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24 de agosto de 2024

Hellsinki Metal Fest 2024

Foto: @nadihammouda


Por Giovanna Marques (correspondente Big Rock na Finlândia)

Fotos: @nadihammouda / @miikastormphotos / @alexandrasleazemusigraphy / @f_smeds


No segundo fim de semana de agosto, aconteceu um dos eventos mais esperados pelos fãs de metal da Finlândia e países adjacentes: o Hellsinki Metal Festival, o segundo maior festival de metal que ocorre na capital da Finlândia. O evento acontece numa localidade conhecida como "Nordis", área adjacente ao Ringue de Gelo de Helsinki, onde ocorrem os famosos jogos de hóquei na capital. Este foi o segundo ano do festival e o evento já tomou proporções grandiosas: no segundo dia de evento, os ingressos foram totalmente vendidos, estabelecendo um novo recorde: 16 mil pessoas durante o fim de semana.

O festival contou com três diferentes palcos: Palco 1 (principal e externo), Palco 2 (menor, também na área externa) e Palco 3, que fica na área interna e coberta. Como mencionei na cobertura do Tuska 2024 (clique aqui), durante um festival, temos que escolher quais bandas/acontecimentos iremos cobrir, pois muitos ocorrem ao mesmo tempo.

Logo ao entrar no festival, no hall, era possível ver áreas de exposição de vários artistas e marcas relacionadas ao público do metal: à esquerda, havia uma área destinada aos artistas tatuadores, que incluía grandes nomes da arte da tatuagem na Finlândia, como Taneli Jarva, também conhecido por seu incrível trabalho como cantor em diversas bandas (Sentenced, Impaled Nazarene, The Black League, T. Jarva & the Dark Place).

Seguindo em frente, era possível ver os estandes de diversas marcas de roupas dark, góticas e de couro, camisetas de metal, livros de ocultismo, entre outros.

Continuando em direção à entrada para a área externa, onde estavam os palcos 1 e 2, havia uma exposição de fotos de bandas de metal extremo, incluindo Sarcófago, nosso orgulho nacional.

Indo em direção ao palco 3, chegamos para assistir à banda que está em alta nos festivais da Europa: Gutalax. O show da banda tcheca de grindcore, que acaba sendo na maioria das vezes um evento de comédia, não é para todos. Com banheiros químicos infláveis sendo jogados no público, fãs usando macacões de limpeza, chapéus de emoji de cocô e "hazmat suits", o show se transforma em um evento de completo nonsense, com qualidade musical que deixa muito a desejar. A banda se autointitula "pornogrind" e conta com um vocal conhecido como "som de sapo" ou "gritos de porco", sendo as letras impossíveis de serem entendidas. O que, artisticamente falando, não se perde muita coisa, já que as letras são baseadas em diarreia, escatologia e pornografia explícita. Um show que definitivamente foi feito para rir e não levar a sério.

Foto: @miikastormphotos


Concomitantemente, a lenda californiana Terrorizer tocava no Palco 2. Fundada pelos lendários Jesse Pintado (Napalm Death, Brujeria), Oscar Garcia (Unknown Death) e Pete Sandoval (Morbid Angel), a banda de grindcore empolgou os presentes e trouxe muita gente para a área do Palco 2. David Vincent (Morbid Angel) e Pete Sandoval mostraram que o Terrorizer está mais vivo que nunca, tocaram clássicos e fecharam o setlist com "World Downfall".

Em seguida, no palco principal, a banda de metalcore Emmure fez o seu melhor, mas não empolgou o público. Era possível ver um "buraco" na frente do palco e muita gente nas áreas de comida e bebida.

Foto: @alexandrasleazemusigraphy

Foto: @alexandrasleazemusigraphy


Ao mesmo tempo, os noruegueses do Cadaver tocavam no Palco 3. Apesar de a banda de death metal ter feito um show de altíssima qualidade, com a presença de Anders Odden (Celtic Frost) e Dirk Verbeuren (Megadeth), o público não lotou a área do Palco 3.

O motivo do público reduzido no Palco 3 naquele momento era outro show que acontecia ao mesmo tempo: Triumph of Death tocava no Palco 2. O incrível projeto das lendas do metal extremo suíço Tom Gabriel Warrior e Martin Eric Ain para reviver as músicas do Hellhammer lotou a área e levou os fãs à loucura. Warrior, com sua personalidade enigmática no palco, transmitia ao público o peso do death/black/thrash metal, mas também uma doce melancolia, resultando em uma experiência sinistra, quase ritualística — uma sensação que só ao vivo é possível sentir. A banda estava em uma sintonia incrível e entregou um setlist iconico, incluindo um cover de Celtic Frost, "Visions of Mortality", e fechando, claro, com "Triumph of Death".

Foto: @alexandrasleazemusigraphy

Foto: @alexandrasleazemusigraphy


De volta ao Palco 1, outra banda de metalcore iniciava o show já com uma porrada na orelha. Os australianos do The Amity Affliction tocaram suas músicas mais conhecidas e fecharam o setlist com "Soak Me in Bleach". Um show sem muitos altos e baixos, que não empolgou muito o público.

Exatamente às 19hs, The Amity Affliction encerrava seu show no Palco 1 e iniciava-se o show dos gigantes do death metal, Deicide, no Palco 2. A banda, originária da Flórida, não deixou os fãs desapontados. Com um setlist longo (16 músicas) voltado para o início de sua carreira, a banda fez um show impecável. Glen Benton (vocal e baixo) mostrou que sua voz continua incrível, e era possível vê-lo sorrindo várias vezes durante o show. A banda fechou o show com "Homage for Satan" e deixou todo mundo querendo mais.

Foto: @f_smeds

Foto: @alexandrasleazemusigraphy

Foto: @f_smeds


Foto: @alexandrasleazemusigraphy

Foto: @alexandrasleazemusigraphy


Às 20h em ponto, iniciava-se a performance dos alemães do Heaven Shall Burn no palco principal. Talvez a melhor descrição para o show seja o famoso "não prometeu nada e entregou tudo". Com um setlist não muito longo (13 músicas) e um cover da banda sueca Edge of Sanity, a banda definitivamente empolgou todos os presentes. Os alemães mostraram como se faz um show de metal, engajando com o público em todas as músicas e chamando os presentes para formarem um grande mosh pit. E assim foi feito: formou-se uma grande roda onde era possível ver todo tipo de gente. A banda também interagiu com as outras bandas presentes no festival com piadas, comentários e discursos anti-nazistas. Definitivamente, um show para se lembrar!

Foto: @f_smeds


Em seguida, chegou a hora dos noruegueses do Satyricon mostrarem por que são lendas. No Palco 2, Satyr entrou no palco acenando a bandeira da banda e iniciou o show com "To Your Brethren in the Dark", do seu nono álbum de estúdio, Deep Calleth Upon Deep. O show foi mais que especial: além de tocar os clássicos de diferentes fases da carreira (um setlist delicioso, na minha opinião), contou com a presença de Frank Bello (Anthrax) no baixo. Era possível ver a energia de Bello contagiando os músicos, fazendo com que o público se empolgasse ainda mais que o normal. A banda fechou o setlist com a maravilhosa "K.I.N.G." e deixou todos os presentes querendo mais.

De volta ao palco principal, finalmente chegou a hora do headliner de sexta-feira: o tão aguardado Avantasia. A multidão se formou em questão de poucos minutos, e Tobias Sammet mal entrou no palco e já corria de um lado para o outro. O espetáculo contou com a presença das estrelas Geoff Tate (ex-Queensrÿche) e o baixista Dirk Schlätter (Gamma Ray). A banda entregou uma apresentação artisticamente impecável e tocou seus maiores clássicos, como "Dying for an Angel", "Lucifer", e fechou com "Sign of the Cross / The Seven Angels". O público ficou eletrizado e todos aguardavam ansiosamente mais um dia cheio de puro metal.


O Hellsinki Metal Festival 2025 acontecerá em 8 e 9 de agosto de 2025.

Foto: @f_smeds

Foto: @f_smeds


Clique no link abaixo para ver a review do segundo dia de festival, em parceria com nossos amigos do site A Ilha do Metal!

https://ilhadometal.com.br/manowar/hellsinki-metal-festival-2024-dia2/

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