Big Rock N' Roll - Pensou em rock, pensou Big Rock!: Stoned Jesus - Jai Club

Foto: Alexandre Veronesi

Stoned Jesus - Jai Club - São Paulo/SP - 25 de outubro de 2025

Por: Alexandre Veronesi

Fotos: Alexandre Veronesi

Grande ícone do Stoner Rock/Metal mundial na atualidade, o grupo ucraniano STONED JESUS esteve de volta ao Brasil recentemente, após 8 anos de sentida ausência, para um giro que contou com meia-dúzia de apresentações, desembarcando em São Paulo no sábado de 25 de Outubro, onde viria a performar sua sonoridade densa e lisérgica na Jai Club, aconchegante casa de shows já bastante conhecida pelo público, localizada no bairro de Vila Mariana.

Tendo o cronograma seguido à risca, às 19h30 o evento se iniciou com a apresentação do PESTA. Mineiro de Belo Horizonte, o quarteto, composto por Thiago Cruz (vocal), Marcos Resende (guitarra), Anderson Vaca (baixo) e Flávio Freitas (bateria), está na estrada desde 2014 realizando um Heavy/Doom Metal impactante, e acabou de disponibilizar seu novo e excelente registro de estúdio, "The Craft Of Pain", lançado no último dia 16. Já demonstrando um elevado nível de maturidade artística, além de muito carisma e boa presença em palco, a banda destilou, por aproximadamente 40 minutos, faixas dos seus 3 álbuns, como foi o caso de "Moloch's Children", a novata "Mirror Maze" (cuja gravação original contou com a presença de Scott "Wino" Weinrich, frontman do The Obsessed e ex-Saint Vitus), "Words Of A Madman" e "Shadows Of A Desire".

Thiago, por algumas vezes, fez questão de ressaltar que São Paulo é como uma segunda casa para o PESTA, o que tornava-se até evidente quando víamos a clara energia e empolgação de cada um dos integrantes por estarem ali. Então, o encerramento do show se deu com "Witches' Sabbath", tema marcante que abre o magistral "Faith Bathed In Blood" (2019), disco pelo qual tomei contato com o som dos caras pela primeira vez, naquele mesmo ano. Em suma, um primeiro ato de respeito!

Setlist:

01 - Moloch's Children

02 - Mirror Maze

03 - Black Death

04 - Words Of A Madman

05 - Shadows Of A Desire

06 - Witches' Sabbath

Foto: Alexandre Veronesi

Logo após a rápida desmontagem por parte de nossos conterrâneos, os próprios membros do STONED JESUS surgiram no palco para, ao lado dos técnicos locais, realizarem os derradeiros ajustes em seus instrumentos e equipamentos. Tudo ficou pronto por volta das 20h30, quando Igor Sydorenko (voz e guitarra), Andrew Rodin (baixo e vocais de apoio) e Yurii Kononov (bateria) deram o pontapé inicial à apresentação com "Bright Like The Morning" e "Porcelain", executadas praticamente sem pausas.

Em divulgação de seu novíssimo trabalho, o recém-lançado "Songs To Sun", a banda desempenhou "Shadowland", sucedida por "Thessalia", altamente vigorosa; e "Thoughts And Prayers", que foi dedicada às vítimas ucranianas da guerra contra a Rússia, para as quais o grupo vem arrecadando fundos monetários com a ajuda dos fãs. Vale mencionar que, mesmo ostentando pouco tempo de casa - cerca de um ano apenas - Andrew e Yurii compõem a nova seção rítmica do STONED JESUS com técnica e postura invejáveis, a despeito, é claro, do ótimo entrosamento com o veterano Igor.

Foto: Alexandre Veronesi

Após a celebrada "Silkworm Confessions", o frontman questionou se o público gostaria de ouvir algo ainda mais pesado. Recebendo um óbvio coro positivo em resposta, e numa bem-humorada referência a isso, Sydorenko retirou os seus óculos como quem fizesse um verdadeiro rito de preparação, para assim dar início à colossal "Black Woods", única representante do álbum de estreia, "First Communion" (2010), na noite. A eletrizante "Here Come The Robots" veio na sequência para encapelar de vez a pista do Jai Club, logo dando lugar ao hino Stoner "I'm The Mountain", provavelmente a canção mais aclamada de todo o catálogo da banda, com a qual foi encerrado o set regular. Rapidamente, o trio retornou ao palco, e para o 'encore', tivemos "Low" e "Electric Mistress" - esta segunda apresentada em versão ligeiramente diferente da original, mais dinâmica - responsáveis por finalizar com classe e maestria os singelos (porém certeiros) 80 minutos de espetáculo.