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3 de abril de 2018

Red Fang incendeia São Paulo


Um final de semana bastante movimentado, principalmente por conta de um famoso festival que acontece anualmente na cidade, e que costuma trazer público de todo o país para prestigiar suas atrações. Pois se normalmente já é difícil promover shows de médio porte, imaginem ter que disputar atenção com um evento já consolidado e com grande suporte midiático? Pois é, certamente uma tarefa para poucos e destemidos.
O Vic Club, localizado na região central da cidade, foi o espaço escolhido para sediar o show de uma das formações mais festejadas da atualidade. Falo do Red Fang, que já tem bastante afinidade com o público brasileiro. Afinal, com essa já são três passagens pelo país. E assim, como na última aparição no festival Maximus (que atualmente hiberna, sem previsão de retorno), a razão principal desse giro é divulgar o ótimo “Only Ghost”, último álbum lançado pelos americanos. Como já é mais que tradição; um evento como esse é sempre uma boa oportunidade de bandas nacionais divulgarem seus trabalhos e alcançar um público maior. Forte Norte, Último Engano e Mad Sneaks foram as bandas escolhidas para aquecer “os motores” de uma noite que se tornaria memorável, como veremos adiante.

Foto: Roberio Lima

Infelizmente não consegui presenciar a apresentação do Forte Norte e peguei somente o finalzinho da performance do Último Engano; do que pude ver, os caras fazem um som com uma pegada mais Nu Metal com elementos do hardcore tradicional. Na sequência o Mad Sneaks subiu no palco com a convicção de que esse poderia ser o último show da banda. Falo isso, pois foi notável a entrega dos caras no palco. Agno Dissan (vocal, guitarra), estava possuído e agitava como um louco. Se houve alguém que não curtiu o show dos caras, não poderá acusá-los de omissão ou comodismo, pois além da performance insana, foi possível ouvir um som visceral. Ao final, Dissan destruiu sua guitarra e distribuiu alguns discos para o público (infelizmente não consegui pegar o meu). Um intervalo para que o palco fosse preparado para a atração principal e confesso que não testemunhava um clima como aquele já fazia algum tempo. O Vic Club estava completamente tomado por fãs da banda que vibravam com cada ajuste feito nos equipamentos. Bem, raríssimo leitor, a partir daqui, vou deixar a emoção falar por mim, pois só assim esse relato terá contornos mais honestos. Bryan Giles, Aaron Beam, David Sullivan e John Sherman, incendiaram o público e as camadas sonoras que eram emitidas do palco formavam uma onda de puro êxtase.

Foto: Roberio Lima


“Blood Like Cream” só foi o início de uma avalanche de petardo, que não deu descanso ao público. Aaron e Bryan dividem os vocais e, tanto um como outro, sabe como manter a audiência atenta. Muitas cervejas depois e com o pescoço já totalmente em frangalhos, eis que finalizam a apresentação com “Throw Up” do segundo álbum, “Murder The Mountains”. O fato é que estamos diante de uma safra primorosa de bandas que vem produzindo material de altíssimo nível, e o resultado é uma reposta maciça do público que não se fez de rogado e compareceu em peso ao Vic Club. Vale ressaltar a produção que fez um trabalho exemplar. O que resta agora é se preparar para mais uma aula com os mestres do Corrosion Of Conformity. E que não demore a chegar esse dia!!

Foto: Roberio Lima



Setlist Red Fang: 

Blood Like Cream
Malverde 
Crows In Swine 
Not For You 
Cut It Short 
No Air 
Into The Eye 
Antidote 
Wires 
Number Thirteen 
Sharks 
The Smell Of The Sound 
Dirt Wizard 
Files 
Prehistoric Dog

Encore:

Hank Is Dead 
Throw Up


Por: Roberio Lima
Agradecimento pelo credenciamento: Mike Willian - Solid Music Entertainment

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