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23 de julho de 2024

Tuska Festival - Dia 2

Foto: Jesse Kämäräinen


Por Giovanna Marques (correspondente Big Rock na Finlândia)

Fotos: Entropia Photography / Jan Trygg / Jesse Kämäräinen / Miika Storm


Este ano, a Big Rock N' Roll esteve presente no Festival Tuska: o maior festival de metal da Finlândia e um dos maiores dos países nórdicos. O festival acontece na capital Helsinki e é destino de headbangers, metaleiros e amantes de música pesada do mundo inteiro. Este ano, o festival aconteceu nos dias 28 a 30 de junho e tivemos a sorte de estar em um clima ótimo, com dias quentes e de sol!

(Para ver a review do dia 1 clique AQUI.)


Sábado, dia 29 de junho de 2024, o festival começou mais cedo, com as primeiras bandas tocando a partir das 13h13. As bandas que abriram os trabalhos de sábado foram os finlandeses do Rytmihäiriö no palco secundário Radio City e a banda Ankor, de metal alternativo da Catalunha, no palco secundário Open Air II.

Como mencionado na review do dia 1, infelizmente temos que escolher as atividades e bandas que iremos assistir, já que, em um festival de tamanho porte, diferentes shows e atividades ocorrem ao mesmo tempo.

Tivemos meia hora para dar uma rápida olhada no show do Rytmihäiriö e de cara percebemos a empolgação dos locais com a banda, que se autointitula "surmacore": uma mistura de hardcore, thrash metal, atitude punk e letras que falam sobre crimes.

Em seguida, fomos rumo à atividade mais aguardada (sem contar os shows) do festival: a tour de imprensa.

Foto: Jesse Kämäräinen

Foto: Giovanna Marques


Sábado foi um dia extremamente especial, pois alguns profissionais de imprensa, que foram credenciados para cobrir o evento, tiveram a oportunidade de fazer uma tour pelo festival. E a equipe da Big Rock N' Roll foi uma das selecionadas para a tour! Guiados pelo diretor do evento Eeka Mäkynen e por Maria Uusitalo, host de mídia do festival, visitamos os diferentes ambientes que fazem parte da experiência do festival, como a feira de paganismo, onde podíamos encontrar desde livros sobre a filosofia Wicca até sabonetes veganos oficiais da banda Ghost, passando por sessões de cartomancia. Tivemos também a chance de visitar a parte do festival onde vários artistas tatuadores faziam sessões ao vivo e também a pequena capela onde, naquele mesmo dia, ocorreu o primeiro casamento dentro do festival. Seguimos então em direção ao palco principal do evento, onde tivemos a oportunidade de visitar o backstage e assistir à banda dinamarquesa de metal progressivo, Vola, tocar.

Conhecemos por dentro a estrutura de um palco tão importante e ficamos sabendo de detalhes sobre o funcionamento do festival e o esforço envolvido para a realização de um evento desse porte. Quando vamos aos festivais como público, na maioria das vezes não nos damos conta da quantidade enorme de pessoas necessárias para fazer esses eventos acontecerem: desde o recebimento do material para construção de palcos (Sim, durante o verão europeu existe uma grande escassez de palcos para os festivais e shows, sendo necessário importar as estruturas por navio) até as pessoas envolvidas na manutenção de equipamentos, limpeza, produção de comida e segurança, o esforço financeiro e de mão de obra fica evidente quando voltamos a atenção para aqueles que fazem o festival acontecer.

O diretor também explicou como ocorreu o processo de ampliação do festival para que fosse possível receber o maior público de toda a história do evento: naquele mesmo dia, o Tuska recebeu 23 mil pessoas!

A tour terminou no prédio onde ocorreu o Tuska Forum, um fórum de discussão entre artistas e podcasters (inclusive do Brasil!) sobre temas que permeiam o mundo do metal, sua cultura e atualidades no meio.

Terminada a tour, chegou a hora de seguirmos rumo ao palco principal para assistir à lendária banda de metal finlandesa Tarot. A banda foi fundada no começo dos anos 80 pelos famosos irmãos Hietala: Marko (sim, o do Nightwish, agora em carreira solo) e Zachary, e é considerada uma das primeiras bandas de heavy metal da Finlândia. O show foi alegre e empolgante e nos deu a sensação de superação a momentos tristes que fazem parte da vida: No ano de 2016, o Tarot anunciou que seu baterista Pecu Cinnari faleceu devido a complicações de uma doença de longa duração (esclerose lateral amiotrófica) e, logo após o ocorrido, a banda entrou em um longo hiato. Até que, em março de 2023, a banda se reuniu durante o verão para uma apresentação e anunciou que estão de volta “à ativa” produzindo novo material e agendando novos shows. Esperamos que o Tarot siga forte e ativo por muitos anos!

Foto: Giovanna Marques


Em seguida, fomos rumo ao palco Open Air II para assistir à banda de power metal Sonata Arctica. A banda tocou seus maiores sucessos e fez o público cantar junto em quase todas as canções. Em alguns momentos, o vocalista Tony Kakko simplesmente parava de cantar e apontava o microfone para o público continuar a música. A banda tocou seus maiores hits, incluindo “I Have A Right”, “Fullmoon”, “Tallulah” além de “First in Line” do seu último lançamento. O show foi melancólico e animado na mesma medida.

Foto: Miika Storm Photography, Entropia Photography 


De volta ao palco principal, chegou a hora dos finlandeses do Amorphis mostrarem seu potencial. O público lotou a área do show e cantou junto com as tão esperadas canções. A banda enfrentou problemas técnicos graves em algumas músicas, mas contornou a situação com profissionalismo, mostrando claramente que aquela estava longe de ser a primeira vez que enfrentavam turbulência. O ano de 2024 marcou a 12ª vez que o Amorphis se apresentou no Tuska e, todo ano, a banda está na lista das mais desejadas pelo público para o ano seguinte. O setlist foi celebrado pelos fãs e a banda fechou o show com “House of Sleep”. Depois de muita gritaria, a banda voltou para o encore e tocou “The Bee” e uma canção do seu último lançamento intitulada “My Name Is Night”. Mais um show do Amorphis no Tuska realizado com sucesso.

Foto: Entropia Photography, Miika Storm Photography

Em seguida, o destino era o palco KVLT. O palco KVLT é normalmente destinado a bandas locais e pequenas, mas no sábado à noite, recebia a banda de doom metal progressivo The Abbey. A banda conta com um line-up incrível, com gigantes do metal finlandês como Vesa Ranta (Sentenced, The Man-Eating Tree, Cemetery Skyline), Jesse Heikkinen (Benighted in Sodom, Hexvessel, Phallosopher), Janne Markus (Sacred Crucifix, The Man-Eating Tree, Poisonblack) além de Henri Arvola (Orge Rampage) no baixo e Natalie Koskinen nos vocais (Shape of Despair, Jonne). O setlist foi praticamente o seu álbum de estreia “Word of Sin” (lançado em 2023) inteiro, ficando de fora somente a faixa “Old Ones: Prequel”. O concerto foi obscuro, melancólico e pesado, como todo show de doom deve ser, e deixou o público ansioso por mais. Esperamos um lançamento em breve!

Rumo novamente ao palco principal, chegou a vez de vermos o headliner da noite: Bring Me The Horizon. A banda inglesa de metalcore alternativo lotou o local, onde só se via um mar de gente. O show cheio de efeitos especiais e pirotécnicos chamou a atenção positivamente de todos os presentes, mesmo os que não são fãs do gênero. A banda encerrou o show com palavras de carinho e gratidão e deixou todo mundo com vontade de mais música!

Foto: Miika Storm Photography, Entropia Photography 

Foto: Jesse Kämäräinen

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