ACCEPT - Santo Rock Bar - Santo André/SP - 19 de maio de 2024
Por Alexandre Veronesi
Fotos: Paula Cavalcante - @eyeofodin.photo
Figurinha carimbada - e muito querida - aqui no Brasil, o terror teutônico ACCEPT retornou à América Latina para uma série de apresentações, dessa vez em divulgação do recém-saído do forno "Humanoid", o 17º álbum de sua discografia, lançado mundialmente no último dia 26 de Abril. A derradeira das doze datas reservadas ao nosso continente (e México) aconteceu em Santo André, município do ABC Paulista, mais especificamente no Santo Rock Bar, excelente casa de shows que vem obtendo prestígio na região durante os últimos anos, tendo recebido uma vasta gama de importantes artistas nacionais e internacionais.
Quando o relógio se aproximava das 19h, iniciou-se o ato de abertura com a banda paulistana SKALYFACE. Na estrada desde 2020, o quinteto formado por Marlon Bueno (vocal), Diogo Novello (guitarra), Fernando Anjos (guitarra), William Cavilha (baixo) e Rafael de Abreu Raimundo (bateria) executa um Heavy Metal de roupagem moderna, com influências que vão do Power ao "Groove", arriscando até um pouco de Folk, além de pitadas de outras sub vertentes do estilo. Quanto ao repertório, foi apresentado na íntegra o EP de estreia, "Dark Angel" (2022), mais as novas "Lord Of The Night" e "Time To Miss You", ainda não lançadas. Claro que não poderia faltar um tributo, e o escolhido da vez foi "The Evil That Men Do", hit do Iron Maiden, momento no qual o grupo chamou ao palco o cantor Raphael Dantas (Soulspell, Ego Absence, Gloria Perpetua), que ali permaneceu até o final da apresentação, dividindo os microfones com Marlon também em "Spear Of Destiny" e "Burn Your Mask". Uma performance bastante competente, que agradou a maior parte do público.
SETLIST:
01 - Dark Angel
02 - Sailing With Gods
03 - Lord Of The Night
04 - Time Of Miss You
05 - Screaming In Silence
06 - The Evil That Men Do [Iron Maiden]
07 - Spear Of Destiny
08 - Burn Your Mask
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Com a casa absolutamente lotada, e um calor que beirava o insuportável (devido à falha na rede elétrica da região, que impossibilitou o funcionamento do ar condicionado), o ACCEPT subiu, ovacionado, ao palco do Santo Rock. Trazendo um convidado mais que especial, o guitarrista Joel Hoekstra (Whitesnake, Trans-Siberian Orchestra, Night Ranger, Revolution Saints e outras, substituindo Philip Shouse nessa turnê), Mark Tornillo (vocal), Wolf Hoffmann (guitarra), Uwe Lulis (guitarra), Martin Motnik (baixo) e Christopher Williams (bateria) iniciaram os trabalhos com as novas "The Reckoning" e "Humanoid", mas o local veio mesmo abaixo aos primeiros toques do riff de "Restless And Wild", que foi sucedida por nada menos que "Midnight Mover" e "London Leatherboys", dois dos mais finos petardos da fase dourada da banda. Mais uma do último lançamento, "Straight Up Jack", e então rolaram "Dying Breed" e "Zombie Apocalypse", que mesmo sendo relativamente recentes - ok, a primeira já tem 10 anos de existência - caíram nas graças dos fãs. Na sequência, tivemos um dos momentos mais memoráveis da noite: o incrível medley com "Demon's Night, "Starlight", "Losers And Winners" e "Flash Rockin' Man", carinhosamente batizado pelo grupo como "Riff Orgy". Não bastasse tamanha devastação, a música seguinte foi a arrasa-quarteirão "Breaker", seguida por "Shadow Soldiers", e a medíocre "Ravages Of Time", único ponto mais baixo do set.
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Sei que existe uma (pequena) porção de detratores do atual line-up do ACCEPT, surgida principalmente após a saída do baixista e membro fundador Peter Baltes, em 2018. Concordo sim que Baltes faz falta, afinal de contas, sua pujança e timbre são simplesmente irreproduzíveis, mas sejamos justos com Motnik, que se mostrou um ótimo instrumentista, e de lá para cá vem segurando a bronca com muita personalidade. Àqueles que clamam por uma reunião com o cantor original, deixo meu breve pensamento: claro que Udo Dirkschneider é uma lenda, mas sempre disse e repito, sem nenhum receio, que a voz e imagem de Tornillo se tornaram intrínsecas ao grupo desde o retorno com o maravilhoso "Blood Of The Nations" (2010), fazendo com que a falta do baixinho não seja sentida. No mais, dissertar sobre as competências do chefão Hoffman, Lulis, Hoekstra e Williams seria como chover no molhado, tanto no individual quanto no coletivo, no musical e no performático, não há o que criticar, foram atuações irrepreensíveis e particularmente inspiradas.
Quem já teve o privilégio de testemunhar um concerto dos alemães, sabe exatamente da catarse que a reta final reserva, e "Princess Of The Dawn" iniciou essa sequência, composta por "Metal Heart", "Teutonic Terror" (um jovem clássico), "Pandemic", "Fast As A Shark", e o hino "Balls To The Wall" (este bradado a plenos pulmões por todos os presentes), sem espaço sequer para respirar. Ainda sobrou tempo para a divertidíssima "I'm A Rebel", responsável por encerrar o show em um contagiante e animado clima de festa, coisa rara de se ver em shows de Heavy Metal nos dias atuais.
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
SETLIST:
01 - The Reckoning
02 - Humanoid
03 - Restless And Wild
04 - Midnight Mover
05 - London Leatherboys
06 - Straight Up Jack
07 - Dying Breed
08 - Zombie Apocalypse
09 - Demon's Night / Starlight / Losers And Winners / Flash Rockin' Man
10 - Breaker
11 - Shadow Soldiers
12 - Ravages Of Time
13 - Princess Of The Dawn
14 - Metal Heart
15 - Teutonic Terror
16 - Pandemic
17 - Fast As A Shark
18 - Balls To The Wall
19 - I'm A Rebel
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Agradecimentos à JZ Press e Dark Dimensions pelo credenciamento e Santo Rock Bar pela atenção.
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