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4 de abril de 2018

Blixten: protagonismo feminino no resgate da sonoridade clássica do metal


Os modelos de tradição são essenciais para a manutenção da origem de sujeitos, grupos e comunidades. Suas pegadas, seus rastros, o conhecimento de onde vieram!
Para a comunidade metal, o Heavy Metal Tradicional, frente as sonoridades do contemporâneo, tem essa representação. O Metal Tradicional preserva o sentido original do estilo ao manter as raízes que lhe dão sustentação. O desenvolvimento estético do estilo ainda permitiu o desdobramento de outras tradições sonoras, como o Thrash 80’s ou o Death Metal Old School que também são símbolos de resistência frente a produção criativa do metal contemporâneo. No entanto, esses modelos de tradição também podem representar posturas exclusivas que transformam diferenças em desigualdades. Ou seja, dentro dos modelos de tradição nos diferentes segmentos como o Metal Tradicional, Thrash 80’s e o Death Metal Old School, pode haver uma incapacidade de compreender o diferente ou uma intolerância com a diferença.

Entre essas diferenças não se apoiam apenas questões estético-sonoras, mas sobretudo as mudanças ocorridas na sociedade em geral que também se reverberam para a comunidade metal. Uma delas é a maior participação da mulher na produção, difusão e consumo da cultura heavy metal. E é justamente nesse ponto que a banda Blixten faz a tradição se adaptar às transformações e às diferenças ao ser liderada por uma mulher, a vocalista Kelly Hipólito, ao mesmo tempo que resgata a sonoridade do heavy metal tradicional.

A Blixten é originaria de Araraquara, interior de São Paulo, e além de Kelly também é formada pelo guitarrista Miguel Arruda, o baixista Aron Marmorato e o baterista Murilo Deriggi.
Entre suas principais influências, o grupo cita nomes como Twisted Sister, Iron Maiden, Anthrax e Warlock, banda de Doro Pesch, talvez a principal representante feminina no segmento do metal tradicional de todos os tempos.

Ao lembrar de quando tudo começou, a vocalista Kelly Hipólito reconhece que houveram dificuldades adicionais pelo fato de ser mulher.
“Eu tive minha primeira banda aos 13 anos. Quem tocava comigo sempre dava apoio e não rolava preconceito, o problema mesmo era o pessoal de fora, que não me conhecia e já julgava simplesmente por eu ser mulher e liderar uma banda. Pensa comigo: uma garota de 13 anos, cara de bebê, com influências de bandas que pouquíssima gente conhecia, isso era a morte pros marmanjos que frequentavam a noite!”
Para Kelly, as mulheres que vieram antes dela no metal significaram uma fonte de inspiração e resistência.
“Sempre me agarrei nas minhas inspirações femininas como Doro Pesch, Lita Ford, Leather Leone, Joan Jett, Suzi Quatro, Lee Aaron, Ann Boleyn, entre tantas outras. Mas eu nunca quis ser igual a elas, mas sim ser lembrada como elas, como uma mulher forte, de atitude e inspiração para tantas outras mulheres vocalistas que estão por vir. E a Blixten surgiu dessa vontade, de sair de comum, de fazer algo verdadeiro, algo que eu sentisse prazer em fazer. E por sorte, e muita, muita procura, eu encontrei os caras certos para isso! Eu não estou fazendo música pra mim, nossa música é pra todos, sem fronteiras, sem militâncias, mas, ainda assim, quero que sirva de gatilho para muitas mulheres botarem cara a tapa e fazer aquilo que têm vontade, sem pensar no que o outro pode dizer.”
Depois de ter disponibilizado seu primeiro single “Like Wild” em Abril de 2017, e de ter realizado dezenas de shows, entre eles alguns de destaque como a participação no Festival Araraquara Rock de 2017, ocasião em que foi convidada para “representar a cidade e também a contribuição feminina para o rock”, a Blixten lança agora o EP “Stay Heavy”.
Gravado no estúdio Távola em Araraquara, o EP “Stay Heavy” reúne cinco canções autorais e inéditas: “Requiem Aeternam”, “Trapped In Hell”, “Stay Heavy”, “Maktub” e “Strong As Steel”, além de “Like Wild” como faixa bônus. 

“Stay Heavy” está disponível na íntegra nas principais plataformas digitais de música:
Spotify - https://goo.gl/U79hNV
iTunes – https://goo.gl/iqBE3Z
Napster - https://goo.gl/YvgyTw
Amazon - https://goo.gl/25DHjy
CD Baby - https://goo.gl/nWqJ11

Um vídeo para “Like Wild”, gravado ao vivo no Araraquara Rock, também está disponível no canal oficial da banda no YouTube: https://youtu.be/REnZcZSG2sw
Foto: Victor Sanches

Agradecimento: Eliton Tomasi - Som do Darma

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