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28 de setembro de 2025

De Papo Com...The Damnation

Foto: Rodrigo Noé de Souza 


Por Rodrigo Noé de Souza (Mtb 0090611/SP )

Agradecimento à Jéssica Marinho (Reverbera Music Media) pelo convite


Essa data, 11 de setembro, pode ser clichê, para muitos. Afinal, foi nessa data que aconteceu o atentado ao World Trade Center, quando dois aviões pilotados pelos terroristas da Al Qaeda chocaram nas duas torres gêmeas. Voltando mais para o presente, o STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes contra a democracia, além de tentar instaurar um golpe de estado.

E, também nessa data, aconteceu a audição, em primeira mão do novo disco da banda The Damnation, 'Eyes of Dispair', realizado no The Metal Bar, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Com um público, na maioria amigos e imprensa, ouvimos o disco, além dos comentários da líder Renata Petrelli, sobre as faixas compostas.

A Big Rock entrevistou a simpática Renata, sobre a concepção do disco, as participações especiais, a resistência feminina na sociedade, além de outras coisas. Confira a seguir:


Como foi a concepção do disco, sem falar que vocês tiveram mudanças de formação, como foi a gravação, até a finalização do disco?

Renata Petrelli: Bom, a mudança de formação aconteceu pouco depois do término da gravação, por mera questão de logística mesmo. A baterista, no caso era do Nordeste, e estava inviável mesmo fazer essa logística pra São Paulo. A questão da composição mesmo é muito precisa, no sentido, comparando com o anterior, de colocar ideias relacionadas à própria vida, que a gente vê em relação ao mundo, qualquer tipo de sensação de sentimento que a gente quer exterminar, então, a ideia das letras foi feita baseada nisso, de sentimentos internos, que a gente acha que a gente pode…que as pessoas de fora podem se identificar.


Você citou que, em uma das músicas, fala sobre uma mulher no Oriente Médio, que foi brutalmente assassinada, e fala sobre a resistência das mulheres na sociedade, no mundo todo. Como é que você vê, em relação aqui no Brasil?

Renata: Em relação ao Brasil, logicamente, comparado ao Oriente, o Ocidente, no geral, é um pouco melhor, mas, ainda assim, Brasil, e toda América Latina, que ainda tem muitos que são machistas, e o patriarcado em si, que a mulher, ela já vem com papel predisposto em relação à proporção de ter filhos, de cuidar de marido, dos pais, etc. Acho que está perdendo um pouco a força, mas ainda sente que tem muito para mostrar que a mulher pode fazer as mesmas coisas que um homem, mas, a ideia dessa música é justamente mostrar que tem um contraponto muito gritante entre o que a gente tem culturalmente, na questão do Ocidente, em relação ao Oriente. Eu não consigo nem pensar na ideia de querer sair num lugar, eu ter que estar vestido de uma maneira, de colocar uma burca, um jihab, no caso dela, e se eu não colocar direito, vou ser apedrejada, então, isso eu acho, na nossa cultura, completamente inconcebível, mas, se parar pra pensar, que, quando a gente sai na rua, a gente precisa pensar duas vezes de sair com uma saia, de sair um pouco mais maquiada ou uma coisa assim, e talvez chame a atenção de homens, falam elogios, às vezes educados, e muitas vezes não, ainda assim, infelizmente, tomar cuidado quando a gente sai na rua, pensando na nossa segurança. Então, ainda, incomoda muito, e eu acho que vai demorar, pelo menos, uns 20 ou 30 anos pra gente conseguir ter essa equidade, em relação a poder sair na rua, de não ter um tipo de perigo, só porque estamos vestindo a roupa que a gente quer, no nosso caso aqui no Brasil.



No disco, tem as participações das mulheres do Metal. Como foi a escolha?

Renata: Bom, todas elas são grandes amigas. A Mayara Puertas é minha amiga faz, praticamente, metade da vida dela, na verdade, então, ela também me deu aulas de vocal, a gente tem uma amizade bem próxima. A Dani também é minha amiga, uma das melhores amigas da Janaína, baterista que gravou. Fizemos uma amizade muito instantânea, e a Opus, de Minas, também fizemos amizade, logo de cara. As três são expoentes de estilos diferentes do Metal, então, a ideia desse álbum era, justamente, explorar a diferença que a gente pode ter num disco. Por ele ser, justamente, mais dinâmico, ter essas diferenças, de uma faixa pra outra. Porque, eu acho enriquecedor, quando um álbum tem nuances diferentes, não ser tudo a mesma coisa. Eu precisei chamar essas três pessoas diferentes do Metal.


Por ser uma banda totalmente feminina, no Brasil, tocando Metal, quais são os pós e os contras, pra se fazer música no Brasil?

Renata: Poxa, acho que estamos um pouco menospior, em relação ao que era 10 anos atrás, hoje tem tanto mulher quanto homem pode fazer Metal. Não é um gênero, ah, Metal feminino. Mas, sim, é Metal, ou e punk, hardcore enfim. Não é, em relação ao gênero do grupo, hoje em dia tá um pouco melhor, mas, tem algumas coisasque a gente ainda precisa trabalhar mais. Não sei se as meninas tem alguma coisa a dizer. Tá melhor, mas pode mudar.

Foto: Divulgação 

Eu gostaria de agradecer ao The Damnation, boa sorte à banda, e eu fiquei sabendo que vocês vão fazer um show de lançamento do disco, no dia 10 de outubro, no La Iglesia, que, inclusive, vai ser meu aniversário. Gostaria que vocês deixassem suas considerações finais. Fiquem à vontade.

Renata: Agora sim tem um sabor ainda mais especial, tem um grande apoiador fazendo aniversário no dia do show nosso, e, inclusive, fazendo a estreia de músicas do novo álbum, vai ser ainda mais especial.

Foto: Rodrigo Noé de Souza com as integrantes do The Damnation 

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