Translate

13 de junho de 2025

Album Reviews: King Gizzard & The Lizard Wizard - 'Phantom Island ' (2025)

Foto: Divulgação 


Por: Mayara Abreu 


A essa altura, já sabemos que esperar o inesperado é a única constante quando falamos de King Gizzard and The Lizard Wizard. E ainda assim, Phantom Island surpreende. O novo álbum é um mergulho orquestrado em águas profundas da mente, com arranjos conduzidos pela grandiosa orquestra de 24 músicos liderada pelo maestro Chad Kelly. O resultado é uma obra que respira introspecção, mas que não abandona a identidade mutante da banda.


Logo na faixa-título, somos guiados por pianos e cordas num início quase cinematográfico. “Phantom Island” soa como uma preparação para a jornada, com atmosferas calmas que vão ganhando corpo com a entrada dos instrumentos de orquestra. A viagem ganha calor em “Deadstick”, uma das mais solares do álbum. Guitarras marcantes e sopros que nos jogam direto para um filme dos anos 80 em pleno dia ensolarado. É dançante, vibrante e cheia de vida.

Lonely Cosmos” chega com um quê de nostalgia e um vocal em destaque logo de cara. É uma música que acolhe, com estrutura simples e eficaz, perfeita para quem estiver descobrindo a banda agora. Em seguida, “Eternal Return” dá espaço a uma vibe mais psicodélica. É impossível não lembrar de Tame Impala na introdução. Os vocais se transformam em um coral etéreo, um dos pontos mais marcantes do disco.

Panpsych” vira o jogo de novo, com uma batida mais acelerada, grudenta, daquelas que você pega cantando sem perceber - mesmo sem ter um refrão repetitivo. Já “Spacesick” desacelera e traz uma melancolia suave, guiando o ouvinte por reflexões internas. É uma faixa contemplativa, que convida a desacelerar e sentir.

Foto: Jason Galea


Em “Aerodynamic”, a introspecção aparece ainda mais evidente. As letras soam como confissões sinceras, e mesmo quando a música cresce e ganha energia, o clima permanece aconchegante, quase como um abraço sonoro. “Sea of Doubt” puxa memórias de trabalhos anteriores da banda, mas com um tempero mais nostálgico. É faixa para fechar os olhos e deixar o tempo passar.

Silent Spirit” brinca com sopros e arranjos que beiram o jazz. Os vocais são suaves, flutuantes, criando um clima de pista de dança retrô, com alma e elegância. E aí, quando chega “Grow Wings and Fly”, a sensação é de libertação. O instrumental cresce em camadas, os vocais se misturam com a orquestra e tudo ganha uma dimensão grandiosa. É como se a banda nos convidasse a levantar voo depois de uma travessia profunda.


Phantom Island não é um disco qualquer. É um convite para desacelerar, sentir e se permitir viajar. King Gizzard and The Lizard Wizard mostra mais uma vez que sabe se reinventar sem perder a essência. E dessa vez, fez isso com cordas, sopros, sentimentos e liberdade.



Foto: Jason Galea 


King Gizzard & The Lizard Wizard - 'Phantom Island' 

Gravadora: p(doom) Records / Virgin Music 

Data de lançamento: 13/06/2025


https://open.spotify.com/album/3koVdFrXznL2PQ8WxTYjt7?si=xUxs8MAISaCoPh6YYdHhLg

Nenhum comentário:

Postar um comentário