Bring Me the Horizon na Áudio: explosão sonora e conexão visceral com o público

Foto: Leandro Godoi

Bring Me the Horizon - Audio - São Paulo/SP - 28 de novembro de 2024

Por Mayara Abreu

Fotos: Leandro Godoi (@leandro_godoi) / Audio

Na quinta-feira (28/11), a casa de shows Áudio, em São Paulo, foi palco de uma noite inesquecível com o Bring Me the Horizon. Apesar da noite chuvosa, os fãs formaram uma fila que dava a volta no quarteirão. A ansiedade era visível em cada rosto enquanto a casa liberava a entrada aos poucos, garantindo a segurança de todos. Essa espera prolongada só aumentou a expectativa para o que estava por vir – e valeu cada segundo.

Parte da turnê Post Human, o show foi uma verdadeira montanha-russa de emoções, transitando entre o peso visceral dos primeiros álbuns e as melodias mais acessíveis e experimentais do trabalho mais recente. A abertura com “Darkside” incendiou o público, que cantou cada palavra em uníssono, criando uma energia quase palpável. Na sequência, músicas como “Happy Song”, “MANTRA” e “Teardrops” deram continuidade à intensidade da noite, enquanto “Sleepwalking” trouxe uma dose de nostalgia.

Dentro da Áudio, era impossível não se emocionar. O público – e eu, inclusive – sentiu como se aquele momento fosse uma verdadeira união, uma aliança entre nós e a banda. Era evidente o quanto Oliver Sykes estava emocionado em estar ali, tocando para o público brasileiro. Essa troca foi tão intensa que era possível ver lágrimas escorrendo, pessoas pulando, cantando a plenos pulmões e formando moshes gigantes. A parceria entre os presentes fazia parecer que todos se conheciam há anos – havia um senso de comunidade único.

Foto: Leandro Godoi

Momentos explosivos como “Kingslayer” e a épica “Shadow Moses” transformaram a pista em um verdadeiro campo de energia, enquanto “Follow You” trouxe um lado mais introspectivo e sentimental. Quando “Can You Feel My Heart” começou, o público iluminou o espaço com as luzes dos celulares, criando uma atmosfera de arrepiar. Mas foi “Drown” que levou muitos às lágrimas, com Oliver visivelmente tocado pelo coro apaixonado.

O cenário, com luzes sincronizadas - as projeções não fizeram parte da apresentação na Audio, ampliou a imersão, transportando os fãs para o universo distópico que a banda frequentemente explora em suas letras. E no bis, com “Doomed”, “Drown” e a icônica “Throne”, a casa veio abaixo, encerrando o show com uma explosão de energia e gratidão.

O Bring Me the Horizon mostrou por que é uma das bandas mais relevantes da cena atual. Mais do que um show, foi uma experiência que uniu peso, melodia, emoção e, acima de tudo, uma conexão quase espiritual entre banda e público. Para quem estava ansioso pelo show no Allianz Parque, a apresentação na Áudio foi uma prévia de tirar o fôlego. Saímos dali preenchidos, mas com o desejo de reviver tudo outra vez no próximo encontro.

Setlist:

DArkSide

MANTRA

Happy Song

Teardrops

AmEN!

Kool-Aid

Shadow Moses

Sleepwalking

Itch for the Cure (When Will We Be Free?)

Kingslayer

Parasite Eve