Na aparência, eles pouco lembram os garotos cabeludos dos clipes do
início dos anos 90. Mas, no primeiro show da turnê "Lightning Bolt" no
Brasil, o Pearl Jam
mostrou que sobra fôlego para o já grisalho quinteto. Entre hits e
surpresas, a banda precisou de 3h02min de show para encerrar a noite de
garoa desta quarta-feira (11) na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. A banda subiu ao palco do novo estádio do Grêmio, que apresentava
espaços generosos nas arquibancadas (43 mil ingressos foram colocados à
venda), com quase meia hora de atraso, após abertura dos gaúchos da
Wannabe Jalva. De início, o grupo abriu o show como esperado, com "Pendulum",
uma das canções do último disco, "Lightning Bolt", de 2013, a exemplo
do que havia feito em La Plata, na Argentina, no dia 7. Daí em diante, o
Pearl Jam apresentou um repertório diferente, uma das marcas da banda
ao vivo – um hábito que agrada aos fãs em tempos em que os músicos têm
preferido engessar o setlists para facilitar a logística das megaturnês. A banda seguiu a noite com um segmento mais intimista, com "Release" e "Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town", ambas adequadas aos cabelos brancos. Mas, na quarta música, "Mind Your Manners", o Pearl Jam retomou as raízes de Seatlle e entregou um punk rock cheio de gás. E não parou para tomar água: a sequência de "Animal" e "Do the Evolution"
colocou o estádio para pular. Tudo
transmito para todos os setores do estádio com dois telões verticais de
alta resolução e competente trabalho de fotografia, como se o público
estivesse assistindo um clipe bem produzido ao vivo. Depois de uma sequência com "Corduroy" e "Lightning Bolt",
Vedder fez o primeiro esforço para se comunicar em português. "Muito
obrigado por comprarem ingressos, obrigado por ficarem na fila, obrigado
por ser tão legais. Mas, acima de tudo, obrigado por nos ouvir e por
nos fazer sentir em casa em Porto Alegre", disse o simpático e esforçado
vocalista enquanto lia um papel e tropeçava na pronúncia. O grupo seguiu com "Faithfull" e o hit "Even Flow", com espaço para
longo e viajante solo de McCready, lembrando os tempos das cabeleiras na
MTV. O setlist divulgado minutos antes do show passou a ser alterado. E a
banda encerrou o primeiro bloco pulando ao som das guitarras distorcidas
de "Rearviewmirror". No curto intervalo (seria um exagero dizer que a
banda voltou para o bis), o quinteto trouxe o hit "Last Kiss" – Vedder
se perdeu na letra, mas contou com o apoio da plateia para reencontrar
os versos. O segundo bloco foi recheado de sucessos: "Wishlist", "Jeremy" e "Better Man". Para fechar a noite em um bis que duraria quase 50 minutos, a banda
trouxe dois covers – e mais hits. Primeiro, fez uma bela homenagem ao
Pink Floyd com "Comfortably Numb", música inédita nos shows do Pearl
Jam, cantada a plenos pulmões pelo estádio. Neil Young, um dos heróis do
quinteto, também foi lembrado em "Fuckin´ Up". Mas foi com os clássicos
"Black" e "Alive" que o Pearl Jam, já com luzes acesas no estádio,
levou o público a uma catarse coletiva. O coro parece ter emocionado
Vedder. As três horas de rock terminaram com "Yellow Ledbetter". Ainda
assim, mesmo após três horas, cinco músicas ficaram de fora do
repertório original divulgado pela produção: "Infallible", "Thin Air",
"Unthought Known", "Wash" e "Baba O'Riley", do The Who.
De Porto Alegre, o quinteto parte para São Paulo (14), Brasília (17), Belo Horizonte (20) e Rio de Janeiro (22).
O repertório do show:
Pendulum
Release
Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town
Mind Your Manners
Animal
Do the Evolution
Interstellar Overdrive (cover do Pink Floyd)
Corduroy
Lightning Bolt
Faithfull
Even Flow
I Got Id
Lukin
Not for You
Sirens
Let the Records Play
Spin the Black Circle
Rearviewmirror
Segunda parte:
Last Kiss (cover de Wayne Cochran)
Hard to Imagine
Wishlist
Jeremy
Glorified G
Better Man
Go
Porch
Bis:
Comfortably Numb (Pink Floyd)
Why Go
Given to Fly
Black
Alive
Fuckin' Up (cover de Neil Young)
Yellow Ledbetter
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