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22 de setembro de 2024

Universal Music lança em vinil duplo “Acústico: Novos Horizontes”, do Engenheiros do Hawaii, álbum cultuado pelos fãs da banda

Foto: Divulgação


Cultuado pelos fãs, “ Acústico: Novos Horizontes ”, da banda Engenheiros do Hawaii, é daqueles discos que ganha melhor avaliação a cada década que passa. Editado originalmente em CD e DVD, em 2007, ele ressurge agora, 17 anos depois, em vinil duplo, via Universal Music. 

O álbum está disponível na UMusic Store: https://www.umusicstore.com .


Curiosamente, o formato permite um corte narrativo interessante na experiência do ouvinte, bastante em sintonia com as concepções progressivas/classic rock de Humberto Gessinger, líder da banda. Ele recentemente elogiou o trabalho nos seguintes termos: “ Se tivesse que rever todas as obras do grupo, ‘Novos Horizonte’ é a única em que eu não mexeria em nada ”.

“ Acústico Novos Horizontes ” coroou uma fase predominantemente “desplugada” do grupo — mais que uma fase, toda uma parte importante da essência do trabalho dos Engenheiros. Depois do grande sucesso de “ Acústico MTV ”, que saiu no final de 2004, eles seguiram promovendo o disco com um show naquele formato por dois anos. Ao longo desse tempo, Humberto Gessinger se aprofundou nas investigações com bandolim e piano, comprou uma viola caipira e, empolgado, montou um repertório novo, usando tudo o que aprendeu.

Com Humberto em voz, violão (seu Di Giorgio “de hóspedes”), viola caipira, piano, bandolim e harmônica (gaita no Rio Grande do Sul é outra coisa), a formação da banda em 2007 incluiu Fernando Aranha no violão, Bernardo Fonseca ao baixo, Gláucio Ayala na bateria e nos vocais de apoio e Pedro Augusto nos teclados. A gravação aconteceu em 30 e 31 de maio de 2007, no antigo Palace (na época Citibank Hall), na capital paulista, diante de fãs, sem celebridades na plateia.

O repertório traz nove temas até então inéditos e nove releituras. A faixa-título, “Novos Horizontes”, dá nova chance a uma balada lançada em 2000 (no álbum “ 10.000 Destinos ”). Entre as novas, destacam-se a groovada “Vertical”, o lamento folk de perplexidade “Guantánamo”, com gaitinha dylaniana , “No Meio de Tudo, Você” e “Não Consigo Odiar Ninguém”, esta última inspirada pelo começo da era das redes sociais. Na atualíssima “Cinza”, sobre aquecimento global, Carlos Maltz, ex-baterista e cofundador da banda, participa, se arriscando num rap. Com levada de rock básico, “A Onda”, gravada originalmente no disco “ Humberto Gessinger Trio ” (1996), traz outra participação especial , a filha de Humberto, Clara Gessinger. Ela canta também o número seguinte, o sucesso “Parabólica”, que foi consumido quando era bebê (lançado em 1992).

Humberto costuma dizer que vê as canções como formas vivas, e curte muito mexer nos arranjos. Mas seus experimentos seguem uma linha conceitual com ourivesaria, distantes dos exercícios de desconstrução à moda de Bob Dylan. “Toda Forma de Poder”, por exemplo, é reinventada em outro punch , mas não desfigurada, em mistura com “Chuva de Containers” no recheio e na finalização. As disciplinas à harmônica (aí, sim, dylanianas ) são trunfos em "Simples de Coração". “Alívio Imediato” e “Piano Bar” também ressurgiram em ótimas versões. No encerramento, fiel ao plano gessingeriano de colocar o público no centro do trabalho dos Engenheiros, “Pra Ser Sincero” se descortina para o coro dos fãs, buscando a emoção máxima da experiência de quem esteve lá. Como devem ser todos os discos ao vivo.


Pedro Só

Setembro de 2024


Agradecimento: Universal Music Brasil

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