No último sábado, os fãs paulistas da banda mineira Skank receberam na Audio Club o show que faz parte da mini-turnê da banda para comemorar os 20 anos de O Samba Poconé, terceiro disco do grupo e sem dúvida um dos mais premiados.
Abrindo a festa às 23h45, Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferreti se enveredaram pelo mais recente lançamento do grupo, Velocia, com as canções “A Noite” e “Do Mesmo Jeito” antes de começar o revival de fato. Das 11 músicas do trabalho, 8 tomaram corpo no show, ganhando versões ao
vivo que estavam na ponta da língua dos fãs mais ávidos, que cantavam e
dançavam como se não houvesse amanhã. A sequência pop “Garota Nacional”, “É uma Partida de Futebol” e “Tão Seu”, presentes
até hoje no repertório do grupo, garantiram a todos os presentes a
razão pela qual o trabalho merece uma turnê comemorativa.
Fechando o ciclo Poconé, Samuel e companhia voltaram
para a sequência de hits de seus discos posteriores, mas foram
interrompidos. Do lado direito do palco, uma sequência de placas criadas
pelos fãs mais saudosos da banda pediam algumas músicas de fora do
repertório. Uma delas, particularmente, pareceu tocar o coração de Samuel Rosa:
era de uma fã que, além de trazer nas mãos a capa do vinil do álbum
celebrado na noite, escreveu de próprio punho o cartaz pedindo “In(dig)nação”, canção do primeiro disco da banda, lançado em 1991.
Ao ver o cartaz, Samuel respondeu:
“Poxa… In(dig)nação! Que bela lembrança. É muito adequada para o
momento que o nosso país vive hoje, infelizmente…” e começou a cantar os
versos da música, puxando aos poucos, tanto o coro da banda que o
acompanhou no violão, quando o coro da plateia, ainda incrédula, que
repetia os versos “Indignação… indigna… indigna… nação”.O show se encaminhava para o final com sucessos de diversas épocas, como a inesquecível “Jackie Tequila” do começo da carreira e a mais recente balada pop do grupo, “Esquecimento”, também do Velocia, mas ninguém parecia cansado.
O tradicional BIS, que geralmente tem mais 2 ou 3 músicas, neste show ganhou mais corpo: 8 canções, entre elas “Tanto”, a versão para o clássico “I Want You”, de Bob Dylan, que reapareceu no setlist e uma palhinha de “Isn’t it a pity” de George Harrison,
nas palavras de Samuel Rosa, um dos maiores compositores de todos os
tempos. Ao final da festa, ninguém parecia muito cansado. Mais de 25
anos depois, o Skank ainda tem a vitalidade que uma
banda precisa para emocionar, animar e guiar uma boa festa, do jeito que
um revival tem que ser: emocionante.
Fonte: Tenho Mais Discos Que Amigos
Fotos e Texto: Rakky Curvelo
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