interpretar sua atuação durante a faixa: a simulação de uma pessoa em situação de rua que se perde nas drogas, vivendo assim nas “trevas” citadas na letra da faixa. Ainda assim, fica difícil afirmar se o público conseguiu visualizar e perceber este ator, devido a iluminação.
“4º Mundo”, faixa do álbum de mesmo nome da banda (2020), e “Proteste”. Single lançado no mesmo ano, foram outras faixas de peso tocadas, sendo que na primeira, Henrique Fogaça repetiu uma mesma narração crítica por duas vezes antes do início da faixa de fato. Em “Podridão Engravatada”, o mesmo ator, com a mesma máscara, retornou ao palco, mas desta vez com um paletó e uma gravata listrada, simulando um político brasileiro e reforçando a crítica aos governantes brasileiros. “Doença” finalizou o primeiro momento pré-discurso da banda.
Nesse discurso, especificamente, o frontman do Oitão questionou se o público “dormiu”, pois o clima agitado antes visto quase não era visto no que foi o último show de abertura antes da atração principal. Em seguida, o guitarrista Ciero reforçou os objetivos e valores da banda, pautados no discurso antipolítico e anárquico.
A retomada musical veio com “Vida Ruim”, um cover da banda Ratos de Porão. No entanto, o momento de maior destaque veio após “Instinto Sujo”, quando Fogaça reverenciou o Moto clube Insanos, que ficou responsável pela campanha de arrecadação de alimentos e roupas durante o Esquenta – e da mesma forma que fizeram durante a última edição do RockFun Fest, em outubro de 2023 -. O vocalista do Oitão puxou o grito de guerra do clube: ao gritar “Avante”, os membros, espalhados pela pista, respondiam com “Insanos”. Por fim, membros do Insanos subiram ao palco e ficaram de braços cruzados, em linha, durante a execução de “Tiro na Rótula”.
O Oitão terminou o show com “Chacina”, finalizando assim as aberturas que antecederam o Suicidal Tendencies. Um show com boas ideias de interpretação, boas faixas e uma alta carga de crítica social, mas que pecou em relação a iluminação e com a sonoridade de microfones e guitarras ao longo da apresentação.
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Pré-Suicidal: a passagem de som e os discursos pré-show:
Chuva tentou reanimar a plateia com o jogar das últimas camisas, bonés e até de pares de tênis, junto com Fogaça, após o fim do show do Oitão. E com o mesmo objetivo, os técnicos de som tocaram músicas que transitavam entre o Rock, o Metal e o Hip-Hop, englobando músicas de System of a Down, House of Pain, Cypress Hill, Gojira e afins.
Depois de toda a desmontagem do Oitão e montagem do palco para o Suicidal, os membros instrumentistas apareceram, pouco a pouco, como se estivessem numa passagem de som sem público, pré-festival. O baixista Tye Trujillo foi o primeiro e, apesar de tímido, focou em testar seu baixo e conversar com os técnicos da banda – pouco depois, ele acenou e sorriu para convidados que estavam na parte frontal do pit de fotógrafos e Imprensa.
Jay Weinberg apareceu pouco depois e, encapuzado, testava o timbre de algumas peças da bateria, além do volume delas – percebido pelos gestos frequentes para aumentar ou diminuir, em direção a um dos técnicos de som. Por fim, Dean Pleasants e Tim Stewart – substituto de Ben Weinman durante a turnê - surgiram com alguns riffs, audíveis ou não, para também testar os últimos acordes antes do show. Era um clima preparatório que, incrivelmente, não levou o público a algum tipo de estado de delírio por cada membro. Era como se tanto a banda quanto a galera esperassem o momento certo para iniciar a insanidade máxima daquela noite.
Às 20h22, a música de ambientação acabou para que, no telão, aparecesse a entrevista de Mike Muir para a organização do festival. O frontman do Suicidal Tendencies apareceu com uma lata de energético na mão e, ovacionado, contou sobre como estava feliz em voltar ao Brasil e sobre a vontade de fazer um show aqui, após todo o contexto de quarentena que envolveu a pandemia de COVID-19 e com a possibilidade de o público poder ver a banda de graça.
Só não foi o momento final antes do show por conta de erros de som que os roadies da banda identificaram antes do show e que, desta forma, foi o primeiro fator de atraso para o início da apresentação e, também e consequentemente, que contribuiu para que o setlist preparado pelo Suicidal Tendencies não fosse tocado por completo.
Fabricio Ravelli, criador do RockFun Fest, foi chamado para um discurso de agradecimento pelo comparecimento do público e fomento à cultura. Henrique Fogaça, que atuou diretamente na organização desta edição do Esquenta, também foi chamado, mas antes mesmo de reaparecer no palco, foi vaiado e xingado por uma parcela considerável de pessoas nas duas pistas.
A expectativa se encerrou às 20h32, quando os instrumentistas do Suicidal Tendencies voltaram para o palco, numa espécie de entrada “inédita”. Ali sim era certeza de que o ápice musical, do público e das apresentações começaria.
Suicidal Tendencies:
Jay Weinberg (bateria), Tye Trujillo (baixo), Dean Pleasants (guitarra) e Tim Stewart (guitarra) entraram no palco e, após uma pequena – e boa – introdução, deram a brecha para a entrada de Mike Muir (vocal), que logo chamou o público para a primeira faixa.
“You Can’t Bring Me Down”, faixa que abre o disco “Lights…Camera…Revolution!” (1990), também iniciou de vez o caos de mais um grande show do Suicidal Tendencies por São Paulo. Mike Muir estava “a mais de 220 volts” de energia, enérgico e indo de um lado para o outro. A banda, claro, acompanhou a energia. Uma roda já conteve sinalizadores, enquanto a outra girava e batia cabeça como nunca.
A dobradinha veio com “Lost Again”, onde Mike seguiu em seu ritmo frenético e acompanhado de ótimas linhas de pedal duplo por parte de Jay Weinberg, em alguns momentos da faixa. Depois, a rápida “I Shot the Devil” - primeira faixa do álbum de estreia que leva o nome da banda, de 1983, na apresentação – ficou marcada não só por sua rapidez e por ser mais um incentivo aos frenéticos bate-cabeças, como pelo sinal da cruz que Muir fez com os dedos e por um tropeço em meio a sua movimentação imparável.
Já “Send Me Your Money” mostrou o melhor de Tye Trujillo, com dois momentos de pequenos solos que muito o fizeram lembrar os tempos de seu pai, Robert, no Suicidal Tendencies – apesar de uma timidez evidente por parte do garoto, que fez 20 anos recentemente -. A faixa seguinte, “War Inside My Head”, do disco “Join the Army” (1987), virou uma ode às rodas. O que dava pra ver da área de Imprensa era um ritmo frenético que poucas vezes vi em shows que cobri – diria que até acima disso -, desde os moshes até os dive stages que aconteciam dos dois lados.
“Memories of Tomorrow” foi outra faixa rápida da noite. Tye Trujillo iniciou a faixa com tudo, assim como Mike foi feroz tanto na voz, quanto em sua energia no palco. Jay Weinberg deu um tom a mais com um ritmo mais acelerado à música.
Mike Muir fez um belo discurso motivacional após a faixa anterior, não somente criando um desafio ao público para o acompanhar na faixa seguinte, como ao relembrar que “nada de bom voltará se você não acreditar em si”.
Então começa o riff de “Freedumb”, faixa que abre o aclamado álbum de mesmo nome, lançado em 1999. A dinâmica de movimentação contínua dos membros – exceto Jay – foi interessante, pois circularam pelo palco sem parar até a metade da faixa, sem se esbarrar, porém como se estivessem em um mosh pit. A áurea enérgica não parou por aí.
O riff de “Subliminal” fez com que todo o Centro Tietê fosse abaixo. Até mesmo a área de imprensa, que contou com convidados das bandas e na qual alguns deles simplesmente não se aguentaram. Foi extremamente interessante e, principalmente, não atrapalhou os fotógrafos, mais próximos da grade. Na pista, mais sinalizadores foram ligados e a intensidade das rodas aumentou e muito nos ritmos mais acelerados da faixa.
Muir voltou a discursar após esse momento quase apoteótico. Ele perguntou por quem eram os skateboarders e surfers no palco, a ponto de um dos fãs levantar um skate para o alto e ser notado pelo frontman do Suicidal Tendencies. Ele também contou histórias sobre seu irmão, Jim Muir, skatista que atuou profissionalmente. Numa delas, a dica de skateboarder: “Quando você cai, rapidamente você levanta”. Assim, veio a dedicatória aos amantes do skate com “Possessed to Skate”, do álbum “Join the Army”. Este foi o momento mais dançante de Mike no palco, assim como foi o momento em que Dean Pleasants fez um ótimo solo com sua guitarra.
Na faixa “Lovely”, Mike pediu mais energia por parte da plateia. No palco, as linhas de baixo de Tye, junto à cadência da bateria de Jay, ditaram o ritmo da faixa, tornando a situação mais especial.
Chegou, então, um dos melhores momentos da apresentação: Mike Muir começou com grandes conselhos relacionados à família e ao amor e sobre como estes valores são “a melhor coisa para se aprender”. Em seguida, apresentou o contexto da faixa “Nós Somos Família”, single produzido parcialmente no Brasil, lançado em 05 de julho deste ano e que contou com grandes nomes do rock nacional e do skate. Mike Alex Palaia – um dos produtores da música em questão – chamaram diversos vocalistas para o palco, seja os que tocaram no festival, seja alguns que estiveram por lá para cantar a faixa. Egypcio e Junior Bazz (Cali), Yasmin Amaral e Tamy Leopoldo (Eskröta), Milton Aguiar (Bayside Kings), Haru Cage (Corja), Mayara Puertas (Torture Squad), e o criador de conteúdo Antonio Novato (Lado Direito do Palco) estiveram próximos aos microfones postados para a faixa, cantada enquanto os membros do Suicidal Tendencies tocavam normalmente. Era possível, também, ver a presença do skatista Sandro Dias. Uma verdadeira reunião que teve, como cereja do bolo, o acompanhamento do público para repetir alguns trechos da música, ou até mesmo para a intensidade da roda punk – que inclusive continuava com alguns sinalizadores acesos.
A reta final da apresentação veio com outro grande sucesso do Suicidal Tendencies: “Cyco Vision”, do álbum “Freedumb”, veio junto às Wall of Deaths pedidas por Dean Pleasants antes da faixa. A energia do público se manteve no alto, ainda por ter mais um breakdown que permitiu a retomada das rodas punk.
As boas atuações da banda seguem em “I Saw Your Mommy...”, que também contou com ótimos riffs de baixo e guitarra. Os membros da banda, então, brincaram de estátua em certo momento da faixa, antes de uma transição para uma parte mais rápida da faixa.
“How Will I Laugh Tomorrow” e “Pledge Your Allegiance” formaram a dobradinha de encerramento do show, pois ambas compõem o álbum “How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today” (1988). A primeira, que começou em um ritmo mais lento, escalou para um ritmo mais acelerado e com ótimos solos de guitarra. Já a segunda merece um parágrafo à parte.
A faixa “Pledge Your Allegiance” seria a antepenúltima da noite. O setlist impresso indicava, ainda, as faixas clássicas “Two Sided Politics” “Institutionalized”. No entanto, o inevitável aconteceu: Mike Muir chamou duas crianças que estavam com seus pais em uma área vazia, ao lado da região de Imprensa e convidados. Eles subiram e, logo depois, Muir aceitou a vinda de mais duas crianças mais velhas que estavam no mesmo lugar e que Mike notou. O início do momento caótico veio justamente quando algumas pessoas arriscaram pular a grade para também subir no palco e, quando o vocalista do Suicidal permitiu que elas também subissem, alegando que “todos eram família” para ele, um emaranhado de pessoas de vários pontos das partes frontais da pista pulou as grades e subiram na área de apresentação.
Em questão de poucos minutos, o palco foi tomado por uma legião de fãs que, repetidamente, gritou a sigla da banda, “ST”, interagiu com o público que não subiu e até com os membros da banda. Estes se contiveram em segurar seus instrumentos e tocar como dava, assim como tiveram que sair do palco após o final da que foi a última música do show. Isso porque já eram mais de 22h quando ela se encerrou e, consequentemente, o festival teve que ser encerrado por este ser o horário final de funcionamento do Centro Esportivo Tietê. A dificuldade final foi de fazer todos os fãs descerem do palco e voltarem à pista. Fãs estes que chegaram a esperar por alguns minutos, acreditando numa retomada do show.
Dos membros da banda, apenas Jay Weinberg voltou para falar com um pequeno grupo de fãs, após a normalização da situação do palco. Ele logo saiu e, assim, ficou claro que não haveria mais festival.
Foto: Mel Hummel |
Independentemente de uma interpretação boa ou ruim desta reta final do show do Suicidal Tendencies, a certeza foi a de que esta edição do Esquenta RockFun Fest – as bandas, principalmente – mostrou duas características importantes. A primeira, claro, de que o Rock and Roll não morreu, porque independentemente do passe gratuito ou não, houve um comparecimento massivo no evento, uma marca de que ainda há interesse no gênero – principalmente por jovens, que eram a maioria presente. Já a segunda é a de que, em prol do rock, todos conseguem formar uma “família” e mostrar a força do público, demonstrada tanto por coros, participações em moshes, produção, divulgação e/ou consumo do conteúdo e pelas demonstrações de fã com a banda.
Sim, o rock and Roll e suas vertentes não morreram e será muito difícil que ele acabe tão cedo.
Setlist Rockfun Legends:
1. Intro
2. Não Viva em Vão (cover de Charlie Brown Jr.)
3. Tarde de Outubro (cover de CPM 22)
4. Minha Paz (cover de Glória)
5. Eu Quero Ver o Oco (cover de Raimundos)
6. Toxicity (cover de System of a Down com participação de Ciça Moreira)
7. Man in the Box (cover de Alice In Chains com participação de Ciça Moreira)
8. Enter Sandman (cover de Metallica com participação de Ciça Moreira)
9. Aces High (cover de Iron Maiden com participação de Ciça Moreira)
10. Bring Me to Life (cover de Evanescence com participação de Mayara Puertas)
11. Walk (cover de Pantera com participação de Mayara Puertas)
12. Roots Bloody Roots com participação de Mayara Puertas)
13. Killing in the Name (cover de Rage Against the Machine com participação de Ciça Moreira)
Setlist Corja!:
1. Alter Ego
2. O Jogo
3. Muros Altos
4. Insulto (com participação de Souza, do Inraza)
5. Segunda Pele
6. Algozes
7. Desilusion
8. Verme
9. Coquetel Molotov
10. Donos das Nações
11. Blinded by Hate
12. Do Lar ao Caos
Setlist Inocentes:
1. Nada Pode Nos Deter
2. Nada de Novo no Front
3. A Cidade Não Pára
4. Rotina
5. Expresso Oriente
6. Garotos do Subúrbio
7. Ele Disse Não
8. Eu Vou Ouvir Ramones
9. São Paulo (cover de 365)
10. Aprendi a Odiar
11. Medo de Morrer
12. 4 Segundos
13. Miséria e Fome
14. Restos de Nada (cover de Restos de Nada)
15. Desequilíbrio
16. Cala a Boca
17. Pátria Amada
18. Pânico em S.P.
Setlist Cali:
1. Tarantino Vibe’s
2. HardCore e Festa
3. Sobre Nós
4. Que Ves? (cover de Tihuana)
5. Eu Vou Olhar Pro Céu
6. A Cera (cover de O Surto)
7. Longa Estrada
8. Bulls on Parade (cover de Rage Against the Machine)
9. Quebra-Mar (cover de Charlie Brown Jr.)
10. Liberdade Acima de Tudo (cover de Charlie Brown Jr.)
11. HOLIDAY (cover de Turnstile)
12. Refuse/Resist (cover de Sepultura
13. Pula (cover de Tihuana)
14. Tropa de Elite (cover de Tihuana)
15. Bella Ciao (cover de Giovanna Daffini)
16. Céu Azul (cover de Charlie Brown Jr., a capella, tocado por conta de um problema técnico. Música anterior retorna após o fim desta faixa)
Setlist Korzus
Intro
1. Guilty Silence
2. Raise Your Soul
3. You Can’t Stop Me
4. Never Die
5. Vampiro
6. Catimba
7. Discipline of Hate
8. Respect
9. Agony
10. The World Is a Stage / P.F.Y.L. / Lost Man
11. What Are You Looking For
12. Correria
13. Guerreiros do Metal
Setlist Oitão
1. Intro
2. Borderless
3. Pobre Povo
4. Trevas
5. 4º Mundo
6. Proteste
7. Podridão Engravatada
8. Doença
9. Vida Ruim (cover de Ratos de Porão)
10. Instinto Sujo
11. Tiro Na Rótula
12. Chacina
Setlit Suicidal Tendencies:
1. You Can’t Bring Me Down
2. Lost Again
3. I Shot the Devil
4. Send Me Your Money
5. War Inside My Head
6. Memories of Tomorrow
7. Freedumb
8. Subliminal
9. Possessed to Skate
10. Lovely
11. Nós somos família*
12. Cyco Vision
13. I Saw Your Mommy
14. How I Will Laugh Tomorrow
15. Pledge Your Allegiance (fãs invadem o palco)**
* “Nós Somos Família” contou com as participações de Egypcio e Junior Bazz (Cali), Yasmin Amaral e Tamy Leopoldo (Eskröta), Milton Aguiar (Bayside Kings), Haru Cage (Corja), Mayara Puertas (Torture Squad), e o criador de conteúdo Antonio Novato (Lado Direito do Palco)
** O show contaria com as faixas “Two Sided Politics” e “Institutionalized” no final. No entanto, a invasão de palco e os atrasos anteriores ao show do Suicidal Tendencies contribuíram para o encerramento do festival sem as músicas citadas, mas no horário certo do funcionamento do local.
Agradecimentos à Evva Comunicação pelo credenciamento e atenção.
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