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16 de maio de 2025

Fabio Lione - Teatro Oficina do Estudante/Shopping Iguatemi - Campinas/SP

Foto: Jair Cursiol Filho 


Fabio Lione - Teatro Oficina do Estudante/Shopping Iguatemi - Campinas/SP - 12 de maio de 2025


Por Jair Cursiol Filho

Fotos: Jair Cursiol Filho


Antes de tudo: se você está lendo isso e ainda dá tempo de ver esse show, pare de ler e compre o ingresso! Sério! Tem shows em 17 e 18 de maio em São Paulo/SP, e hoje, 16 de maio, em Curitiba/SP.

(Pausa dramática para você ir comprar o ingresso)

Comprou? Agora para o review:


Fabio Lione está em turnê pelo Brasil! Nos últimos 12 anos isso é chover no molhado, visto que ele sempre está em tour com o Angra, mas desta vez é com o seu projeto Dawn of Victory. Se você abriu isso aqui para ler é que este nome provavelmente significa bastante para você, assim como para mim. São 14 datas que terminarão no total e tive a sorte de cobrir a apresentação em Campinas/SP que ocorreu numa segunda-feira à noite e que, para a surpresa deste que voz escreve, lotou o teatro Oficina do Estudante no shopping Iguatemi. 

Surpreendente também foi a banda de abertura, chamada Dogma. Sinceramente acho que devo ter vivido em uma caverna, pois não havia ouvido o trabalho delas ainda. Se você também vivia em uma caverna, Dogma é uma banda formadas por "freiras do mal" que tocam um hard rock que passeia entre o pop rock nos refrões e metal em algumas seções. Se você pensou num Ghost formado por mulheres, está no caminho do que acontece ali: a identidade das musicistas é desconhecida, já que todas estão maquiadas, escondendo os rostos e tendo nomes falsos: se o Ghost tem seus Papas Emeritus, aqui temos as freiras Nixe, Lamia, Lilith, Rusalka e Abrahel. Como o Ghost, o show é ótimo e a música é muito bem tocada.

Foto: Jair Cursiol Filho 

Foto: Jair Cursiol Filho 


Um set de cerca de 45 minutos terminou com a plateia interagindo com a banda como se fosse o ato principal, o que é raro. Sinceramente, em anos de shows, é raro ver uma banda iniciante ou de abertura cujo setlist seja tão sólido. Não tem uma música ruim, quase todas saídas do disco de estreia autointitulado de 2023, além do novo single "Banned" e de um cover inspirado de "Like a Prayer" de Madonna. 

Indicaria o disco todo, que tem uns 45 minutos no máximo e não sai do repeat pós-show aqui. Mas se você quer indicações mais específicas, não tem como errar com "Made Her Mine", "Forbidden Zone", "My First Peak" e "Father I Have Sinned", algumas das quais facilmente poderiam ser hits da época que hard rock tocava em rádio - não fossem as letras, claro.


Setlist - Dogma:

1.      Forbidden Zone

2.      My First Peak

3.      Made Her Mine

4.      Banned

5.      Carnal Liberation

6.      Like a Prayer (Madonna cover)

7.      Bare to the Bones

8.      Pleasure From Pain

9.      Father I Have Sinned

10.  The Dark Messiah 

Foto: Jair Cursiol Filho 

Foto: Jair Cursiol Filho 


Saem as mulheres do Dogma e o palco é tomado por uma orquestra de com violinos, violoncelos e sessão de metais, além de um coro de vozes e uma banda de metal, totalizando quase 30 músicos no palco. A primeira parte do show é uma reprodução de 'Symphony of Enchanted Lands' na íntegra, segundo disco da banda lançado em 1998 e também o segundo disco da saga Emerald Sword (que se estendeu até o quinto disco da banda e, em si, é parte das crônicas de Algalord, que tomam incrivelmente os primeiros DEZ discos do Rhapsody).

Há muito não escutava esse disco na íntegra (ele fez parte das minhas seções de Dungeons & Dragons no início dos anos 2000) e ouvi-lo novamente, ao vivo, com todas as partes feitas ao vivo, me fez repensar o quão boa a obra é. A história em si neste capítulo foca no guerreiro de gelo enfrentando o dragão Tharos e uma horda de demônios enquanto busca a lendária espada de esmeralda. Este disco talvez seja a melhor mostra de que o Rhapsody conseguiu fazer uma opera metal (ou talvez uma rádio novela metal?), com narrações, partes instrumentais dignas de trilhas sonoras de filmes e um cuidado com a instrumentação condizer com a história sendo contada e várias passagens de linhas vocais mais condizentes com obras clássicas do que o que o rock e metal estão acostumados.  Parece algo simples quando se olha para todos os álbuns conceituais de tantas outras bandas que vieram depois, mas Symphony of Enchanted Lands é uma das esmeraldas do estilo.

Não sei se é necessário apontar destaques do disco, mas ganhei nova apreciação por "Eternal Glory", "The Dark Tower of the Abyss" (que contém trechos de "Verão" de Antonio Vivaldi) e a música título, além das óbvias "Emerald Sword" e "Wisdom of the Kings". 

Foto: Jair Cursiol Filho 

Foto: Jair Cursiol Filho 


Fabio Lione é um capítulo à parte. Sim, estou no campo dos que gostam dele no Angra, não só cantando as músicas dele, mas das épocas de Andre Matos e Edu Falaschi também. Mas Lione cantando Rhapsody é algo fenomenal, reproduzindo de maneira fantástica o que está em estúdio. Isso é uma coisa que em 20 anos de shows como fã e 7 deles fazendo coberturas jornalísticas para o Big Rock só vi Andre Matos e Tarja Turunnen fazerem. O italiano ainda dedicou a execução de "The Dark Tower of the Abyss" para o eterno Sir Christopher Lee, ator de obras como Senhor dos Anéis e Star Wars e narrador de vários dos discos do Rhapsody.

Terminada a primeira parte do show, Lione, banda, orquestra e coral embarcaram numa sequência de petardos dos outros discos da saga Emerald Sword. Literalmente TODAS as músicas do Rhapsody tocadas na segunda parte do show estão na minha playlist de curtidas do Apple Music. De memória, não me lembro de ter ido em um show onde algo semelhante aconteceu. Foi a hora de deixar o repórter de lado, parar com fotos e filmes, e ser apenas fã.

E ainda coube uma excelente versão de "We are the Champions!" do Queen com a participação do vocalista Pedro Oliveira, membro do seu coral - alguém dê uma banda de metal melódico para esse rapaz, aliás!

Mas fã que é fã sempre tem aquela reclamaçãozinha: toda a segunda parte das crônicas de Algalord (a saga Dark Secret) ficou de fora, além dos outros dois discos que Lione gravou no Rhapsody of Fire e que não fazem parte de nenhuma história. Mas ele mesmo já me deu a resposta: está pensando em voltar com Symphony of Enchanted Lands II na íntegra (que por sinal é meu favorito de toda a discografia de todas as iterações do Rhapsody). Então é só alegria!

Como eu disse no começo: se conseguir ir, vá!

Foto: Jair Cursiol Filho 

Foto: Jair Cursiol Filho 


Setlist Fabio Lione’s Dawn of Victory:


Parte 1: Symphony of Enchanted Lands

1.      Epicus Furor

2.      Emerald Sword

3.      Wisdom of the Kings

4.      Heroes of the Lost Valley

5.      Eternal Glory

6.      Beyond the Gates of Infinity

7.      Wings of Destiny

8.      The Dark Tower of Abyss

9.      Riding the Winds of Eternity

10.  Symphony of Enchanted Lands


Parte 2: Outros clássicos do Rhapsody

1.      In Tenebris

2.      Knightrider of Doom

3.      Land of Immortals

4.      The Wizard's Last Rhymes

5.      Rain of a Thousand Flames

6.      Lamento eroico

7.      Holy Thunderforce

8.      We Are the Champions (Queen cover)

9.      Dawn of Victory


Agradecimento à Acesso Music pelo credenciamento e atenção 

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