Época de bloquinhos de carnaval, e as pessoas não
falam de outra coisa: carnaval, carnaval, carnaval...o certo é que nem todos
prestigiam esse evento que infesta a cidade de urina, de oportunistas dos mais
variados tipos e de gente querendo encher a cara para aparecer. Para o bloco
dos que não aderem às marchinhas e afins, o Jai Club se tornou uma opção
bastante interessante para o domingo de pré-carnaval, pois na ocasião três
importantes formações do hardcore se apresentariam na casa para deleite dos
seus muitos seguidores. Os americanos do No Trigger fariam sua estreia por
aqui, enquanto que para os canadenses do Mute já seria a quarta aparição no
Brasil.
O 69 Enfermos ficou com a responsabilidade de abrir a noite – banda que
tem sede em Porto Alegre mas que foi fundada na Colômbia - fizeram uma
apresentação regular, mas dava para sentir um certo nervosismo no ar. O fato é
que o vocalista Dalin Focazzio havia feito recentemente uma cirurgia delicada
no olho e ainda está se recuperando. De qualquer forma, o destaque fica para “Fading
Way”, que tem uma levada com refrãos muito bem sacados. O público, que
inicialmente acompanhava a apresentação de forma discreta se aproximou do palco
para prestigiar a última música e já marcar território para a próxima atração.
Havia certa expectativa para a segunda atração da
noite, pois todos queriam ver o No Trigger em ação. O que deu para perceber,
foi o grande carisma por parte da banda que mesmo preparando os instrumentos
para a apresentação, não ignorou os fãs. E não demorou muito para a comoção
coletiva contaminar o local. O carismático vocalista Tom Rheault comandou a
diversão e o público não se fez de rogado – resultado: um grande show, onde o
que se viu foi uma apresentação empolgada por parte dos músicos que naquela
altura, era pura satisfação pela enorme receptividade. Seus quase vinte
anos de estrada, foram reverenciados por todo público que cantava cada canção
com a convicção de que o mundo acabaria naquele momento. O resultado não
poderia ser outro, os caras saíram ovacionados do palco. Depois dessa
experiência certamente não vão demorar a voltar.
A última atração da noite já possui grande intimidade
com o público brasileiro. Étienne Dione, enquanto preparava seu instrumento,
cumprimentava os que se aproximavam sem o menor sintoma de estrelismo. O
responsável pelas baquetas e pela maior parte dos vocais deu inicio a
apresentação se comunicando com o publico em um português quase perfeito,
motivo suficiente para deixar a galera eufórica. “Resistance” foi o estopim para que as mais
variadas expressões de felicidade fossem externadas (em se tratando de um show
de punk rock, o raro leitor já pode imaginar do que estou falando). Na
sequencia veio “Wolf´s Den”, que manteve o clima em alta. Bastava apenas as
musicas da banda para garantir a satisfação de seus seguidores, mas mandaram “Soulmate”
do No Use For a Name e quando todos achavam que o set havia terminado,
sacramentaram “Don´t Call Me White”, clássico do NOFX que encerrou a noite em
grande estilo. O Mute cumpriu seu papel com maestria!
Vale lembrar que a Solid Music já confirmou atrações
como Red Fang e Citzen para os próximos meses. Esse ano realmente promete!
Setlist:
Mute:
1- Resistance
2- Wolf´s Den
3- The Tempest
4- Nevermore
5- The Dagger
6- Allies
7- Fading Out
8- Soulmate (No Use
For a Name)
9- Santa Muerte
10- Bates Motel
11- Don´t Call Me White
(NOFX)
No Trigger:
1- Dried Piss
2- Neon National Park
3- Does it Again
4- The (Not So) Noble
Purveyors of The Third Of Fourth
5- My Woods
6- Checkmate
7- Sleeping Bag
8- You Said it
9- Fish Eye Lens
10- More To Offer
11- Owner Operator
69 Enfermos:
1- Intro
2-In The 90´s
3- Better World
4- Maribor
5- Fading Away
6- Choices Made
7- Be Smart
8- I See It
9- The Calling
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