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1 de setembro de 2025

De Papo Com...Vesa Ranta (Cemetery Skyline)


Foto: Sam Jamsen



Em entrevista exclusiva para o Big Rock, a lenda viva no metal finlandês, Vesa Ranta (ex- Sentenced, ex-The man-eating tree, The Abbey, Cemetery Skyline) falou sobre seu legado no metal finlandês até os dias de hoje, seu processo de criação musical e o que espera sobre o próximo lançamento do Cemetery Skyline.


Por Giovanna Marques, Mayara Abreu, Juliana Carpinelli



Big Rock: O legado do Sentenced ainda significa muito para os fãs ao redor do mundo e deixou uma marca profunda na cena metal finlandesa. Como você vê o legado do Sentenced hoje, tanto na cena quanto na sua carreira pessoal?

Vesa: Estou impressionado que nossa banda ainda seja tão bem lembrada, mesmo depois de 20 anos. Isso demonstra que fizemos música que toca as pessoas e é atemporal. Nos shows, as pessoas ainda vêm nos dizer que a banda não foi esquecida. É claro que meu passado com o Sentenced ainda afeta minha vida até hoje.


Big Rock: Pensando na sua jornada desde os primeiros dias de death metal do Sentenced até a vibe gótica melódica do Cemetery Skyline, como sua abordagem à bateria e à composição mudou ao longo dos anos, e quais novos desafios criativos te animam atualmente?

Vesa: Quando éramos jovens, todo o nosso tempo livre era dedicado a tocar. Éramos inspirados por muitos estilos musicais. O Sentenced começou com death metal, mas com o passar dos anos nossa música encontrou seus próprios matizes. Naquela época, tocávamos com energia pura, sem pensar muito nos arranjos das músicas. Hoje em dia, como as músicas são compostas com mais tempo, penso muito mais nos arranjos. Sempre moldo minhas partes de bateria para servir à música.


Big Rock: "Nordic Gothic" transita do rock gótico acelerado para seções doom-y e até mesmo um pouco de groove disco — tudo sem blast beats ou bateria de metal extremo. Você pode nos contar como construiu as partes de bateria para o álbum? Houve certas técnicas, ritmos ou escolhas de equipamentos que ajudaram vocês a alcançar esse equilíbrio e manter a pegada melancólica característica do álbum?

Vesa: Como mencionei antes, o processo de composição hoje em dia é mais demorado, e a banda também faz a pré-produção e demos das faixas antes da gravação. Com um processo mais longo, há tempo para testar que tipo de ideias de bateria funcionam melhor. Normalmente, o simples é bonito — já seguíamos o método "menos é mais" na época do Sentenced. As músicas precisam ser rock e impactantes. Acho que o Cemetery Skyline é mais uma banda de rock do que de metal, e meu estilo de tocar se encaixa bem nisso.


Big Rock: Sabemos que o The Abbey está gravando um novo álbum. Como o processo criativo da sua bateria difere do CS para o The Abbey?

Vesa: O processo é bem parecido. No entanto, a música do The Abbey é um pouco mais "prog metal" do que a do Cemetery Skyline. A atmosfera das músicas é o foco principal, e suas estruturas costumam ser bastante únicas. Os extremos da música são mais distantes.

Foto: Timo Pellikka


Big Rock: Olhando para trás, há algum momento marcante na sua carreira — no estúdio ou no palco — que realmente definiu quem você é como artista?

Vesa: Os primeiros grandes shows em festivais com o Sentenced ficaram na minha memória. E também aqueles momentos em que você segura o disco finalizado nas mãos, sabendo quanto trabalho foi investido nele. Esses momentos são significativos.


Big Rock: O Cemetery Skyline reúne algumas verdadeiras lendas do mundo do heavy metal. Como é a dinâmica criativa na banda e como a química se compara às suas bandas anteriores, como Sentenced ou The Man-Eating Tree?

Vesa: Talvez isso também tenha a ver com a idade, mas, em geral, as coisas estão mais calmas e profissionais hoje em dia. Quando viajamos para festivais hoje em dia, o show é o principal. Antigamente, não pensávamos muito nisso — cada viagem era uma aventura e, às vezes, as coisas ficavam bem malucas. Acho que o Cemetery Skyline tem uma química muito boa como banda. É um grupo interessante de pessoas diferentes que se dão muito bem. Este primeiro verão de festivais foi muito divertido e bem-sucedido. Gostei muito de fazer parte deste grupo.

Foto: Sam Jamsen


Big Rock: O som do CS é sombrio, mas ainda muito melódico. Se você tivesse que descrever o Cemetery Skyline em apenas três palavras, quais escolheria?

Vesa: Atmosfera, groove e melodia.


Big Rock: A versão CS de "I Drove All Night" traz uma pegada mais sombria e pesada em comparação com o clássico. O que inspirou vocês a revisitar essa música e como vocês abordaram a ideia de torná-la sua?

Vesa: A banda inteira curte muito pop e rock dos anos 80. Queríamos fazer nossa própria versão dessa música. É divertido tocá-la ao vivo. Já estamos pensando em outras músicas que gostaríamos de fazer covers no futuro.



Big Rock: Houve algum momento específico em que você percebeu que era hora de começar um novo projeto? Como surgiu o convite para tocar no CS?

Vesa: Conheci melhor o Vanhala e o Kallio alguns anos atrás, quando fiz videoclipes para o Insomnium e o Amorphis. Ao longo do caminho, também conversamos sobre música, e o Markus sabia especialmente que eu gostava de música gótica. O CS nasceu durante a pandemia e, a princípio, eles tinham um baterista sueco em mente. Ouvi algumas demos dos primeiros dias da banda e gostei imediatamente. Felizmente para mim, o outro baterista percebeu que não tinha tempo suficiente para a banda, então me convidou para entrar. Aparentemente, sou o único membro com experiência prévia em música gótica. Algumas pessoas até classificaram o Sentenced como uma banda gótica.


Big Rock: O metal finlandês tem uma atmosfera muito distinta, sombria e melódica. Como vocês tentam preservar essa essência e, ao mesmo tempo, explorar novas direções?

Vesa: O metal finlandês costuma ser muito sombrio e atmosférico. Não queremos impor limites à nossa banda, mas duvido que vocês ouçam músicas muito animadas nossas. A música atinge seu melhor quando é composta sem pensar demais em direções. Não nos preocupamos com o que os outros membros da banda possam pensar — ​​fazemos as coisas por amor à boa música.


Big Rock: Como tem sido o processo de composição de Cemetery Skyline? Vocês seguem uma fórmula específica ou isso acontece de forma mais orgânica?

Vesa: Fazemos demos e uma boa pré-produção, como eu já disse.


Big Rock: O que os fãs podem esperar dos próximos lançamentos de CS?

Vesa: Músicas boas, envolventes e cativantes... o novo single será lançado em setembro de 2025.


Foto: Jaakko Manninen Photography


Big Rock: Por fim, que mensagem você gostaria de compartilhar com os fãs que acompanham vocês desde os tempos do Sentenced e agora estão abraçando o Cemetery Skyline?

Vesa: Esperamos que o maior número possível de pessoas confira do que o CS é feito. Estamos animados para tocar na América do Sul. Será incrível ver que tipo de cena de rock e metal encontraremos por lá.

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