Big Rock N' Roll - Pensou em rock, pensou Big Rock!: Album Reviews: Kerry King

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Por: Alexandre Veronesi - Colaborador Big Rock N' Roll

Após a dissolução do lendário Slayer, em 2019, muito se especulou sobre o futuro de KERRY KING, pois já era amplamente sabido que, ao contrário de Tom Araya, o guitarrista não estava a favor da aposentadoria, e naturalmente iria seguir fazendo música pesada, de uma forma ou de outra. Pois bem, a resposta para essa questão veio somente 5 anos depois, no início de 2024, quando King lançou oficialmente a sua carreira solo, junto ao single "Idle Hands" - que prontamente dividiu opiniões - e o anúncio do aguardado álbum de estreia, "FROM HELL I RISE" (disponibilizado em 17 de Maio), do qual trataremos aqui.

O plantel escolhido por King para acompanhá-lo nesse novo projeto dispensa grandes apresentações, pois se trata de um verdadeiro "dream team" do gênero: Mark Osegueda (Death Angel) nos vocais, Phil Demmel (ex-Vio-lence e Machine Head) na segunda guitarra, Kyle Sanders (HellYeah) no baixo, e o companheiro de longa data Paul Bostaph (Slayer, ex-Exodus e Forbidden) atrás do kit de bateria.

Após a breve faixa instrumental "Diablo", que abre com uma pegada Heavy Metal tradicional, temos "Where I Reign", rápida e letal, seguida pela arrastadona "Residue", canção predecessora de "Idle Hands", que como dito anteriormente, foi a grande responsável por apresentar a empreitada solo de King ao mundo - apesar de não figurar entre as melhores do trabalho. "Trophies Of The Tyrant" traz um interessante "Q" de "South Of Heaven", além de uma eficaz progressão de andamento ao final, enquanto "Crucifixation" retoma aquele Thrash cru e veloz, com breves quebras instrumentais em sua segunda metade; vem então a curta e sombria "Tension", que logo dá lugar à "Everything I Hate About You", com seus gloriosos 1 minuto e 21 segundos de puro ódio. Após a cadenciada e um tanto genérica "Toxic", recebemos "Two Fists", que surpreende logo de cara por tratar-se de uma música levemente moderna, tendo uma vibe mais Rock N' Roll, e contando até com certo "groove" - guardadas as devidas proporções, que fique claro - algo impensável a esta altura do campeonato. Chegamos então à trinca final, composta por duas pedradas Thrash padrão, "Rage" e a faixa-título "From Hell I Rise", e "Shrapnel", mais longa e de andamentos variados, servindo como uma espécie de síntese dos pouco mais de 46 minutos da audição.

Concluindo, "FROM HELL I RISE" entrega aquilo que promete. É um bom disco de Thrash Metal, mas nada muito além. Com exceção de alguns momentos pontuais, o álbum pode ser considerado como uma continuação moral da banda que consagrou KERRY KING, e decerto irá agradar àqueles que clamavam por um eventual sucessor para "Repentless", o derradeiro trabalho do Slayer, de 2015.