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4 de agosto de 2018

Wacken Open Air - Resumo dos primeiros dias do festival

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air



Começou nesta quinta-feira (02) o maior festival de Heavy Metal: o Wacken Open Air, na Alemanha. O sol predominou nos dois primeiro dias de festival e a hidratação é o ponto alto, onde nem as centenas de cervejas que são vendidas no local são suficientes para cessar a sede, sendo necessário a boa e velha água para hidratar.

Foto: ICs Festival / Wacken Open Air


Falando um pouco sobre a estrutura do evento, a pequena cidade de Wacken com apenas 1.800 habitantes a 70 quilômetros de Hamburgo não tem trem para facilitar o acesso, então para chegar ao festival é necessário utilizar os ônibus disponibilizados exclusivamente para o Wacken. O custo da passagem é de 10 Euros e vale para todos os dias do festival. Churrasco alemão é o que não falta, mas nada parecido com o nosso e sim com diversas salsichas e linguiças típicas da região.
Por um probleminha de logística (atrasos no trem), nosso repórter Jair, chegou em Wacken bem tarde no primeiro dia do festival, conseguindo ver pouca coisa, inclusive alguns flashes da principal atração da noite, o Judas Priest.
O acampamento para passar a noite muito bem organizado, com banheiros e local para café da manhã. Uma infra estrutura muito bem organizada, por isso é considerado o maior festival do mundo.

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air
Na sexta-feira (03), segundo dia de festival, os principais shows começaram às 11hs, mas às 10hs algumas áreas já estavam disponíveis para visitar e conhecer o local. Locais curiosos como uma área baseada na estética da série de filmes Mad Max, com um público vestido à caráter e uma vila medieval, que juntas formam a “Wakinger Village”.
O Wacken tem oito palcos onde três são os maiores, com as principais atrações: o palco Faster, o palco Harder e o palco Louder.

A primeira atração do dia foi a banda alemã Dezperadoz, que se auto intitula Wester Metal. Formada em 2000, a banda mistura música típicas dos filmes de velho oeste com heavy metal. O segundo álbum da banda “The Legend and the Truth” é muito bem falado pela crítica. Em um show de 35 minutos no palco W.E.T., fizeram sucesso com os presentes principalmente as músicas “Rawhide”, “Helbilly Square” e “Ghost Riders in the Sky”.

Foto: Divulgação

Em seguida, a banda sueca Amaranthe fez sua apresentação no Wacken, no palco Louder. A banda foi formada em Gotemburgo, na Suécia em 2008 por Jake E e Olof Mörck (Dragonland, Nightrage). A banda tem a curiosa característica de ter três vocalistas: Elize Ryd faz o vocal feminino, enquanto Nils Molin substitui Jake E nos vocais limpos masculinos e Henrik Englund Wilhemsson faz os guturais. A banda tem grande sucesso e já tocou ao lado de grandes bandas como Megadeth, Motörhead e Hammerfall. Porém, a mistura de estilos, às vezes puxando para o pop, faz muita gente torcer o nariz. As canções “Hunger” e “Drop Dead Cynical” animaram muito a galera. Bônus para a banda que estava tocando com equipamentos emprestados, já que suas bagagens haviam sido extraviadas no vôo.

Cannibal Corpse fez um show em alto e bom som, literalmente. A banda de death metal estaduniense foi criada em 1988 em Bufallo, Nova Ioque e buscam inspiração em bandas de trash metal como Slayer e Kreator. O vocalista George Fisher parecia que iria quebrar o pescoço a qualquer momento, tamanha a vibração com as músicas.

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

Ao término, nosso repórter Jair deu uma pausa para recarregar as energias e seguir para a segunda parte da maratona de shows. Dois shows bem concorridos aconteceram ao mesmo tempo: Epica e Mr. Big. Jair acompanhou um pouco dos dois shows, sendo o primeiro do Epica que tem a vocalista Simone Simons com um dos destaques com sua voz marcante. Um show bastante competente da banda symphonic metal, que acabou de lançar um EP baseado nos anime Attack on Titan. Algumas pessoas reclamam das performances ao vivo de Simone de que a voz não é tão boa, mas não foi o que vimos.

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

Na metade da apresentação do Epica, Jair mudou para o palco onde se apresentava o Mr. Big. Normalmente, shows com solos instrumentais não dão muito certo em festivais, mas com o Mr. Big foi direfente: Paul Gilbert e Billy Sheehan apresentaram solos interessantíssimos, levando inclusive a duelos entre os dois exímios instrumentistas e ligando os solos com as músicas. O vocal de Eric Martin como sempre impecável e que conduziu o show todo com maestria, inclusive lembrando a galera para se hidratar, devido ao calor que fazia.

Houve também a banda de folk finlandesa Korpliklaani, que tem em seu line up um violinista e um sanfoneiro. É a única banda a não cantar em inglês ou alemão nos três palcos principais, já que sua música é em finlandês - e tinha alemão cantando! A sensação é de querer dançar com elfos e hobbits de O Senhor dos Anéis. A curiosidade é que eles tem uma ligação interessante com o Brasil: se chamavam Shaman até 2003. Devido às problemas com a banda brasileira Shaman (de ex-membros do Angra), ambas as bandas trocaram de nome em 2004 - o Shaman virou Shaaman por pouco tempo. “Tequila”, uma homenagem à América Latina, “Beer Beer” e “Vodka” foram as melhores recebidas, numa espécie de trilogia etílica.

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

Na sequência tivemos Firewind, Children Of Bodom e 2cellos. O Firewind é a banda principal do guitarrista grego Gus G, membro da banda solo do Madman Ozzy Osbourne. A banda faz um power metal competente, ainda que manjado. O baterista Johan Nunez ter se recuperado da contusão que o tirou da mais recente turnê de sua outra banda, o Kamelot.

A curiosidade para o 2cellos era  grande, visto que a banda consiste de cellos e uma bateria, sendo conhecida por versões de músicas de todo espectro musical. Uma curiosidade sobre o Wacken é que, com tanto palco, é inevitável que se tenha 3, 4 ou até 5 shows acontecendo ao mesmo tempo. Nós três palcos principais, enquanto uma banda toca no Faster, outra toca no Louder, que são separados pelo Harder no meio. Acabando os shows no Faster e no Louder, começa um show no Harder.
Isso raras vezes atrapalha, mas afetou bastante o som do 2cellos para quem estava na metade mais próxima do show do Children of Bodom. O trio clássico fez um show interessante, mas infelizmente ofuscados pelo som do palco ao lado do Children que estava bem alto. 2cellos apresentam clássicos de bandas como White Stripes, Nirvana e Coldplay, nada muito metal como pedia o evento. Covers de Michael Jackson e AC/DC, por outro lado, levantaram o público, que parecia não saber como reagir nas outras músicas.

Foto: ICS Festival / Wacken Open Air

O show da banda de metal sinfônico Nightwish estava extremamente lotado, não dava nem para se movimentar. A banda fez uma aparição gigantesca no Palco Faster e apresentou seus maiores clássicos, como parte da turnê da coletânea Decades, que contém sucessos das três fases da banda, com as vocalistas Tarja Turunnen, Anette Olzon e a atual Floor Jansen. Floor, aliás, é o ponto alto do show e a melhor frontwoman que o Nightwish já teve. Não tão operática como a primeira vocalista e nem tão pop quanto a segunda, Floor faz bem os sucessos de ambas, mas é na sua empolgação com o que canta que ela ganha a platéia: Floor Pula, grita, dança, bate cabeça e se diverte muito no show. Não há como não se contagiar.

Foto: Divulgação

O Running Wild, banda alemã, entrou pós-Nightwish para um público menor e que reagiu pouco.
O In Flames incendiou o local, quase literalmente, já que fotógrafos de veículos internacionais reclamaram do calor excessivo causado pelas constantes pirotecnias do grupo. O público não se importou.

Foto: Divulgação

Com um palco belíssimo, imitando os vitrais de uma igreja, e sua banda de anônimos Nameless Ghouls, o vocalista Cardinal Copia (Tobias Forget), finalizou a noite em um show que se iniciou quase 2 da manhã.


Por: Jair Cursiol Filho

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