Segundo dia de C6 Fest termina com fãs emocionados e shows inesquecíveis

Foto: Canivello Comunicação

C6 Fest - Parque do Ibirapuera - São Paulo/SP - 19 de maio de 2024

Por Mayara Abreu

Fotos gentilmente cedidas por Canivello Comunicação

O segundo dia de C6 Fest iniciou com as aberturas dos portões uma hora antes do dia anterior, dessa vez, às 13h. O dia amanheceu nublado em São Paulo, porém ao chegar no Parque Ibirapuera, o sol já estava esquentando para animar mais uma tarde de muitos shows e experiências únicas. O público que havia ido no primeiro dia prontamente se acomodou nas áreas de descanso do festival, já quem estava indo apenas no domingo se surpreendeu com a estrutura do festival. Logo na entrada era possível observar a surpresa dos fãs ao visualizarem o palco e a infraestrutura montada no parque.

Jair Naves inaugurou a Tenda Metlife no domingo, mais conhecido por seu trabalho na cena underground por ter sido vocalista da banda Ludovic por 10 anos, resolveu seguir carreira solo e se tornou figura relevante no meio da cena musical independente. Poucas pessoas estavam presentes no festival, por isso, a tenda estava com pouca gente para ouvir suas canções. Os fãs puderam assistir a performance de canções de seus três álbuns solo, como “No fim da ladeira, entre vielas tortuosas” e “Araguari II”, músicas em que era possível ouvir o público que o estava prestigiando.

Squid, banda inglesa de pós-punk de Brighton, na Inglaterra, entrou logo em seguida para a realização de sua performance tão desejada por um público caloroso, que esperavam por anos a banda pisar em solos brasileiros. Quem estava na tenda prestigiando a banda pela primeira vez se surpreendeu ao ver que Ollie Judge era o cantor e também baterista da banda. Guitarras, teclado, baixo e bateria combinam tanto quanto as melodias ousadas, os longos solos de guitarra e a tensão rítmica - pela qual a banda é tão conhecida por implementar em suas criações, “Narrator” deixou os fãs em êxtase, que balançavam a cabeça sem parar, “The Blades” foi a última música que mostrou o quanto o público se surpreendeu com a explosão que Squid trás em uma apresentação ao vivo.

Foto: Canivello Comunicação

A dupla americana de hip-hop alternativo, Paris Texas, foi a primeira a se apresentar na Arena Heineken no domingo. Um show pesado, com um rap brutal e ritmos diferentes em cada música, surpreendeu o público que não tirou o pé da arena. “Everybody’s Safe Until” uma das músicas mais conhecidas da dupla, incendiou a plateia que pulava e acenava com as mãos, entregues ao rap-punk. O encerramento foi com uma grandiosa e inesquecível roda punk em “PANIC!!!”, um show que não vai sair da memória de quem assistiu.

Foto: Canivello Comunicação

Noah Cyrus foi atração da tenda MetLife do C6 Fest no meio da tarde e iniciou sua apresentação mostrando que é muito mais do que apenas “irmã mais nova da Miley”. A plateia gritava o nome de Noah e ansiavam pela sua entrada no palco que iniciou com a emocionante “Noah (Stand Still)”, uma mistura de pop com a música country. A cantora agradeceu olhando nos olhos de fãs que sabiam todas as letras e se entregavam com palmas, gritos e bandeiras do Brasil demonstrando todo carinho por ela. Hits como “I Got So High That I Saw Jesus” e “I Burned LA Down” mostram todo talento de Noah Cyrus que soube ocupar o palco e se emocionou com tanto carinho que recebeu no público brasileiro.

Foto: Canivello Comunicação

Os horários dos shows entraram em conflito entre a Arena Heineken e a Tenda Metlife, única insatisfação reportada pelo público que queria prestigiar todas as bandas presentes no evento, mas tiveram que escolher uma só de cada horário.

Cat Power, cantora e compositora estadunidense tão aclamada pelo público indie, realizou o show “Cat Power canta Bob Dylan”, projeto que apresenta as músicas do cantor exatamente como ele fez na turnê de 1966. A primeira parte é acústica, onde ela se apresentou mostrando muito preparo com sua voz afinada, e depois veio uma segunda parte, mais energética com solos de guitarras em evidência. It's All Over Now, Baby Blue", "Mr. Tambourine Man", "The Balad of a Thin Man" e "Like a Rolling Stone" hipnotizaram o público, que entregou um coro emocionante à cantora.

Foto: Canivello Comunicação

Pavement, em sua segunda turnê de reunião, encheu a Tenda MetLife, com pessoas esbarrando umas nas outras para ver a banda cada vez mais de perto. O show foi emocionante do começo ao fim, logo na primeira canção “Grounded” a banda fez uma homenagem à Fernanda Azevedo, produtora mineira que dedicou sua vida à cena da música independente. A plateia aplaudia e berrava em todos os refrões, em momentos que mesmo próximos das caixas de som, era possível ouvir o coro se sobressair. Stephen Malkmus parecia se divertir, girando a guitarra em seu pescoço e convidando o público para cantar os refrões, além de observar a banda que se surpreendia ao olhar os fãs com tanta alegria e letras na ponta da língua. O ponto alto foi em “Gold Soundz” e “Stereo”, com fãs pulando e gritando “Pavement, Pavement, Pavement”. Quando o show acabou, sorrisos estavam estampados no rosto de todos. A reunião nostálgica e inesquecível marcou o público presente para sempre.

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Daniel Caesar, headliner da última noite e ganhador do Grammy, começou sua apresentação com imagens no telão dele fazendo uma oração com a banda, ainda no camarim, antes de iniciar sua apresentação. Com um público emocionado, os gritos e aplausos emocionaram o cantor, que se conectou de forma tão profunda com todos. “Best Part” fez com que a projeção na parede do auditório mostrasse casais se declarando e fãs secando lágrimas, foi um momento de sensações indescritíveis, porque ouvir Daniel e sua banda de três músicos extremamente afinados, era como ouvir as músicas no spotify, sem ruídos, um som perfeito. Ao final do show, a mesma câmera que o filmou orando no início da apresentação segue Daniel até o camarim, onde ele encontra um casal com um bebê. O casal diz que era o primeiro show do bebê, e que se conheceram ouvindo a músicas do cantor. No sofá do camarim ele apresenta a última canção do show, “Streetcar” na versão voz e violão, sendo acompanhado pelo telão por uma multidão que teve o privilégio de estar presente nesse show inesquecível, até que o músico disse "tamo junto, obrigado" e encerrou os shows do festival.

Foto: Canivello Comunicação

C6 Fest mostrou que uma curadoria tão madura e diferenciada conseguiu atingir um público que já anseia pela próxima edição nas redes sociais do próprio festival. O novo e popular se encontrou e encantou o público.

Agradecimento à Canivello Comunicação pelo credenciamento.