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2 de outubro de 2019

Setembro Negro Festival - Carioca Club – São Paulo (SP), 08/09/2019 (Terceiro Dia)

Foto: Roberio Lima

O terceiro e último  dia do Setembro Negro Festival, reservou ainda  mais emoções para os incansáveis headbangers que como eu, ainda nutriam uma grande ansiedade para conferir as atrações escaladas para o domingão de sol agradável. 
Novamente o Carioca Club abriu suas portas por volta de 13h para que o público fosse ocupando o local. Duas lendas do metal nacional foram escaladas para abrir os trabalhos do dia e fizeram bonito. Pathologic Noise e Impurity, coincidentemente duas entidades do metal mineiro trouxeram ao palco do Carioca Club a fúria que consagrou suas respectivas carreiras. 

O Pathologic Noise teve a incumbência de ser a primeira atração do terceiro dia do evento com seu Brutal Death Metal, destilando sons como “Carbonized In The Microwave” e “Putrefactor”. Simplesmente uma ode ao caos! 
O Impurity veio logo na sequência, e trouxe seu black metal classudo para um público que ia crescendo gradativamente. Ram Priest (vocal), coordenava o ritual com “March To Hell” e que com o passar do tempo, ia se desenrolando com “The excommunication” e “Cemetery Eyes”. A horda mineira deu seu recado e ainda preparou terreno para a atração seguinte. 
O Svarttjern que veio diretamente da Noruega para infestar o ambiente com seu Black metal satânico e blasfemo, deu ao público presente uma das melhores performances do dia. Contando com Hansfyrste (vocal) e uma linha de frente com HaaN (guitarra, ex- Carpathian Forest) e Fjellnord (guitarra), deram aula de putrefação (Hansfyrste tocou todo ensanguentado, e algumas fontes dão conta de que o vocalista se banhou com sangue de algum animal...). 
O Night Demon, Power trio californiano, formado por Jarvis (baixo/vocais), Armand (guitarra) e Dusty (bateria), deram o contra peso do dia, pois até então a ‘disgraceira’ predominava. Com um Speed/Heavy metal  eficiente, trouxeram ao Carioca Club aquele clima saudosista, onde o “air guitar” deu as cartas. O metal mais tradicional e os vocais mais classudos infestaram a parte interna do Carioca, e quem passava em frete ao recinto, ouvia nitidamente o som da banda. Encerraram a apresentação com “Wasted Years ” do Iron Maiden... nem precisa dizer que foram ovacionados! 
O Dead Congregation restabeleceu o caos no recinto com seu som brutal e sem firulas. Os gregos conquistaram a atenção dos presentes sem fazer muito esforço. Era muito fácil ouvir os comentários positivos a respeito da banda. Os organizadores exploraram todas as extremidades do globo terrestre para trazer atrações de alto nível para a décima terceira edição do festival. Nesse caso, a Grécia marcou presença com muito destaque! 

Foto: Roberio Lima

As coisas foram ficando cada vez mais interessantes, e não por acaso, o Midnight não deixou pedra sobre pedra. A “One Man Band” se torna um trio em apresentações ao vivo. E além de seu fundador Althenar (baixo/vocal), SS (bateria) e Commando Vanik (guitarra) completam a formação. A partir do momento em que o trio entrou em ação, não me contive e fiquei no gargarejo juntamente com os demais fãs da banda, que queriam extravasar a energia emanada do palco. Que apresentação meus amigos!! Ouvir “Satanic Royalty” foi o ápice de uma apresentação perfeita. Nessa altura do campeonato, já não estava nem um pouco preocupado com as dores no pescoço e confesso que naquele momento era preciso intensificar a situação para que as lembranças desse show não fossem esquecidas facilmente. 
As duas próximas atrações já possuem uma história antiga com a produtora do evento. Mesmo já tendo visitado o país em mais de uma oportunidade. Não há dúvidas que Monstrosity e Incantation geravam enorme expectativa entre o público que compareceu ao festival. O Monstrosity, como já era de se esperar, foi impiedoso com a audiência. Ainda divulgando o último disco; “The Passage Of Existence”(2018), trouxe o  Death metal técnico e brutal bem conhecido pelos seguidores da banda. Não há o que falar de um set list que contou com pérolas do estilo como “Abysmal Gods” e  “The Angel’s Venom”. Aliás, quem tem na coleção o “Live Extreme Brasilian”, clássico disco  ao vivo, gravado na Fofinho; sabe que estamos falando de uma banda com altíssimo gabarito. Que voltem sempre!

Foto: Roberio Lima

Penúltima atração do Setembro Negro, o Incantation me fez assistir à apresentação ‘literalmente’ do camarote. Essa atitude foi imprescindível para ter a real dimensão do que estávamos prestes a testemunhar. John McEntee (guitarra/vocal), encabeça uma das maiores instituições do Death Metal que se tem notícia. Os músicos que completam a formação, são Sonny Lombardozzi (guitarra), Chuck Sherwood (baixo) e Frank Schilperoort (bateria). Os caras passaram por outros países da América do Sul e chegaram a São Paulo afiados. Iniciaram o set com “Entrantment Of Evil” do clássico “Onward to Golgotha”(1992). A partir daí, parece que o tempo passou rápido demais... e quando me dei conta, já estavam “Ibex Moon”! Para finalizar a apresentação que já entrou para a  história, mais uma do clássico do álbum de 1992, “Profanation”. O Incantation certamente não tem o merecido reconhecimento do grande público, mas é uma sumidade quando falamos do Death metal puro e viceral. Uma apresentação impecável que encheu os olhos daqueles que assim como eu, aguardavam ansiosamente a aparição dos americanos. Definitivamente saiam do conforto das “rádios rock” e explorem o ‘lado obscuro da força’. 
Está claro que a décima terceira edição do Setembro Negro poderia ter terminado no parágrafo anterior, mas como já sabemos, ainda teríamos o Cirith Ungol para encerrar a edição  de 2019. A clássica formação, surgida no final de 1971 na cidade de Ventura, Califórnia. Deu o final épico para um evento irretocável. Robert Garven (bateria), circulava desde o sábado entre os fãs, tirando fotos e dando autógrafos. Já quando incorpora seu instrumento, multiplica de tamanho e marca o ritmo épico das canções da banda. Vi muito marmanjo com seus indefectíveis coletinhos de patch, indo as lágrimas com sons como “Join The Legion” e “Frost & Fire”. E o final da festa foi sacramentado com “Paradise Lost”, música que caiu como uma luva para encerrar o Setembro Negro. 

Antes de encerrar esse relato, não podemos deixar de registrar o enorme profissionalismo e respeito que a produção do evento teve com público e imprensa. Uma verdadeira aula para quem vislumbra trabalhar no ramo de entretenimento. E já podemos comemorar, pois a edição de 2020 já foi confirmada!! O lado negro da força agradece....


Por: Roberio Lima

Agradecimento pelo credenciamento: Luciano Pianotnni - Lanciare Comunicação

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