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25 de novembro de 2020

De Papo Com...Hiënaz

Foto: João Theoto (@eitaquefotao)


A banda paulistana de stoner/rock alternativo Hiënaz está com nova formação (continua um quarteto, mas com dois novos músicos) e lançou no final de outubro, duas novas músicas pelo selo da Abraxas.

Nós aproveitamos um tempo na agenda da banda e conversamos com o guitarrista Pedro Kerr.

Confira! 


Quero agradecer pelo seu tempo em conversar conosco e dizer que nosso site sempre estará de portas abertas para o que for preciso!

Pedro Kerr: "Muito obrigado pelo espaço Juliana e equipe! Vamos lá."


Como surgiu a banda? Vocês se conhecem há muito tempo?

Pedro Kerr: "Eu e o Tömmy nos conhecemos em 2009 na faculdade. O Du, antigo baixista, também estudou com a gente na mesma turma. Eu e Du chegamos a fazer alguns sons juntos na época mas nada sério. Em 2015 ele me chamou pra montar uma banda pra valer. Éramos em cinco, junto com Johnny (guitarra), Beto (bateria) e o Flavio (vocais). Os dois primeiros tiveram uma passagem rápida, para dar lugar ao Tömmy (e com o Flavio assumindo a segunda guitarra) - formação que gravamos o nosso disco de estreia Ulular (2019). Conhecemos e ficamos amigos do Dhël e do Cëzar no M6 Studio durante a produção do Ulular - e foi uma grata surpresa poder contar com os dois quando precisamos substituir."


Foto: Reprodução


Vocês acabam de lançar pela Abraxas, o EP 'Spaghetti Stoner', com um clima dark western. Conte um pouco sobre a produção deste EP.

Pedro Kerr: "Um EP acústico caiu como uma luva nesse momento. Tínhamos acabado de fazer os shows na esteira do lançamento do Ulular, Dhël e Cëzar eram recém chegados na banda e não estávamos nos encontrando e ensaiando por conta da pandemia - e essas duas versões foram a maneira em que vimos de trabalhar juntos pela primeira vez de maneira criativa e gostamos bastante do resultado. Eu sou fissurado por filmes e trilhas sonoras de faroeste desde que eu era pequeno. "Três Homens em Conflito"; é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos e a trilha do Morricone é uma obra de arte. E a música "Febre do Ouro"; já tinha um pouco da temática desértica - aí resolvi experimentar ela em um violão de doze cordas e o resultado ficou bem nesse clima - mas puxado para esse lado dark western. Casamos isso com algumas outras influências e fizemos os arranjos para chegar no resultado final."


Já estão recebendo algum feedback deste EP? Pode compartilhar conosco?

Pedro Kerr: "Temos recebido feedbacks super positivos no geral! Elogios à nova formação, pessoal falando bem dos arranjos e da produção no geral, gente comentando que a releitura das duas músicas nesse estilo ficou legal, entre outras coisas. E também comentários sobre o ser acústico nas mais diversas formas: que manteve o espírito, outros que curtiram a vibe nova, outros que curtiram mas perguntaram se a barulheira ainda vai voltar, e por aí vai… haha"


Quais são suas influências musicais?

Pedro Kerr: "A gente se inspira muito em Mastodon, Alice in Chains, Kyuss, Black Sabbath, indo também para um Opeth, Lamb of God, Motörhead, Red Fang e outras coisas. E pro Spaghetti Stoner a gente bebeu muito também de Ennio Morricone, White Buffalo e Johnny Cash."


Estamos passando por um momento delicado, devido à pandemia do COVID-19. Como isso afetou a banda? Qual a visão da banda para o mundo do entretenimento? 

Pedro Kerr: "A pandemia pegou o Hiënaz exatamente em uma mudança de ciclo. Tínhamos acabado de sair de uma sequência de shows na esteira do lançamento do Ulular e mudar metade da formação da banda. Até tínhamos um show marcado que foi cancelado, mas a parte mais intensa tinha já passado antes da pandemia. Foi um momento em que tivemos que dar alguns passos para trás e separar um tempo mais para pensar e planejar o futuro. Estamos um pouco apreensivos e um pouco ansiosos pelo futuro depois da tempestade. A essência do rock está no show, no contato, na vibração - e isso envolve bandas, público, casas, produção, todo o staff e galera da graxa que rala, e bate um certo moeda sobre como esse povo vai lidar com o futuro. O começo do isolamento teve a febre das lives, mas que deu uma caída. Claro que é válido fazer agora - mas acho que tem tido sinais de que não é um modelo que vai ter público a longo prazo, e honestamente duvido que seja rentável e vantajoso para todas as partes envolvidas. Em geral já era apertado antes, né. O que tem acontecido é forçado o mundo do entretenimento a enxergar novas formas de se comunicar com o seu público, manter a constância e entender que não pode perder o contato - e isso independe da pandemia, mas ela acelerou o processo. No jargão marketeiro, é tentar manter a base engajada. Mas a essência do conteúdo vai depender do ao vivo. E bom, apesar de terem líderes fazendo de tudo para essa pandemia durar mais e ser pior, estamos aqui esperando a situação normalizar para matar a saudade de um show daqueles. "


Vocês tem algum projeto para 2021? Um novo álbum, tours?

Pedro Kerr: "Estamos escrevendo as músicas de um novo álbum e dedicando um tempo para esse trabalho ficar fera! Esse processo já está relativamente avançado. A gente quer lançar ele fazendo clipes novos e com uma tour para acompanhar - mas isso infelizmente não depende só de nós e nem de nenhum parceiro nosso. Mas podemos dizer que já temos um álbum inteiro desenhado e com as músicas encaminhadas - mais da metade desse processo já foi, eu diria. Talvez entremos no estúdio para começar a gravar ele no primeiro semestre do ano que vem? Quem sabe."


Deixe um recado para o público que acompanha a Big Rock!

Pedro Kerr: "Queríamos agradecer pelo apoio de todos e pelo contato que tem rolado - é muito importante para todos os artistas (de música ou do que for!) que tentam criar coisas novas, e nesse momento mais ainda! A gente tá com energia acumulada, frustrado e cansado, mas vamos seguindo juntos que vai passar. Em breve a gente vai poder extravasar isso juntos. Bebam água e acreditem na ciência."


Muito obrigada pela entrevista! Desejamos todo sucesso para vocês e até breve!

 

Por: Juliana Carpinelli

Agradecimento: Erick Tedesco - Abraxas Records / Tedesco Comunicação e Midia

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