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| Foto: Rogério Talarico | 
Skillet – Audio - São Paulo/SP - 24 de outubro de 2025
Por João Zitti (@joaozitti.work)
Fotos gentilmente cedidas por Rogério Talarico
O mês de outubro tem sido um grande destaque na agenda de shows de 2025, abrindo com tudo o último semestre do ano. Praticamente no final do mês, o público paulistano foi presenteado com o retorno da banda Skillet ao país, após quase 10 anos desde sua última passagem pelo Brasil. O show faz parte da turnê “Revolution World Tour 2025”, focada em promover o mais recente disco de estúdio do grupo, “Revolution”, e foi a primeiro de três performances no solo nacional, ainda passando por Belo Horizonte e Curitiba.
A apresentação foi realizada na casa de shows Audio, localizada na região da Barra Funda e, literalmente, do lado do Espaço Unimed e da Villa Country. Chegando pouco mais de uma hora após a abertura da casa, fiquei surpreso com o quão lotado o lugar já estava (tanto no mezanino quanto na pista, só havendo espaços vagos nas regiões próximas aos bares e no fundo atrás da house mix). E mesmo já estando completamente cheio, o público não parava de aumentar, o que mostrou que a banda possuía capacidade para realizar o show em um local um pouco maior (visto, também, que alcançou o desejado sold out dos ingressos).
Faltando 45 minutos para começar, sinto que devo parabenizar o responsável por montar a playlist que precedeu o show, que contou com excelentes músicas como “Aces High” (Iron Maiden), “Animal I Have Become” (Three Days Grace), “Coming Undone” (Korn), “Show Me How To Live” (Audioslave) e “Numb” (Linkin Park). Pode parecer algo besta, de certa forma, falar sobre isso, mas queira ou não é algo que faz diferença: afinal, quando não há banda de abertura, ela se torna a responsável por aquecer o público. Todo mundo já foi em algum show na vida em que a playlist de abertura transformou a espera em um martírio, como foi o caso da apresentação de Mastodon e Gojira em 2023 no Espaço Unimed, em que foram repetidas as mesmas 10-15 músicas por horas e, inclusive, gerou reclamações do público. Dito isso, o público já estava empolgado o suficiente para o show de Skillet, que começou pontualmente às 22h e, instantâneamente, transformou o público em um grande coro.
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| Foto: Rogério Talarico | 
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| Foto: Rogério Talarico | 
A apresentação durou cerca de 1 hora e 20 minutos, o que pode parecer um pouco curta à primeira vista, mas acabou sendo o tempo ideal para proporcionar um show cativante do início ao fim. Seu setlist foi escolhido a dedo, tocando algumas poucas músicas do seu último disco de estúdio, “Revolution” (afinal, essa é a motivação da turnê), mas priorizando os maiores hits da sua carreira, como “Feel Invincible” e “Lions” (do excelente disco “Unleashed”, lançado em 2016 e pessoalmente o meu favorito da banda), e as faixas “Hero” e “Awake and Alive” (do disco “Awake”, quase certamente o mais famoso da banda). A apresentação foi finalizada com as músicas “Monster” (que você certamente já escutou, mesmo se não for um fã do grupo) e “The Resistance”, com John Cooper usando a camisa da seleção brasileira ao tocar essa última faixa.
E falando em camisa do Brasil, o frontman do grupo aproveitou alguns momentos da apresentação para exaltar o público brasileiro, comentando sobre a presença dos famosos comentários de “Come to Brazil” nas publicações da banda e brincando que a plateia estava machucando seus ouvidos de tão alto que eles cantavam. E isso não se trata de nenhuma tentativa de puxar saco do público, muito pelo contrário: os fãs cantaram, de forma impressionante, todas as músicas do show com empolgação e muito fôlego, escancarando a forte fanbase que Skillet possui no país. Eles, inclusive, falaram sobre o já existente interesse deles em retornar ao Brasil mais vezes e em menores intervalos de tempo, algo que certamente será muito bem-vindo.
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| Foto: Rogério Talarico | 
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| Foto: Rogério Talarico | 
Durante as suas pontuais falas entre músicas, a banda abordou as discussões acerca de saúde mental e empatia, tratando também da busca por uma maior igualdade e menor violência no mundo. Isso tudo foi muito guiado por uma linha de pensamento mais cristã, falando sobre como a religião e Deus podem ser grandes pontos de suporte para enfrentar momentos difíceis durante a vida. Pra quem acompanha a banda, sabe que essa maior religiosidade é a essência do seu trabalho, não à toa a música “Hero” foi dedicada a Jesus Cristo durante o show. Em um momento tão complexo quanto o que vivemos, creio que a mensagem da banda como um todo se mostra não só muito positiva, mas também muito importante, abordando de uma maneira extremamente acolhedora temáticas que, infelizmente, ainda são parcialmente consideradas tabus e que afetam tantas pessoas (não à toa a depressão é vista como uma das principais doenças atualmente). Não só o discurso da banda buscou seu muito “pra cima”, mas o próprio show foi muito animado e extremamente energético, com excelentes performances vindas dos músicos e uma ótima direção de arte na parte visual, que, mesmo não tendo labaredas de fogo como nas apresentações fora do país, não deixou nada a desejar, com destaque para as animações exibidas no telão do palco.
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| Foto: Rogério Talarico | 
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| Foto: Rogério Talarico | 
Com um show curto e preciso, Skillet retornou ao país após quase uma década e superou todas as expectativas estabelecidas pelos fãs, em um show sold out que mostrou não só a relevância da banda, mas também de sua mensagem.
Agradecimento a Catto Comunicação pela atenção e credenciamento.
 
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