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6 de dezembro de 2021

Album Reviews: Epica - Omega Alive (2021)

Foto: Reprodução
Gravadora: Nuclear Blast



Por: Jair Cursiol Filho - Repórter Big Rock


A banda holandesa Epica lançou em 3 de dezembro o seu quarto disco ao vivo, Omega Alive (estilizado como Ωmega Alive na capa). Antes de começar, devo deixar muito claro que este review é do áudio (CD), gentilmente cedido pela Nuclear Blast, gravadora da banda e não do vídeo (DVD/BluRay).

Omega Alive é fruto dos tempos em que vivemos: sem poder fazer turnês, várias bandas fizeram super produções para streaming, várias delas testando o conceito de se pagar por um show online. Com o material parado após a transmissão, o próximo passo lógico acaba sendo usar como lançamento físico/digital. Foi o caso, por exemplo, de PORTALS, álbum dos ingleses do TesseracT e é o que acontece aqui, com um material que deveria representar um show da turnê do mais recente disco de estúdio, Omega. Se você leu o meu review dele, talvez se lembre que é, na minha humilde opinião, o melhor disco da banda desde The Divine Conspiracy (2007). Na verdade, três de suas músicas ficaram no meu Top 5 de mais escutadas no Spotify em 2021!

Foto: Divulgação


Com tudo isso, estava bastante curioso com o resultado desse "ao vivo em estúdio". E pra ser bastante sincero, como um amante de discos ao vivo, sinto falta da interação com o público, do som mais sujo inerente ao formato. O som super-produzido da banda acaba fazendo com que samples sejam utilizados em muitas músicas e sem a sujeira do ambiente de show, ficam poucas diferenças do trabalho de estúdio em várias músicas. 

Curiosamente, é justamente essa característica que favorece (e muito) a vocalista Simone Simons. Diferentemente do que costumam fazer nos discos de estúdio, os coros aqui não engolem sua voz, que pode ser ouvida com muito mais clareza. Uma escolha acertada é deixar a holandesa soltar a voz praticamente sozinha na versão à capella de "Rivers", presente no EP Omegacoustic ao invés da versão com instrumentos presente no disco de estúdio.

Além de "Rivers", entram neste lançamento outras cinco músicas de Omega (sem contar a introdução): "Abyss of Time - Countdown to Singularity" e "The Skeleton Key", que abrem esta bolacha na mesma sequência do disco de estúdio e mantém aqui as suas qualidades; "Kingdom of Heaven Pt. 3", colocada propositalmente após a parte 1, do já clássico disco Design Your Universe; “Freedom - The Wolves Within”, que continua grudenta; e “Omega - Sovereign of the Sun Spheres”, que aqui fecha o disco, repetindo o padrão do estúdio de começar com Alpha e terminar com Omega.

As outras 8 faixas são um passeio pelos sucessos da banda: "Unchain Utopia", "Obsessive Devotion", "In All Conscience", "Victims of Contingency", a já citada "Kingdom of Heaven Pt. 1", "Once Upon A Time", "Cry for the Moon" e a grudenta (no bom sentido) "Beyond the Matrix".


Foto: Divulgação


Como em todo disco ao vivo ou compilação, sempre faltam músicas que este ou aquele fã gostaria, mas ao final, Omega Alive tem uma seleção sólida, com óbvio foco no álbum de estúdio atual (afinal, o que esperar de um disco ao vivo que tem o mesmo nome do de estúdio?).

No fim do dia, enquanto obra de áudio (lembrando que este review é apenas do CD e não do DVD), Omega Alive é mais para fãs da banda do que para o público em geral. A obra de vídeo, contudo, parece ser uma produção única. Indico uma olhada nas 4 músicas disponibilizadas no YouTube (https://www.youtube.com/playlist?list=PLGC_zhmBV1bd-xqqsf3ykpjxOP2yT8tBw) caso você esteja em dúvida sobre a compra.


Nota: 7.5/10

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