Airbourne - Fabrique Club - São Paulo - SP - 28 de agosto de 2022
Por Roberio Lima
Fotos: Roberio Lima
Os últimos dois anos foram marcados por um cenário absolutamente imprevisível e nebuloso que atingiu em cheio - principalmente o segmento de shows. Nesse período, os eventos musicais foram proibidos de acontecer. No entanto, ainda assim, tivemos notícias de “algumas” aglomerações em eventos clandestinos que não não contribuíram em nada para a contenção do novo Coronavírus. O fato é, que depois de uma espécie de pesadelo quase interminável, 2022 se tornou o ano da retomada dos grandes eventos musicais - graças ao sucesso da vacina, e principalmente depois da queda no número de mortes, finalmente as bandas e promotores reativavam as agendas de show a todo o vapor! Confesso que hesitei em retomar a rotina de coberturas, mas com a situação estabilizada e os protocolos sanitários sendo flexibilizados, ressurgiu a vontade de testemunhar ‘in loco’ a energia represada pelas bandas que ficaram longe dos palcos por tanto tempo . E vamos combinar que essa decisão não poderia ter ocorrido em momento mais propício, pois a apresentação escolhida foi a aparição do Airbourne - banda australiana que agraciou o público brasileiro com sua segunda passagem pelo país. Se isso já não fosse o bastante, esse evento se deu em decorrência das comemorações dos 28 anos de existência do Manifesto Bar - tradicional casa de eventos voltada ao público roqueiro da capital paulista.
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Foto: Roberio Lima |
O
domingo frio e com garoa não foi suficiente para impedir que um bom público
comparecesse ao Fabrique Club. E pouco depois das 18h30, o RF Force – escalado
para abrir o evento – fez uma apresentação bastante elogiada – o que já era
previsível, pois mesmo sendo uma banda nova, tem em sua formação; músicos que
já são bem conhecidos da cena paulista, e é óbvio dizer aqui que não foi
difícil conquistar a audiência com seu Heavy metal vigoroso, e descaradamente
influenciado pelos baluarte dos áureos anos oitenta. O setlist apresentou
músicas contidas no álbum homônimo de estreia – lançado no início desse ano pelo
selo Classic metal – e petardos como “Beyond Life and Death”, “The Beast and the
Hunter” e a emblemática “Old School Metal” caíram de imediato no gosto da
audiência. Ainda fizeram no meio da apresentação um medley com alguns clássicos
eternos do Heavy metal - o que só enfatizou ainda mais a devoção dos envolvidos
por esse estilo com tantos bons serviços prestados para a história da música
mundial. Se levarmos em consideração o que foi apresentado no palco do
Fabrique, podemos ter certeza que o RF Force ainda vai dar muito o que falar!
Enquanto
o palco era preparado para a atração principal, o público foi preenchendo os
espaços da casa de show já nutrindo uma grande expectativa sobre o que
testemunhariam. Muitos que ali estavam, relembravam a primeira apresentação do
Airbourne em solo brasileiro – que
ocorreu no Carioca Club em 2017, onde ficou eternizada mais uma das famosas performances
da banda. Não se passou muito tempo, e eis que Joel O’ Keeffe e Cia, invadem o
palco de forma alucinante! E a partir daí meus amigos, foi um enorme alvoroço! “Ready
to Rock” do álbum “Black Dog Barking”, abriu os trabalhos em alta voltagem, pois
a adrenalina dos músicos estava em um nível fora do “normal”. Em turnê de
divulgação do mais recente trabalho; “Boneshaker” – lançado em outubro de 2019,
o quarteto não aliviou. Com um setlist recheado de petardos – o público pôde
testemunhar todos os componentes que transformaram as apresentações dos caras
em uma experiência exclusiva. A formação da banda ainda conta com Ryan O’
Keeffe, Justin Street e Jarrad “Jazz” Morrice. Em um dos momentos mais
divertidos da performance, rolou o tradicional banho de cerveja no público, que
se deu a partir “Girls In Black” – do clássico álbum de estreia “Runnin’ Wild”.
Aliás, naquela altura do campeonato, a alta temperatura que tomou conta do
recinto, pedia um banho para refrescar – mesmo que fosse de cerveja gelada! Joel
é insano em suas performances, e os limites do palco definitivamente não são
suficientes para extravasar sua energia – e não deu outra; - em um piscar de olhos, Joel já estava em cima
do balcão lateral, onde funciona o bar da casa, para destilar toda a sua
adrenalina na plateia.
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Foto: Roberio Lima |
“It’s All for Rock ‘n’Roll” proporcionou, em minha opinião, o momento mais bacana do show, pois foi o momento de celebrar o mestre Lemmy Kilmister. Rogério de Souza, que foi roadie do Motörhead por um longo período de tempo – assumiu as baquetas, enquanto Joel preparava a famosa bebida, que consiste em uma mistura de Jack Daniels e Coca Cola. Bastou o frontman entregar um copo cheio da bebida aos que estavam em frente ao palco, para se instaurar um pequena “muvuca”, afinal, todos queriam degustar daquele líquido ‘sagrado’.
Com
o corpo já em frangalhos, me segurei em frente ao palco para acompanhar o bis ‘arrasa
quarteirão’, com as clássicas “Live It Up” e “Runnin’ Wild”.
Mesmo após o fim do espetáculo, e com a alma literalmente lavada de cerveja e uísque, um certo zumbido permaneceu em meu ouvido – muito provavelmente para me lembrar que momentos como esse, é que fazem nossa frágil existência ter algum sentido. Já não vejo a hora de escrever mais um capítulo dessa louca aventura!
Setlist *RF Force*
Fallen
Angel
Fighter
Creeps
of the World
Beyond
Life and Death
Medley
(Balls to the Wall, Heaven and Hell, The Trooper, Living After Midnight)
Flying
Dogs
The
Beast and the Hunter
Old School Metal
Setlist *Airbourne*
Ready
To Rock
Too
Much, Too Young, Too Fast
Girls
In Black
Burnout
The Nitro
Boneshaker
Back
In The Game
Breakin’
Outta Hell
Diamond
In The Rough
It’s
All for Rock ‘n’Roll
Cheap
Wine & Cheaper Women/Chewin’ The Fat
Raise The Flag
Bis:
Live
It Up
Runnin’
Wild
Um agradecimento especial à Acesso Music pelo credenciamento e Fabrique Club por toda atenção e suporte.
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