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23 de março de 2021

De Papo Com...Simone Simons & Mark Jansen (Epica)

Foto: Reprodução


O repórter Big Rock Jair Cursiol Filho participou da coletiva de imprensa e conversou com o vocalista e guitarrista Mark Jansen e com a vocalista Simone Simons, da banda holandesa Epica, sobre o lançamento do oitavo álbum de estúdio, intitulado 'Ωmega' e sobre o EP 'Omegacoustic', lançados em fevereiro pela Nuclear Blast.

Publicaremos a entrevista em duas partes.

Confira a primeira parte!


Big Rock: Em primeiro lugar, parabéns pelo que é, em minha humilde opinião, o melhor álbum do Epica desde, pelo menos, Design Your Universe.

MJ: Muito obrigado.

Big Rock: Gostaria de perguntar sobre “El Código Vital” do Omegacoustic. Ele tem uma pegada nova e parece que a banda está se divertindo muito, em contraste com um som mais sério e sombrio do estilo usual do Epica. De onde veio a ideia de fazer uma versão com estilo latino? E “Code of Life” sempre foi a primeira opção de versão acústica ou outras faixas foram consideradas?

SS: Acho que foi ideia do Coen [NE: Coen Janssem, tecladista]. A versão do álbum é uma música dele. Ele foi o compositor. Quando estávamos discutindo as opções para uma versão acústica, ele disse que queria fazer uma versão em salsa dessa música e parte da letra foi vertida para o espanhol também. Foi a primeira vez que fizemos isso, e eu gostei. É completamente diferente da versão do álbum, e é algo que fazemos bastante nas faixas acústicas: tentamos mudar tudo. É claro que a gravação em estúdio já tem isso, mas nós adaptamos o título também. Tipo “Abyss of Time” que tem um toque irlandês. Claro que a música original já tem esse toque, mas mudamos o título também. No irlandês, muitas pessoas têm como sobrenome O’Malley, O´Neill, O´Brian e nós demos o nome [na versão acústica] de “Abyss O´Time”. A versão a capella de “Rivers” eu também acho super bonita, é muito simples e é bem íntima. Ouvi várias vezes e me arrepiou em todas elas. “Omega” também é bem diferente. Mas não importa. Se a música tiver uma boa melodia, você pode mudar para qualquer estilo que quiser. Somos uma banda de metal, mas gostamos de nos divertir. Ao fim do processo de gravações - que pode ser bem entediante - é legal usar todos os instrumentos que encontramos no estúdio. E com “El Código Vital” você pode balançar o corpo um pouquinho, sabe?

Imprensa: Como surgiu a ideia de parceria entre os cellos do Apocalyptica e o apoio da banda de metal progressivo Wheel? [NE: para a turnê de 2022 na Europa]

MJ: Estávamos procurando por uma parceria interessante para a turnê, e o Apocalyptica é uma daquelas bandas com as quais já tínhamos pensado várias vezes em fazer parceria. Desta vez, deu certo. As duas bandas se encontraram e agendaram essa longa turnê. Infelizmente, por conta da pandemia, tivemos que adiar, mas, com sorte, em 2022 vamos fazer acontecer. A mesma coisa aconteceu com o Wheel: estávamos procurando por uma banda legal para fechar a parceria, e eles já estavam na nossa lista. Começamos a checar com as bandas, e o Wheel pareceu ser a mais entusiasmada. Então foram os escolhidos.

Imprensa: Já faz duas semanas que Omega foi lançado e eu queria saber, do ponto de vista de vocês, como foi a recepção do álbum: atingiram as expectativas, se surpreenderam com alguma coisa, a percepção de vocês sobre o álbum mudou depois do lançamento? É algo que está rolando por aí há um tempo e que vocês queriam mostrar para o mundo. Gostaria de saber sobre isso um pouquinho.

SS: Estamos em março e, em março do ano passado, lá pela mesma época, gravamos os vocais. Então, nós já conhecemos o álbum há muito tempo e, quando decidimos adiar o lançamento, foi um pouco amargo, porque você se orgulha de cada álbum, sabe? É o seu bebê musical. Você quer compartilhá-lo, você quer mostrar para todo mundo. A música, a melodia, ficou na minha cabeça e eu queria compartilhar. Pareceu o Natal: você ganha muitos presentes, mas tem aquele que não pode abrir. Tem que esperar e ser paciente. Agora, um ano depois, o álbum foi lançado, e eu sempre tive um bom pressentimento sobre ele. Para mim, é pessoal, é muito espiritual e me sinto muito conectada a ele. Então acho que é um grande elogio e dá um pouco de alívio que muitas pessoas também gostaram, porque é sempre emocionante. Antes de tudo, eu mesma crio a arte, canto o que sinto, o que é do meu gosto pessoal, e se outras pessoas também gostarem, é incrível. A resposta até agora tem sido louca. Desde o lançamento de “Abyss of Time”, nosso primeiro single, muitos fãs e jornalistas com quem conversamos antes de o álbum ser lançado nos deram feedback positivo. Também é engraçado saber que todo mundo tem diferentes músicas favoritas no álbum. Eu acho que esse é o ponto forte de o Epica ter cinco caras escrevendo músicas. Elas ficam muito diversas e temos algo a oferecer para todos.

MJ: Gostaria de acrescentar que estou extremamente orgulhoso de todos os envolvidos neste álbum, porque eu acho, de verdade, que todos se dedicaram 100 por cento, estavam cheios de paixão e isso resultou no Omega. A resposta também é impressionante. Eu também tive um bom pressentimento, igual à Simone, porque quando você já tem um bom pressentimento, isso, em geral, significa que vai ficar tudo bem. Mas que essa resposta seria tão boa, eu não esperava. Por exemplo: eu estava lendo um artigo da revista holandesa de metal Aardschok que dizia que nos tornamos o CD do mês. Ultimamente, tenho visto muitas outras revistas que nos consideraram o CD do mês: uma recentemente na França, também acho que foi na Rock Hard e muitas outras. Aparentemente, as pessoas estão adorando o álbum e também a resposta que eu consegui dos fãs é de que as pessoas estão gostando muito. É o que a Simone disse: muitas pessoas têm músicas favoritas diferentes desse álbum. Algumas pessoas amam "The Skeleton Key" e, em algumas críticas, essa é a que alguns caras gostam menos. Então, é muito engraçado que, ao mesmo tempo, algumas músicas sejam as favoritas de umas pessoas e as menos favoritas de outras. Não me lembro de qualquer coisa assim ter acontecido em outro álbum. Isso significa que cada música encontra outras pessoas. Estou muito feliz com isso, porque é um álbum muito bem equilibrado. Nós realmente tentamos encontrar um equilíbrio entre o velho Epica e o novo Epica, então acho que todos conseguem encontrar algo de seu agrado nele. Já disse: estou muito orgulhoso.

Imprensa: O que vocês podem nos dizer sobre a principal diferença entre o Epica do começo de carreira e o Epica do Omega?

SS: Quase 20 anos se passaram. É claro que evoluímos como banda, indivíduos e músicos ou, no meu caso, cantora. Cresci com o Epica sendo minha escola, minha faculdade e meu emprego, tudo em um só. Acho que Omega tem algumas semelhanças com o começo do Epica. Por exemplo, as músicas mais orientais, como “Seal of Salomon”, me levam de volta aos primeiros dias do Epica, mas Omega é muito maduro. Como o Mark disse: está muito bem equilibrado. Você pode ouvir que a banda evoluiu a cada disco, mas com Omega nos sentimos centrados com a nossa vida pessoal e também como músicos. Como banda, você passa por tantas fases diferentes da sua vida, mas também somos 6 pessoas completamente diferentes trabalhando juntas e com personalidades diferentes. Porém, ao mesmo tempo, [o álbum] também está relacionado aos primeiros dias do Epica, e trazemos nossas experiências para ele. Nós evoluímos para o que somos agora e então, com cada registro, nos esforçamos para sermos a melhor versão de nós mesmos na época. E acho que conseguimos isso sem perder o som do Epica. Ainda temos os elementos pelos quais o Epica é conhecido, mas também ousamos experimentar um pouco e adicionar coisas novas.

MJ: Não tenho mais nada a acrescentar.

SS: Desculpe [risadas].

MJ: Você já disse tudo.

SS: Da próxima vez você fala primeiro.

MJ: Você deu uma ótima resposta e disse tudo o que eu teria dito. Para nós, é algo do tipo: você faz parte do Epica, é o Epica e ainda está no Epica. Ainda parece mais ou menos a mesma coisa, ainda temos a mesma paixão que tínhamos nos primeiros dias. Ainda queremos fazer o melhor álbum possível, então, é muito difícil nos colocarmos fora da situação e olharmos para nós mesmos e como nos sentimos agora e no começo. É como observar a si mesmo de uma perspectiva externa, o que é meio estranho. Mas, sim, claro, nos primeiros dias você está descobrindo a roda, por assim dizer, e agora encontramos uma forma de nos reinventar sem nos repetir. Isso é algo que sempre visamos para podermos fazer álbuns que façam a diferença e não algo que já tenhamos feito.

Imprensa:  Simone, você disse que “Code of Life” é a sua favorita. O heavy metal geralmente tem a tradição de riffs com escalas mais orientais e a música “Code of Life” tem essa pegada oriental. Gostaria de saber sobre a composição da música, sobre as influências e se você acha que podemos aprender com a visão oriental da vida.

SS: “Code of Life” foi escrita e composta por Coen e tem sido uma das minhas músicas favoritas desde o início. Quando estávamos nos estágios iniciais do processo de escrita, lembro de ter ouvido pela primeira vez. Não estava finalizada, não tinha bridge nem final. Era só o tema principal, o refrão e a introdução. E eu já comecei a ouvir no repeat mesmo que ela nem estivesse finalizada. Esperava que a música fizesse parte do álbum. No começo, enquanto estávamos compondo, nada estava certo. Todo mundo estava jogando as ideias na mesa ou na internet trocando e-mails e tal. Ainda tem bastante da sensação do velho Epica. Temos “Fools of Damnation”, “Seif Al Din” e “The Death of Dreams”. Ainda temos aquela influência do Epica dos primeiros dias. Meio que sumiu, mas para este álbum, voltou e essa música ecoa muito em mim. Eu adoro o canto oriental, o canto atmosférico que eu faço com o Zaher [NE: Zorgati, cantor], eu sempre falo o nome dele errado, da banda de metal da Tunísia, Myrath. Ele é expert nisso. Adoro esse tipo de canto. É um ótimo jeito de expor as emoções. Quando estou gravando ou cantando nesse estilo, eu improviso, e o Joost [van den Broek], nosso produtor, pega as partes que ele acha que se encaixam melhor e resolve o quebra-cabeça com o Zaher. Eu amo essa música. Músicas se desenvolvem do estágio de demo até o final e podem mudar, mas essa música foi uma das minhas favoritas desde o começo e ainda me conecto com ela. Meu filho também adora. Quando escutamos o álbum, ele fala: Quero te mostrar (pra qualquer pessoa que estiver em casa) minha música favorita do Epica. E é “Code of Life”.

Foto: Reprodução


Imprensa:  O que mudou nas composições do Epica do [álbum anterior] The Holographic Principal para Omega? Os álbuns não parecem ser sequenciais, mas separados por uns 4 ou 5 álbuns.

MJ: Eu concordo com você, porque tivemos a sensação de que o The Holographic Principle, embora amemos as músicas, era um pouco difícil de ouvir do começo ao fim. E analisamos qual poderia ser a razão para isso. A razão principal é que, no que diz respeito à mixagem, tudo está o tempo todo presente com força total. Então, em Omega, temos uma abordagem completamente diferente. E já começamos com isso durante o processo de escrita, para termos muito mais equilíbrio no álbum, para termos as partes do coro mais equilibradas com as partes pesadas. Portanto, as partes pesadas soam ainda mais pesadas. Mas também para ter uma abordagem diferente com a mixagem: às vezes dando prioridade à guitarra, às vezes à orquestra em vez de ficar o tempo todo tudo junto. Por essa razão, as guitarras ficaram um pouco menos pesada e a orquestra também ficou menos agressiva. É uma situação em que só dá para ganhar, e a música se beneficia disso, porque quando você ouve o álbum do início ao fim, é muito mais fácil para os ouvidos processarem. Em termos melódicos, buscamos fazer um álbum que tivesse algumas faixas que, se tocássemos, por exemplo, em um festival para pessoas que não conhecessem a banda, eles já iriam bater cabeça junto com nossas novas músicas. Notamos isso com “Cry for the Moon”, lógico, mas também com “Beyond the Matrix”. Quando tocamos para multidões que não conhecem o Epica, eles já entram na música de primeira. Então, tentamos fazer mais faixas como essas. Também a respeito sobre a diferença na maneira de trabalhar em relação ao The Holographic Principle foi que agora nós nos encontramos por uma semana inteira na Holanda – digo, presencialmente –, trabalhamos nas faixas uns dos outros, com nosso produtor também. Foi uma forma muito agradável de trabalharmos juntos: comendo juntos e construindo uma equipe ao mesmo tempo em que trabalhávamos nessas faixas. Tenho a impressão de que fez a diferença. Nos 10 por cento restantes das faixas, subimos o nível e com certeza continuaremos fazendo isso também para os próximos álbuns, porque nós gostamos muito de trabalhar assim.

Imprensa: Gostaria de falar sobre “Freedom – The Wolves Within” que fala da luta interna entre dois lobos, se não estiver enganado, um representando nosso lado mau e melancólico e o outro representando a alegria e a perseverança. Coincidentemente li um enredo parecido no livro “A coragem de não agradar” [NE: de Ichito Kishimi e Fumitake Koga, lançado no Brasil pela editora Sextante] que me lembrou muito dessa música. Então pergunto: quão importante é a literatura e a filosofia para o Epica?

MJ: Boa pergunta! Para nós é muito importante. Simone e eu – escrevemos algumas letras juntos e essa foi a que escrevemos juntos para esse álbum – temos muito interesse em mitologia, antigos ensinamentos e filosofia. Esta faixa é, de fato, uma dessas histórias. Me deparei com ela enquanto estava lendo a história de um velho Cherokee que ensinava esta lição ao seu neto. Fiquei tão comovido com a história e consigo me lembrar daquele sentimento sobre os lobos dentro de mim. Todos nós temos lobos por dentro, e alguns de nós temos um pouco de vergonha do lobo sombrio, mas ele é parte de quem somos. Não podemos ter vergonha dele, somos quem somos! Humanidade, todos nós temos nosso lado sombrio e, empurrá-lo para longe só fará com que ele venha à superfície mais tarde. Quando você alimenta o lobo positivo mais do que o lobo negativo, ele se torna o dominante e então você se torna uma pessoa com a qual os outros gostam de estar, em vez de uma pessoa negativa que alimenta mais o outro lobo. É tudo uma questão de escolha para cada um de nós: quem queremos ser? qual lobo queremos alimentar mais do que o outro?

Imprensa:  Vocês disseram que estavam se reinventando algumas perguntas atrás. Omega também é a última letra do alfabeto grego e, às vezes, é sinônimo do fim de alguma coisa. Todos esperam e sabem que este não será o último álbum, mas ele representa um momento na carreira de vocês ou das vidas de vocês quando vocês querem parar e começar de novo? E apenas uma observação: acho que ouvi mais dos sons guturais do Mark do que antes. Estou errado?

MJ: Sim, e isso não foi uma decisão consciente. Só aconteceu. Normalmente colocamos esses sons onde quer que tenhamos vontade, não é algo em que pensamos demais. É apenas algo que acontece com o fluxo. Às vezes um pouco mais, às vezes um pouco menos. Não é uma direção consciente que queremos continuar desenvolvendo. Pode ser que no próximo álbum seja menos. O que quer que as músicas peçam, é a direção para onde vamos. E para responder sua pergunta sobre Omega: inicialmente Omega estava se referindo à teoria do Ponto Ômega, e essa é uma teoria que afirma que nós, como humanidade, como um universo inteiro, estamos fadados a girar até um ponto de unificação. Achamos que esse era um conceito muito bonito para apresentar neste álbum. [NE: alguns instantes de falha na conexão do Mark] Pensamos que The Omega Point não seria um álbum tão forte, então o derivamos para Omega Mas, sim, no momento em que nós quebramos a letra, não sabíamos que teríamos uma pandemia. Obviamente, agora sabemos que ela será um grande ponto de virada para a humanidade, porque vai causar um grande impacto. De qualquer forma, o álbum foi lançado em um grande período para a humanidade, algo grande está acontecendo, e esperamos que tudo isso seja para o bem, que após esta pandemia, encontremos uma maneira melhor de viver em harmonia com a natureza. É isso que estamos esperando. E não vai ser nosso último álbum, pelo menos não é o que queremos. [risos] Mas tomara que seja o fim de uma era e o início de um lindo novo tempo.

Imprensa:  O som do Epica é muito peculiar. Como vocês comparariam o som de vocês com o som das bandas progressivas dos anos 1970 que usavam os mesmos elementos nas músicas delas? Tem alguma grande influência para vocês? Vocês veem um paralelo entre o que vocês fazem e o que essas bandas faziam?

MJ: Com certeza vejo paralelos, porque eu mesmo ouço muitas bandas antigas de rock. Pink Floyd é a minha favorita e, em especial, amo os clássicos dos anos 1970, como “Child in Time” (Deep Purple), “Hotel California” (Eagles) e “Bohemian Rhapsody” (Queen). Esse tipo de música sempre exerceu uma grande influência em mim como músico e em nós como banda. Por exemplo, o Rob [van der Loo, baixista] é muito fã de bandas daquela época, então, com certeza, ele tem mais influências dessas bandas do que todos nós juntos, mas, de uma maneira ou de outra, essas bandas influenciam muito o som, mesmo que muitas pessoas mais novas não percebam isso. Com certeza, são a base da nossa banda. Estamos sobre ombros de gigantes, por assim dizer. Essas bandas criaram o som para fazermos o que fazemos hoje.

Imprensa:  A música “Hunab K’u” do “Consign to Oblivion” fala de um ponto central na Terra e, para algumas pessoas, sobre deus. Omega fala de um ponto de unificação. Existe alguma conexão entre esses temas ou álbuns?

MJ: Sim, acho que é um tema recorrente em muitos álbuns, mas sempre há um ponto de vista diferente. Por exemplo: “Hunab K’u” estava relacionada à cultura maia e à forma como os maias viam a vida. E Omega é um álbum mais espiritual, que mergulha em crenças gnósticas e também nas tábuas de esmeralda. O aspecto do Ponto Ômega tem raízes cristãs, de um padre cristão. Por isso, sempre existem diferentes tipos e formas de observação. Alguns chamam de Deus, alguns chamam de consciência eterna. Em geral, são apenas maneiras de nomear a mesma coisa. Eu pessoalmente acredito que existe mais entre o céu e a Terra. Acredito que a nossa verdadeira essência é o que é infinito, e nosso breve tempo na Terra é apenas uma manifestação da matéria. Isto é, por assim dizer, uma espécie de sonho lindo. Na maioria dos casos, é um sonho lindo, mas algumas pessoas estão realmente sofrendo muito durante toda a vida. Mas, em geral, acho que é um sonho onde podemos observar a consciência basicamente se absorvendo. Como eu disse, a cada álbum estamos assistindo de uma maneira diferente, de uma perspectiva diferente, de um fundo cultural diferente.


Agradecimento: Costábile Salzano Jr. - Liberation Music / The Ultime Music - PR

Marcos Franke - Nuclear Blast


Colaboração na tradução da repórter Big Rock Marcela Monteiro.

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