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1 de junho de 2025

Último Ato em Alto Estilo: domingo do C6 Fest mistura emoção, dança e descobertas

Foto: Paula Cavalcante 


C6 Fest - Parque Ibirapuera - São Paulo/SP - 25 de maio de 2025


Por Mayara Abreu

Fotos: Paula Cavalcante (@eyeofodin.photo)


Se sábado foi intenso, domingo não deixou por menos. O último dia do C6 Fest trouxe um mix certeiro entre descobertas, potência pop, emoção, veteranos e hits atemporais. E o público, que parecia já estar com o coração mole depois de tanto show bom, se despediu com a alma lavada. Como os horários entravam em conflito entre alguns shows, conferi English Teacher, The Last Dinner Party, Cat Burns, Wilco, Nile Rodgers & The Chic.


English Teacher: bons ventos de Leeds

A tarde começou com a energia crua e charmosa do English Teacher, quarteto britânico que vem se destacando como uma das bandas mais interessantes da nova safra do alt-rock.

Com um som que mistura guitarras afiadas, letras ácidas e a presença magnética da vocalista Lily Fontaine, o grupo entregou um show envolvente na Tenda METLIFE. Lily foi cantar com os fãs que estavam na grade, convidou uma fã para tocar guitarra e mostrou a força que a banda tem na performance ao vivo.

Mesmo com o calor do fim de tarde e com uma presença maior dos fãs de The Last Dinner Party que seria a próxima banda a se apresentar, o público foi se deixando levar — como quem topa descobrir algo novo e sai já virando fã. O álbum “This Could Be Texas”, lançado este ano, sustentou boa parte do setlist e mostrou que a banda tem fôlego para muito mais.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 


The Last Dinner Party: teatralidade e pop barroco com força total

Se tem uma banda que sabe usar o palco como extensão do próprio conceito, é o The Last Dinner Party. Com figurinos que misturavam drama e elegância, as britânicas transformaram a tenda METLIFE num espetáculo pop com alma de ópera rock.

Com músicas do aclamado Prelude to Ecstasy, lançado no início de 2024, elas desfilaram hits como “Caesar on a TV Screen” e “Sinner”, reimaginado com uma pegada mais teatral.

O público, com plaquinhas em homenagem à primeira vinda da banda ao Brasil, roupas inspiradas nos figurinos das integrantes e até mesmo pulseiras de miçangas personalizadas, emocionou a banda, com as canções sendo preenchidas pelo coro da plateia, contagiados pela energia intensa do grupo. No fim, estavam todos dançando, pulando e aplaudindo de pé.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 


Cat Burns: conexão e vulnerabilidade sob os holofotes

No meio da tarde, Cat Burns trouxe um momento de calmaria e acolhimento.

Com sua voz doce e uma sinceridade que salta aos olhos, ela compartilhou canções sobre saúde mental, identidade e amor com uma honestidade comovente.

“People Pleaser” e “Go” foram os momentos de maior comoção e, mesmo sendo um show mais intimista, Cat demonstrou muita segurança e carisma, e provou que o pop feito com verdade tem força suficiente para parar tudo ao redor.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 


Wilco: um respiro folk entre a euforia

Veteranos no melhor sentido da palavra, os norte-americanos do Wilco fizeram um show sólido e sem firulas, guiado pela sutileza das guitarras e pela voz tranquila de Jeff Tweedy.

Com uma carreira de décadas e um repertório que vai do alternativo ao folk rock, a banda ofereceu uma experiência quase terapêutica, como um respiro entre tantas performances intensas no show mais lotado que já presenciei na Tenda METLIFE.

Os fãs mais antigos pareciam em êxtase com a execução de clássicos como “Jesus, Etc.” e “Impossible Germany”, era possível ouvir o coro da plateia, ver pessoas se emocionando e sentir a energia de que a banda era um desejo de muitos para estar ali. E, para quem ainda não os conhecia, o show foi uma oportunidade de mergulhar numa sonoridade detalhista e cheia de nuances.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 


Nile Rodgers & CHIC: aula de groove pra encerrar a noite

E como se não bastasse, o C6 Fest ainda guardava um encerramento absolutamente dançante: Nile Rodgers & CHIC.

O mestre da guitarra rítmica trouxe uma sequência impecável de hits e mostrou por que é uma das figuras mais influentes da música pop.

Com uma banda afiada, backing vocals poderosíssimos e uma pista de dança improvisada que tomou conta da Arena Heineken, o show foi um desfile de clássicos: “Le Freak”, “Everybody Dance”, “Get Lucky”, “Let’s Dance” (de David Bowie), “I’m Coming Out” (de Diana Ross)… parecia que cada música era maior que a anterior.

Nile, sempre sorridente e cheio de energia, ainda fez questão de agradecer o carinho do público brasileiro, e prometeu voltar.


Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 


Se o sábado já tinha deixado o coração cheio, o domingo veio e carimbou o que todo mundo já sabia: o C6 Fest é, hoje, um dos festivais mais bem curados do Brasil, desses que entregam tanto novidade quanto legado, com qualidade de som, estrutura e, principalmente, alma.

Que venha a próxima edição, já estamos contando os dias!


Agradecimento à Canivello Comunicação pelo credenciamento e atenção.

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