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26 de outubro de 2022

Novo single de Lumee//Prismo tem participação de Mi Vieira da banda Glória

Foto: Divulgação


O duo de rock experimental paulistano Lumee//Prismo lançará, na próxima quarta-feira (26), em todas as plataformas digitais, o single Acorda Humanidade. 

A festa de lançamento será na mesma data, a partir das 20h, no estúdio Rock Together, e terá um pocket show do Lumee/Prismo, além da presença do Mi Vieira (Gloria), que participa da música. A entrada é franca. 

Acorda Humanidade é o mais novo single da banda que lançou recentemente seu primeiro álbum “Ovis Aries”. 

As vozes, as guitarras e o baixo foram gravadas no estúdio do Vini Rodrigues, com a supervisão de Peres Kenji como engenheiro de som. Ambos são guitarristas da banda Glória. A bateria foi gravada no Flap Studios. A mix e a master ficaram por conta do Peres Kenji.  

A letra da música expressa o momento político atual e os abusos que a sociedade sofre por quem está no poder, da lavagem cerebral à manipulação. 

“Acho que nunca fomos tão manipulados e colocados em ‘caixinhas’ como nos últimos tempos. Nas redes sociais, o marketing digital faz com que sejamos cada vez mais facilmente manipulados e nos deixa cada vez mais parecidos. De forma assustadora, os algoritmos têm força na construção das nossas personalidades e também influenciam de maneira exitosa a nossa posição política. Grande parte da sociedade tem aceitado ideologias muito perigosas e criminosas, sem saber muito bem a gravidade de suas opções políticas, o que pode nos levar a um colapso social”, afirma a dupla de músicos. 

O negacionismo enfrentado na pandemia de Covid-19, comprovado pelas falas do despreparado presidente Jair Bolsonaro (PL), faz parte do contexto.  

“Os absurdos que passamos na pandemia foram muito graves. Sem contar todas as outras mentiras, crimes e abusos que sofremos por parte desse governo todos esses anos. Chegamos a um ponto crítico da nossa história contemporânea em que a democracia está em risco, e essa música é um convite a todos que queiram gritar e lutar contra as figuras que ameaçam nosso cotidiano”, diz Luma Garcia (Lumee).

“Durante a pandemia, acompanhamos várias pessoas que não quiseram se vacinar seguindo o exemplo do presidente atual e seus apoiadores. Infelizmente, uma delas era um parente próximo que veio a falecer no início do ano. Esse foi o gatilho para essa composição, o riff agressivo do começo marca o processo de luto. Tentamos expressar a nossa raiva e indignação com essa música. Pedimos com todo o nosso fôlego para a humanidade acordar! Não podemos retroceder”, diz o músico Guilherme da Matta (Prismo). 

Acorda Humanidade foi a primeira música que Guilherme e Luma trabalharam juntos desde o início. E essa união colaborou para um melhor entendimento como artistas e músicos, além do amadurecimento enquanto compositores.  

Segundo os músicos, o resultado foi uma sonoridade mais consistente. “Conseguimos satisfazer nossa vontade de soar mais agressivos nesse single. Acho que demos um passo grande no sentido de conseguir alcançar, na prática, sonoridades que ouvimos e almejamos na nossa mente, frutos das nossas criatividades. Quando a música ficou pronta, logo tivemos a ideia de chamar o Mi Vieira, da banda Glória. Primeiro porque os gritos dele são extremamente viscerais e potentes, o que exprime muito a indignação presente na música, além do Glória ser uma banda super engajada politicamente. Segundo, porque somos muito fãs dele. E, realmente, com os vocais do Mi, essa música ganhou muito em expressividade e agressividade. Ele conseguiu interpretar muito bem o que estávamos sentindo ao compor essa faixa”, explicam os artistas. 

Ao ouvir a guitarra de Guilherme, logo imaginei que seria uma música sobre abuso. Quanto mais ouvia essa guitarra, ainda mais no contexto político social em que vivemos, ficou claro para mim que essa seria uma música sobre os abusos políticos que estamos sofrendo atualmente”, relata Luma. 

Desde o começo, a intenção do duo era fazer algo artístico mais concreto para mostrar a indignação e essa música foi o meio perfeito.  

“Quando ouvimos o novo EP da banda Glória, eles também tinham uma música sobre o atual governo, o que nos motivou. Logo, escrevi as estrofes, que para mim deveriam ser poemas declamados ao invés de melodias cantadas. Os refrões são apenas gritos de desespero, os mais viscerais possíveis, para mostrar nossa indignação de maneira mais clara e literal possível. A única parte realmente "cantada" é o final, após o breakdown, em que a melodia cantada reflete um certo otimismo de que, se o povo se juntar e se organizar, conseguirá enfrentar os abusos sofridos por parte dos políticos no poder”, completa Luma. 


Agradecimento: Adriana Baldin

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