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27 de outubro de 2021

De Papo Com... Muqueta Na Oreia

Foto: Divulgação


Nosso amigo, CEO da Pedrock Press e colaborador Big Rock, Pedro Pellegrino, bateu um papo super descontraído com o pessoal da banda Muqueta Na Oreia. E coloca descontraído nisso, afinal, Pedro é amigo da galera da banda há tempos...

Pedro conversou sobre o novo álbum, 'brasileiros', lançado em 22 de outubro em todas as plataformas digitais, e sobre o futuro com a retomada de apresentações ao vivo. 

Confira!



Big Rock: Muqueta na Oreia, muito obrigado pela entrevista. Desde o lançamento do "Blatta" (2013), o segundo trabalho da banda, muitos acontecimentos tivemos nesse país: mudanças de presidente, impeachment, manifestações a favor e contra a quase tudo, políticos continuam roubando, nada acontece, e os "brasileiros" (2021), nome do novo disco do Muqueta, sofrem ainda mais. Gostaríamos que vocês nos contassem a longa trajetória da banda, de 2013 até o lançamento do novo CD.

Cris: Fala galera do BIG ROCK N´ ROLL, é um prazer estar aqui falando com vocês! O Muqueta na Oreia surgiu em 2007, meio que uma brincadeira entre amigos, onde a ideia seria tocar covers de bandas que gostamos muito como Sepultura, Pantera, Slipknot entre outras.

Mas desde o primeiro ensaio já apareceu o conceito do nome Muqueta na Oreia, ideia do nosso vocal Ramires retirada de uma fita K-7, que ele tinha ganhado há muito tempo do seu amigo Juan. Nesta fita haviam músicas de bandas como Sepultura, Pantera, Anthrax, Slayer... Quando fui convidado para tocar baixo na banda, no primeiro dia de ensaio levei um rascunho de arranjo e dali saiu nosso primeiro som autoral “Lobisomem em Lua Cheia”. Lógico que durante nossa trajetória até o lançamento do nosso primeiro álbum “Lobisomem em Lua Cheia” (2010) rolou muita coisa como mudanças na primeira formação; no início eram duas guitarras, daí houve a saída do guitarrista Thomas, pouco tempo depois a saída do baterista Victor, que estava de mudança para Alemanha até que o Henry assumiu as baquetas e, desde então, estamos com a mesma formação até hoje. 

São quase 15 anos nesta formação, passamos por poucas e boas, mas o disco “Lobisomem em Lua Cheia” abriu várias portas para a banda, como todo o restante do material lançado na época como videoclipe, site...

Em 2013, lançamos nosso segundo álbum “Blatta”, que foi muito bem-recebido. Conseguimos abrir vários shows para nomes importantes como Korzus, Raimundos, Made in Brazil, Dead Fish, Claustrofobia, Project46, JohnWayne, Olho Seco, entre outros, além de shows como headliner.

A banda evoluiu muito até aqui, demoramos um pouco para lançar este novo álbum, mas, na minha opinião, valeu muito a pena esperar. Lógico que todo ocorrido nos últimos anos também contribuiu com a demora, mas estamos supercontentes com o resultado e confiantes de que não iremos decepcionar os fãs do Muqueta.



Big Rock: Nesse novo álbum podemos encontrar um pouco de tudo: revolta, vingança, porrada, religião, sarcasmo, batucada, sangue no zóio, drogas, teoria da conspiração, e a luta do guerreiro: que é o brasileiro. Vocês escolheram muito bem o tema das letras. Elas vieram antes ou foram se encaixando nas composições?

Ramires: Em quase todas nossas músicas as letras vêm depois do instrumental pronto. Sinto o que o arranjo quer passar, a própria música conta a história e eu procuro passar isso pro papel. Acredito que assim o processo criativo fica mais orgânico e verdadeiro.

Foto: Divulgação


Big Rock: Algumas músicas já eram conhecidas pelos fãs como "Revolta" e "Samba de Maria". Como é esse intercâmbio com os apreciadores da música do Muqueta; muitas vezes o fã ajuda ou atrapalha na elaboração de um novo disco?

Cris: Tudo que fazemos é pensando neles, já que sem eles não somos nada! Sei que precisamos agradar a todos, mas sabemos que isso nunca será possível até mesmo por que ninguém é perfeito (risos). Na minha opinião, o fã sempre ajuda, não existe satisfação melhor do que ter um show lotado e ver a galera insana curtido o seu trabalho; isso não tem preço! Sempre no final dos shows conversamos muito com a galera que curte o nosso som e conseguimos ter um feedback muito positivo. Estamos recebendo muitos elogios dos últimos singles lançados e isso é um forte indício que esse novo álbum está muito bom e atendendo ao que os fãs do Muqueta curtem.



Big Rock: Mais uma vez vocês gravaram no estúdio Muqueta Records, em Embu das Artes (SP). Bruno Zito (guitarrista da banda) é o responsável pela gravação, mixagem e masterização dos três álbuns da banda. Em time que está ganhando não se mexe?

Cris: Sempre fomos muito chatos em relação as gravações, algumas experiências no início da banda com estúdios não foram das melhores, até mesmo pelo custo. Daí veio a atitude de por em pratica uma antiga ideia, equipar nosso próprio estúdio para gravação. A grana que iriamos investir para gravar um álbum com o grau de exigência que queríamos daria para investir no nosso próprio espaço e foi isso que fizemos. Desde o primeiro álbum, o resultado foi surpreendente, várias resenhas com notas positivas, isso nos deixou ainda mais confiantes. De 2010 até agora, a banda investiu muito quando falamos no quesito gravação, principalmente o Bruno Zito que se dedicou em estudar e aprimorar muito mais seu conhecimento. O resultado está em “brasileiros”, que na minha opinião, ficou f@#$ o trampo.

Foto: Divulgação

Big Rock: Quais foram as bandas que vocês estavam ouvindo quando estavam compondo o novo material?

Ramires: A gente sempre ouve coisas diferentes um do outro e estamos sempre mudando nossas playlists. Então não sei dizer ao certo, mas gosto muito de Fantômas, Maximum the Hormone, Mutantes. O Cris é chegado nas modas de viola, o Henry vai de Kataklysm à Djavan, e o Bruno é muito fã de blues. Essa mistura é que dá todo o tempero no som do Muqueta. (risos).



Big Rock: Quais foram as dificuldades que vocês enfrentaram nessa pandemia? Com o cancelamento de vários shows, o Muqueta teve que se reinventar? 

Cris: Assim como todo o mundo, tivemos que nos reinventar e com o Muqueta não foi diferente. É muito triste o momento que ainda estamos enfrentamos e temos que aprender a viver esse tal novo normal, se é assim que podemos dizer. Como não podíamos fazer shows, decidimos concentrar em finalizar o disco, que já estava praticamente 95% gravado. Durante o período de pandemia surgiu a ideia das lives nas redes sociais e deu tão certo que ficamos por 1 anos fazendo as lives com transmissão simultânea no Instagram, Facebook e YouTube. Falamos com muita gente, desde músicos que somos fãs, produtores, jornalistas, fotógrafos, roadies, várias pessoas ligadas à música. Isso sem contar os festivais online, lançamentos dos singles, lyric vídeos e collab com artistas ilustres como Alírio Netto (Shaman/Queen Extravaganza), Digão (Raimundos) e Thor Moraes (Malta) na homenagem ao Pantera. 



Big Rock: A gravação de um videoclipe está na pauta da banda? Vocês ainda acham que é importante fazer um videoclipe?

Cris: Sim, claro! Como diz o ditado: “quem não é visto, não é lembrado” (risos). É importante a banda possuir a sua identidade visual e um videoclipe faz parte disto! 

Ramires: O videoclipe representa visualmente as histórias das músicas e é essencial para a divulgação do disco. Estamos em início da produção do videoclipe de “é na porrada” com o talentoso fotógrafo e videomaker Caike Scheffer. Com certeza será uma bela obra.



Big Rock: Com as novas tecnologias: streams, etc, por que lançar um álbum físico?

Cris: Há muito tempo não se ganha com CD, mas ele continua fazendo parte do trabalho. Existem muitas pessoas que ainda consomem este tipo de material e como disse anteriormente, a banda precisa ter sua identidade visual assim como um vídeoclipe é com o CD. Lógico que existem muitas pessoas que não tem nem onde ouvir, mas já ouvi vários relatos de pessoas que tem o CD para ler as letras enquanto ouvem por streams. Este tipo de material também pode ser trabalhado de várias formas, serve como um cartão de visitas ou um fazer parte de um kit ao adquirir qualquer outro merchandising da banda... existem várias oportunidades diferente de se trabalhar.



Big Rock: Agora com a pandemia melhorando um pouco, a população já vacinada, pretendem fazer uma turnê? O Nordeste tem uma história legal com o Muqueta. Como foram os shows naquela região?

Ramires: Temos excelentes lembranças do festival Palco do Rock, em Salvador/BA. A galera lá é um exemplo do que é representar o rock brasileiro. Os shows por lá sempre são INSANOS! Agora a ideia é tocar em todos os lugares possíveis e inimagináveis. Queremos rodar o país todo. Cair na estrada e quebrar tudo a cada cidade.



Big Rock: Valeu pela entrevista, Muquetada. Deixem uma mensagem para os leitores do Big Rock N’ Roll.

Ramires: Muito obrigado pelo espaço, pelas excelentes perguntas e por apoiarem a nossa cena de forma tão apaixonada. Muito obrigado a todos que leram esta entrevista e espero que curtam as músicas do nosso novo álbum “brasileiros”. Fizemos este disco com muito amor e carinho (risos). Valeeu!!!



Muqueta Na Oreia na internet:

https://www.instagram.com/muquetanaoreia

https://www.facebook.com/muquetanaoreia

http://www.youtube.com/muquetanaoreia


Por: Pedro Pellegrino

Agradecimento: The Ultimate Music - PR

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