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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
Começou
nesta quinta-feira (02) o maior festival de Heavy Metal: o Wacken Open Air, na
Alemanha. O sol predominou nos dois primeiro dias de festival e a hidratação é
o ponto alto, onde nem as centenas de cervejas que são vendidas no local são
suficientes para cessar a sede, sendo necessário a boa e velha água para
hidratar.
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Foto: ICs Festival / Wacken Open Air |
Falando
um pouco sobre a estrutura do evento, a pequena cidade de Wacken com apenas
1.800 habitantes a 70 quilômetros de Hamburgo não tem trem para facilitar o
acesso, então para chegar ao festival é necessário utilizar os ônibus
disponibilizados exclusivamente para o Wacken. O custo da passagem é de 10
Euros e vale para todos os dias do festival. Churrasco alemão é o que não
falta, mas nada parecido com o nosso e sim com diversas salsichas e linguiças
típicas da região.
Por um
probleminha de logística (atrasos no trem), nosso repórter Jair, chegou em
Wacken bem tarde no primeiro dia do festival, conseguindo ver pouca coisa,
inclusive alguns flashes da principal atração da noite, o Judas Priest.
O
acampamento para passar a noite muito bem organizado, com banheiros e local
para café da manhã. Uma infra estrutura muito bem organizada, por isso é
considerado o maior festival do mundo.
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
Na
sexta-feira (03), segundo dia de festival, os principais shows começaram às
11hs, mas às 10hs algumas áreas já estavam disponíveis para visitar e conhecer
o local. Locais curiosos como uma área baseada na estética da série de filmes
Mad Max, com um público vestido à caráter e uma vila medieval, que juntas formam
a “Wakinger Village”.
O Wacken
tem oito palcos onde três são os maiores, com as principais atrações: o palco
Faster, o palco Harder e o palco Louder.
A
primeira atração do dia foi a banda alemã Dezperadoz, que se auto intitula
Wester Metal. Formada em 2000, a banda mistura música típicas dos filmes de
velho oeste com heavy metal. O segundo álbum da banda “The Legend and the
Truth” é muito bem falado pela crítica. Em um show de 35 minutos no palco
W.E.T., fizeram sucesso com os presentes principalmente as músicas “Rawhide”,
“Helbilly Square” e “Ghost Riders in the Sky”.
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Foto: Divulgação |
Em
seguida, a banda sueca Amaranthe fez sua apresentação no Wacken, no palco
Louder. A banda foi formada em Gotemburgo, na Suécia em 2008 por Jake E e Olof
Mörck (Dragonland, Nightrage). A banda tem a curiosa característica de ter três
vocalistas: Elize Ryd faz o vocal feminino, enquanto Nils Molin substitui Jake
E nos vocais limpos masculinos e Henrik Englund Wilhemsson faz os guturais. A
banda tem grande sucesso e já tocou ao lado de grandes bandas como Megadeth,
Motörhead e Hammerfall. Porém, a mistura de estilos, às vezes puxando para o
pop, faz muita gente torcer o nariz. As canções “Hunger” e “Drop Dead Cynical”
animaram muito a galera. Bônus para a banda que estava tocando com equipamentos
emprestados, já que suas bagagens haviam sido extraviadas no vôo.
Cannibal
Corpse fez um show em alto e bom som, literalmente. A banda de death metal
estaduniense foi criada em 1988 em Bufallo, Nova Ioque e buscam inspiração em
bandas de trash metal como Slayer e Kreator. O vocalista George Fisher parecia
que iria quebrar o pescoço a qualquer momento, tamanha a vibração com as
músicas.
Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
Ao
término, nosso repórter Jair deu uma pausa para recarregar as energias e seguir
para a segunda parte da maratona de shows. Dois shows bem concorridos
aconteceram ao mesmo tempo: Epica e Mr. Big. Jair acompanhou um pouco dos dois
shows, sendo o primeiro do Epica que tem a vocalista Simone Simons com um dos
destaques com sua voz marcante. Um show bastante competente da banda symphonic
metal, que acabou de lançar um EP baseado nos anime Attack on Titan. Algumas
pessoas reclamam das performances ao vivo de Simone de que a voz não é tão boa,
mas não foi o que vimos.
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
Na
metade da apresentação do Epica, Jair mudou para o palco onde se apresentava o
Mr. Big. Normalmente, shows com solos instrumentais não dão muito certo em
festivais, mas com o Mr. Big foi direfente: Paul Gilbert e Billy Sheehan
apresentaram solos interessantíssimos, levando inclusive a duelos entre os dois
exímios instrumentistas e ligando os solos com as músicas. O vocal de Eric
Martin como sempre impecável e que conduziu o show todo com maestria, inclusive
lembrando a galera para se hidratar, devido ao calor que fazia.
Houve
também a banda de folk finlandesa Korpliklaani, que tem em seu line up um
violinista e um sanfoneiro. É a única banda a não cantar em inglês ou alemão
nos três palcos principais, já que sua música é em finlandês - e tinha alemão
cantando! A sensação é de querer dançar com elfos e hobbits de O Senhor dos
Anéis. A curiosidade é que eles tem uma ligação interessante com o Brasil: se
chamavam Shaman até 2003. Devido às problemas com a banda brasileira Shaman (de
ex-membros do Angra), ambas as bandas trocaram de nome em 2004 - o Shaman virou
Shaaman por pouco tempo. “Tequila”, uma homenagem à América Latina, “Beer Beer”
e “Vodka” foram as melhores recebidas, numa espécie de trilogia etílica.
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
Na
sequência tivemos Firewind, Children Of Bodom e 2cellos. O Firewind é a banda
principal do guitarrista grego Gus G, membro da banda solo do Madman Ozzy
Osbourne. A banda faz um power metal competente, ainda que manjado. O baterista
Johan Nunez ter se recuperado da contusão que o tirou da mais recente turnê de
sua outra banda, o Kamelot.
A
curiosidade para o 2cellos era grande,
visto que a banda consiste de cellos e uma bateria, sendo conhecida por versões
de músicas de todo espectro musical. Uma curiosidade sobre o Wacken é que, com
tanto palco, é inevitável que se tenha 3, 4 ou até 5 shows acontecendo ao mesmo
tempo. Nós três palcos principais, enquanto uma banda toca no Faster, outra
toca no Louder, que são separados pelo Harder no meio. Acabando os shows no
Faster e no Louder, começa um show no Harder.
Isso
raras vezes atrapalha, mas afetou bastante o som do 2cellos para quem estava na
metade mais próxima do show do Children of Bodom. O trio clássico fez um show
interessante, mas infelizmente ofuscados pelo som do palco ao lado do Children
que estava bem alto. 2cellos apresentam clássicos de bandas como White
Stripes, Nirvana e Coldplay, nada muito metal como pedia o evento. Covers de
Michael Jackson e AC/DC, por outro lado, levantaram o público, que parecia não
saber como reagir nas outras músicas.
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Foto: ICS Festival / Wacken Open Air |
O show
da banda de metal sinfônico Nightwish estava extremamente lotado, não dava nem
para se movimentar. A banda fez uma aparição gigantesca no Palco Faster e
apresentou seus maiores clássicos, como parte da turnê da coletânea Decades,
que contém sucessos das três fases da banda, com as vocalistas Tarja Turunnen,
Anette Olzon e a atual Floor Jansen. Floor, aliás, é o ponto alto do show e a
melhor frontwoman que o Nightwish já teve. Não tão operática como a primeira
vocalista e nem tão pop quanto a segunda, Floor faz bem os sucessos de ambas,
mas é na sua empolgação com o que canta que ela ganha a platéia: Floor Pula,
grita, dança, bate cabeça e se diverte muito no show. Não há como não se
contagiar.
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Foto: Divulgação |
O
Running Wild, banda alemã, entrou pós-Nightwish para um público menor e que
reagiu pouco.
O
In Flames incendiou o local, quase literalmente, já que fotógrafos de veículos
internacionais reclamaram do calor excessivo causado pelas constantes
pirotecnias do grupo. O público não se importou.
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Foto: Divulgação |
Com
um palco belíssimo, imitando os vitrais de uma igreja, e sua banda de anônimos
Nameless Ghouls, o vocalista Cardinal Copia (Tobias Forget), finalizou a noite
em um show que se iniciou quase 2 da manhã.
Por: Jair Cursiol Filho
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