Roland Grapow - Manifesto Bar - São Paulo/SP - 18 de julho de 2024
Por Paula Cavalcante (eyeofodin.photo)
Fotos: Paula Cavalcante (eyeofodin.photo)
O guitarrista Roland Grapow, da banda Masterplan, ex-Helloween, retornou ao país seis meses depois de sua última passagem. A Big Rock N' Roll acompanhou o show que rolou no Manifesto Bar, em São Paulo, na última quinta-feira dia 18 de julho.
Pouco antes das 20hs, horário em que seriam abertas as portas da casa, uma fila modesta de pouco mais de 20 pessoas já aguardava do lado de fora curtindo o ar gelado de uma noite de inverno paulistana, um clima muito diferente do calorão que fazia em janeiro quando Grapow se apresentou por aqui.
A abertura das portas ocorreu com cerca de 15 minutos de atraso.
Logo na entrada havia um stand com o merchandising de Grapow, com destaque para as camisetas que eram de fato, muito bonitas. O primeiro da fila, um senhor empolgado, vestindo uma camiseta do Helloween, correu para garantir seu lugar ao lado palco para ver seu ídolo bem de perto e ali permaneceu até o fim do show.
Formada em 2018, a banda Allenkey, liderada pela vocalista Karina Menasce, já é conhecida pela maioria do público pois recentemente foi responsável pela abertura dos shows de bandas consagradas na cena, como Angra. A casa ainda estava “ vazia “ como era de se esperar em uma quinta-feira, o pequeno público presente no entanto, fez questão de apoiar a banda ainda que de maneira discreta.
"Granted" abriu o setlist, seguida de “Interlúdio Piano“ e “Straw House“, quando a vocalista brincou dizendo que estava limpinha e que o público podia chegar mais perto do palco. “Ilusionism“, “Death from above“ e “Sleepless“ deram sequência. Em mais um momento de interação com o público, Karina perguntou quem ali gostava de Lady Gaga! Uma parte do público que já havia aumentado de número a essa altura, se entre olhou sem entender!
“Como assim Lady Gaga ? Isso aqui è show de rock!“ disse um rapaz que estava ao meu lado. Eu como já havia acompanhado a banda em outras ocasiões sabia exatamente do que ela estava falando. Karina tranquilizou a galera dizendo que era uma versão diferente! E então o hit “Judas“ de Lady Gaga, começou com acordes poderosos combinada a presença de palco explosiva da vocalista, pra convencer todo mundo de que era sim um baita show de rock e quem levantou a sobrancelha no começo foi visto cantando no final!
“Apathy“ , “Mr Whiny“ e “The Last Rhino“ fecharam a noite de mais uma apresentação belíssima da Allenkey.
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Foto: Paula Cavalcante |
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Foto: Paula Cavalcante |
Mas todos estavam ali para ver pela primeira vez ou talvez novamente, a estrela da noite, Roland Grapow.
Durante a breve pausa para preparação do palco, o público aumentou consideravelmente e claro, se aglomeraram do lado do palco onde Grapow estaria! O simpático Grapow subiu no palco acompanhado pelo mesmo time de músicos: João Luiz ( Golpe de estado ) nos vocais, Marcus Dotta ( Metalium, Tim Reaper, The Heathen Scythe, About 2 crash) na bateria, Fábio Carito ( Metalium ) no baixo e Affonso Júnior na guitarra.
Como da última vez a canção “Mr Torture“ do Helloween, foi a escolhida para dar o start, seguida de “Spirit never Dies“ do Masterplan, “The Chance“ e “Back from my life“. “Estou muito feliz por estar novamente aqui com vocês“, disse Grapow com um largo sorriso de satisfação.
Entre uma música e outra, ele sorria muito, interagia com o público e aproveitava para dar mais um gole na cerveja. O público aproveitou o clima intimista para pedir música, puxar uma conversa com o guitarrista e definitivamente estava tão satisfeito quanto Grapow por estar ali. A música “The time of the oath“ foi cantada em coro e era hora de Grapow trocar de guitarra para “Escalation 666“, ele aproveitou para falar mais sobre a guitarra que o acompanhava há tanto tempo e dar uma checada no setlist porque segundo ele não se lembrava qual música seria a próxima, o que arrancou risadas do público.
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Foto: Paula Cavalcante |
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Foto: Paula Cavalcante |
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Foto: Paula Cavalcante |
“Kind Hearted Light“, “The Dark Ride“, “The Departed ( sun is going down )" e “After the war“ mantiveram o show no mais alto nível. Assim como ocorreu em janeiro quando também me coube a observação, o vocalista João Luiz teve a sua performance prejudicada pelo uso excessivo do telemprompter para a leitura das letras e dessa forma não conseguiu interagir tanto com o público embora a qualidade da performance vocal seja indiscutível.
Foi a vez então de Ricardo Peres, assumir os vocais para a música “Push“ alguns presentes gritaram seu apelido: Pipoca! Pipoca! Foi quando o baterista ameaçou começar a tocar sendo interrompido por Grapow! “Opa, dá tempo de eu dar mais um gole na minha cervejinha! “ disse Grapow e todos caíram na risada. Com Grapow devidamente hidratado, o show continuou e Ricardo Peres simplesmente brilhou!
“A tale that wasn’t right“ foi executada de maneira impecável e deixou o público, e eu, de boca aberta! Fábio Carito esbanjou talento no baixo enquanto Affonso Júnior acompanhou Grapow com maestria.
E então mais um convidado subiu ao palco para “Eagle fly free“ e “I want out“ que por si só já incendeiam qualquer plateia, mas o vocalista Victor Emeka ( Hibria ) com seu incomparável carisma e sua presença de palco consegue colocar qualquer apresentação em outro patamar e foi isso que aconteceu!
Grapow até brincou dizendo “ele soa como alguém que a gente conhece né ?“
Infelizmente mais um grande show de Grapow estava caminhando para o fim mas ainda tinha tempo para mais um convidado, Samyr Morgue, amigo pessoal de Grapow assumiu a guitarra para a execução da faixa “Heroes“ que contou com a presença de todos os convidados no palco.
Grapow então avisou que a noite estava chegando ao fim, arriscou mais um solo a pedido da plateia e continuou sorrindo! “Future worl “! gritou alguém e Grapow respondeu : “Ah! Você quer ouvir essa? Mas não, infelizmente não!“
Grapow fechou a apresentação com “Crawling from Hell“ do Masterplan para um público que não queria se despedir.
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Foto: Paula Cavalcante |
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Foto: Paula Cavalcante |
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Foto: Paula Cavalcante |
Quando eu penso que ele já se apresentou para plateias gigantescas como a do festival Wacken Open Air e vejo ele ali em um espaço menor, sorridente por estar mais perto dos fãs eu tenho a certeza de que é sobre fazer o que se ama para 30 mil ou para 30 pessoas e que deve ser incrível sentir o carinho dos fãs e saber que aquelas pessoas te admiram embora o seu auge já tenha passado.
Me atrevo a dizer que se Roland Grapow decidisse voltar na semana que vem, o público estaria lá, porque eu, com certeza estaria.
Setlist:
Mr. Torture
Spirit Never Die
The Chance
Back for My Life
The Time of the Oath
Escalation 666
Kind Hearted Light
The Dark Ride
The Departed (Sun Is Going Down)
After This War
Deliberately Limited Preliminary Prelude Period in Z
Push
A Tale That Wasn't Right
Initiation
Eagle Fly Free
I Want Out
Heroes
Crawling From Hell
Agradecimento à TC7 Produções pelo credenciamento e Manifesto Bar pela atenção.
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