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28 de janeiro de 2022

Disponível “AMAZING THINGS”, novo álbum da banda DON BROCO

Foto: Divulgação


Para cada álbum, sempre tentamos rasgar o Livro de Regras”, comenta o vocalista Rob Damiani sobre a filosofia criativa de sua banda, DON BROCO. E ele não está errado: com os álbuns “Priorities” (2012), “Automatic” (2015) e “Technology” (2018), o quarteto de Bedford trilhou seu próprio caminho, combinando riffs pesados com melodias pop irresistíveis tornando seus discos ousados, dinâmicos, selvagens, engenhosos, que não soam como nenhuma outra banda. Evidentemente, tudo isto é uma receita de sucesso, já que “Technology” alcançou a quinta posição na parada britânica. 

Mesmo com uma discografia tão característica e particular, nada prepara os ouvintes para o novo álbum da banda intitulado “Amazing Things” que mais uma vez apresenta uma abundância de estilos, emoções e referências da cultura pop. É um dos melhores álbuns do ano e, com certeza, o mais excêntrico. 

Falo por todos nós quando digo que ser considerado excêntrico é absolutamente um elogio”, revela o guitarrista Simon Delaney. “Isso sugere que algo soa diferente, menos óbvio e mais incomum. Sempre valorizamos fazer música direcionada aos ouvintes errantes. Definitivamente, nós também levamos esse desejo para o próximo nível”. 

O começo de “Amazing Things” se remonta ao final de 2018 quando o DON BROCO abriu para o Linkin Park em sua turnê pelos Estados Unidos. Apesar de estarem bem ocupados, a banda se propôs compor uma nova música para tocar no seu show no estádio de Wembley em Londres em fevereiro de 2019. Como os fãs agora sabem, essa música acabou por ser ‘Half Man Half God’, embora foi por muito pouco que a escolhida não foi a faixa ‘Uber’ que, agora com seus sintetizadores no estilo Giorgio Moroder – também conhecido como o “Pai da música Disco” – e sua aura melancólica que lembra o álbum “Something I Can Never Have” do Nine Inch Nails, tornou-se um dos grandes destaques de “Amazing Things”. 

Nós sabíamos que havia algo genial na música Uber, mas algo não terminava de se encaixar naquele momento, não podíamos força-lo, então decidimos deixa-la de lado”, diz Rob sobre o desenvolvimento indeciso da música e sua subsequente segunda chance. “Assim que tivemos uma pausa na turnê, voltamos a ela e fomos capazes de desbloquear a magia oculta nela. É ótimo tê-la neste álbum por esse motivo e porque, musicalmente, remete a [o álbum] Technology”. 

Foto: Divulgação


Curiosamente, foi a tecnologia (com t minúsculo) quem desempenhou um papel fundamental em “Amazing Things”, afinal a banda compôs a maior parte do álbum em longas sessões por Zoom durante o confinamento, antes de ir para o Suffolk’s Decoy Studios no final do verão europeu passado para concluir o álbum. “Você consegue levar uma música até certo ponto”, explica Rob sobre as limitações de trabalhar online. “Estar frente à tela por oito horas diárias não é saudável, então, quando chegamos ao estúdio e ficamos em uma sala juntos no meio de uma bela paisagem, parecia como uma espécie de fuga”. 

A banda ficou sob o olhar atento de Jason Perry, que também produziu o segundo álbum “Automatic” e coproduziu “Technology”. “Ele compartilha da nossa jornada”, revela Simon. “No [álbum] Automatic, nós falamos para ele que queríamos fazer um disco pop-rock polido e foi o que conseguimos. Desta vez, no entanto, dissemos a ele que queríamos algo selvagem que jogasse tudo na cara do ouvinte e trouxesse vários dos nossos elementos mais estranhos para primeiro plano”. 

A missão foi um verdadeiro sucesso e como prova temos a música ‘Manchester Super Reds No.1 Fan’. Sua estrutura violenta e imprevisível é o resultado de intermináveis ajustes de uma banda adentrando em território desconhecido. “Nós mexemos nisso por um tempo, costurando e remendando, para entregar coisas que nunca fizemos antes”. 

E apesar do baterista Matt Donnelly ser um grande torcedor do [time] Manchester United, a música na verdade não é na verdade sobre o amor pelo clube, mas sobre o lado sombrio dos fanáticos. “Eu queria escrever algo sobre um aspecto da cultura da mídia social que realmente percebi no ano passado”, explica Rob. “De pessoas derrubando outras pessoas, com muito dessa negatividade destrutiva vindo dos supostos fãs tanto de bandas quanto de times. No futebol, você tem esses super fanáticos que vão muito além das críticas construtivas para o bullying puro e cruel”. 

A faixa que abre o álbum, ‘Gumshield’, explora de forma semelhante as armadilhas da mídia social, especificamente da cultura do cancelamento tanto porque você se posiciona online quanto porque você não se posiciona. “Você pode falar algo que é desacreditado minutos depois, ou que está errado, e fazer com que as pessoas joguem ‘hate’ encima de você ou não dizer nada, o que para outras pessoas é igualmente ruim. O gumshield [que seria algo como protetor bucal] do título é sobre a ideia de tentar se proteger desses ataques”. O refrão da música mostra o Rob calmamente anunciando “Yes I’m angry and I’m disappointed” [“Sim, estou com raiva e estou desapontando” em tradução livre] antes de proferir várias ameaças de violência física que não apenas articula as frustrações sentidas por aqueles em ambos os lados de uma discussão. Musicalmente, a música fornece uma surra nos moldes de músicas como ‘Break Stuff’ do Limp Bizkit e ‘Killing In The Name’ do Rage Against The Machine. 

Com músicas que falam sobre uma empresa prestadora de serviços de transporte privado urbano através de um aplicativo (‘Uber’), sobre fãs ferozes (‘Manchester Super Reds No.1 Fan’) e estrelas de ação de Hollywood (‘Bruce Willis’), é justo dizer que “Amazing Things” não tem um tema central como o antecessor “Technology”. “É definitivamente mais raivoso do que já escrevemos antes”, admite Rob. “Essa raiva foi alimentada pela ansiedade que veio de um ano de incertezas. Não estar em turnê significava mais tempo lendo as notícias, sentindo uma sensação de desespero, sem saber nosso lugar no mundo”. 

Como um grupo de rapazes, somos pessoas positivas que estão sempre procurando uma maneira de tirar o melhor proveito de uma situação de merda”, explica Rob. “Estamos sempre nos perguntando: se acontecer algo terrível em sua vida ou no mundo, o que você pode fazer para melhorar? Mesmo as músicas em Amazing Things que não encontram uma luz no fim do túnel, pelo menos tocam em pensamentos e sentimentos que exorcizam demônios o suficiente para ter um efeito positivo”. 

É certo que esse desejo de encontrar sempre o lado positivo foi testado até seus limites às vezes, resultando num lado mais sensível de “Amazing Things”. Em ‘How Are You Done With Existing?’, Rob compartilha a frustação que sentiu quando alguns problemas de saúde deixaram seu pai mentalmente derrotado. “De uma perspectiva egoísta, eu não conseguia acreditar que, por um tempo, ele pensou que não tinha nada pelo que viver. Eu não conseguia acreditar que ele parecia pronto para deixar este mundo, sentindo que havia perdido a luta dentro de si”. 

A faixa que fecha o álbum ‘Easter Sunday’ é uma música que é mais pesada por seu significado do que por sua música, lidando em parte com o pai de Matt perdendo três irmãos no espaço de um mês nos primeiros dias da pandemia. “É uma música emocionante para lembrar daqueles dias”, reflete Matt. “Foi uma época tão assustadora e ver os danos que isso causou a minha família me fez pensar em como isso seria ruim para todos os outros”. 

Dados os horrores dos últimos meses, de tantas vidas perdidas ou irreversivelmente mudadas, o DON BROCO se considera sortudo por ainda estar aqui, com um álbum do qual eles estão imensamente orgulhosos.

 

Adquira sua cópia no seguinte link: https://bit.ly/38y6FLp

Um lançamento da parceria Sharptone Records/Shinigami Records.


Agradecimento: Shinigami Records

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