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| Foto: Divulgação |
Era uma manhã da primavera europeia de 2020 quando Esa Holopainen atendeu seu celular que vibrava energicamente. Depois dos cumprimentos normais, a pessoa do outro lado da linha foi direto ao assunto: “Esa, não é o momento certo para começar a trabalhar em seu álbum solo?”.
A gentil voz por trás desta pergunta pertence a Nino Laurenne, renomado produtor musical e proprietário do estúdio Sonic Pump. Esa Holopainen nem precisou pensar muito, o extraordinário guitarrista já sabia a resposta.
Vamos avançar então para o início de 2021. Esa Holopainen está sentado em um confortável sofá do Sonic Pump. Seu primeiro álbum solo, lançado sob o nome artístico de SILVER LAKE, acaba de ser masterizado por Svante Forsbäck (Rammstein, Volbeat, The Rasmus). "Há anos venho pensando em fazer meu próprio disco e a chamada de Nino veio na hora certa”, concorda Holopainen. "Quero dizer, quando Nino, que acabou produzindo e mixando o álbum, abriu esta caixa de Pandora, a pandemia mundial já havia destruído os planos para 2020 e eu estava totalmente ciente do fato de que eu tinha muito tempo livre em minhas mãos. Portanto, não demorou muito para eu entender que finalmente havia chegado a hora de fazer algo sozinho... Pela primeira vez em três décadas!”.
Desde 1990, Esa Holopainen é o guitarrista principal de uma das bandas mais inovadora da cena heavy metal, o AMORPHIS. Graças à beleza de álbuns clássicos como "Tales from the Thousand Lakes", "Elegy" e "Skyforger", as magníficas habilidades para criar atmosferas encantadoras e riffs inovadores de Holopainen tornaram-se amplamente conhecidas no circuito mundial do gênero.
"Nos últimos anos, tenho escrito muitas músicas e algumas delas não soam exatamente como Amorphis. Quando Nino me ligou no final de março, eu já tinha três músicas de Silver Lake na gaveta. Estas faixas, intituladas "Sentiment", "Ray of Light" e "Promising Sun", funcionaram como a espinha dorsal para o álbum solo".
Embora a gravação do álbum já estivesse acontecendo, algumas questões importantes ainda estavam sendo discutidas. "No início, eu realmente não sabia se o álbum seria puramente instrumental ou se haveria vocalistas também. Porém, uma coisa era certa, eu não seria o vocalista do SILVER LAKE", ri Holopainen e acrescenta: "Mas, naturalmente, como compositor, sempre tento manter as estruturas musicais tradicionais – verso, refrão e assim por diante – enquanto escrevo. Enfim não demorou muito para decidir que deveria convidar alguns vocalistas também. Muitas vezes, quando as pessoas pensam em um álbum solo de um guitarrista, pensam em músicas técnicas com uma grande quantidade de notas tocadas de forma extremamente rápida. Bem, eu não sou um grande fã deste tipo de música. Sempre que escrevo, quero fazer músicas interessantes e não apenas mostrar minhas habilidades com o instrumento”.
Foi assim que, pouco tempo depois, a intensa busca pelos vocalistas começou. "Eu comecei a perguntar a alguns dos meus amigos de longa data e vocalistas favoritos se eles estariam disponíveis”, diz Holopainen. "Felizmente, não demorou muito para artistas soberbos como Anneke van Giersbergen (ex-The Gathering, VUUR), Björn "Speed" Strid (Soilwork), Einar Solberg (Leprous) e Jonas Renkse (Katatonia) falarem que ficariam felizes de juntar-se ao projeto”.
E como foi trabalhar com estes vocalistas durante a pandemia? "Nem é preciso dizer que, na maioria das vezes, trabalhamos de forma remota em nossos próprios estúdios. Todos os vocalistas são professionais até a medula, então não houve nenhum problema. Alguns dos vocalistas quiseram escrever suas próprias letras e linhas melódicas e para outros, eu escrevi mais ou menos tudo. Não escrevo nenhuma letra para o AMORPHIS, mas foi uma experiência muito agradável trazer algumas palavras para o meu próprio álbum. Falando um pouco sobre as letras, abordei temas que incluem problemas sérios de saúde mental, por exemplo, e também tenho me inspirado muito na natureza. Existem outros assuntos também...”
O SILVER LAKE também traz uma boa surpresa para os fãs do AMORPHIS. "Como tinha falado, eu queria trabalhar com cantores que eu respeito muito. Tomi Joutsen, o vocalista do Amorphis, é uma pessoa adorável e um vocalista fenomenal, então foi óbvio convidá-lo para o meu álbum. E como esperado, Tomi fez um trabalho brilhante em uma das músicas mais pesadas do disco, intitulada "In Her Solitude"". Existem também algumas surpresas musicais no álbum. "Por exemplo, a faixa "Storm" apresenta algumas influencias das guitarras dos anos 1980 do Dire Straits aqui e ali”, ri Holopainen.
"A performance vocal do renomado cantor sueco Håkan Hemlin, também conhecido como Nordman, é absolutamente fascinante! E por falar em surpresas, o artista finlandês Vesa-Matti Loiri é possivelmente o mais inesperado de todos. Talvez para os estrangeiros, o nome de Loiri não pareça familiar, mas para cada finlandês, Vesa-Matti Loiri é simplesmente uma lenda. “Vesku" faz uma narração muito poderosa na música "Alkusointu" – que significa "Aliteração” em português – e sua voz é simplesmente perturbadora!”
Já foram mencionadas “performances mais pesadas” e “vibes Dire Straits”, mas como Esa descreveria o material do SILVER LAKE no quadro geral? "Em primeiro lugar, o álbum é muito diverso. O SILVER LAKE não pode ser comparado ao AMORPHIS, porém no material de ambas as bandas, AMORPHIS e SILVER LAKE, há coisas minhas... Então, eu não ficaria surpreso se alguns fãs conseguirem ouvir algumas semelhanças distantes aqui e ali”, pondera Holopainen. "Eu quero salientar que quando estávamos trabalhando no material do SILVER LAKE, não havia limites. Nem um pouco. E como resultado, algumas das músicas são realmente mais pop e algumas outras muito mais pesadas”.
O SILVER LAKE ainda está em fraldas, mas Esa já está de olho no futuro. "Estou extremamente feliz com o álbum do SILVER LAKE, então um segundo álbum solo é definitivamente uma ideia tentadora! No entanto, não há planos concretos, então só temos que esperar...”
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Um lançamento da parceria Nuclear Blast/Shinigami Records.
Agradecimento: Shinigami Records
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