Uma semana depois: ainda pensando no sábado intenso do C6 Fest

Foto: Paula Cavalcante

C6 Fest - Parque Ibirapuera - São Paulo/SP - 24 de maio de 2025

Por Mayara Abreu

Fotos: Paula Cavalcante (@eyeofodin.photo)

Já faz uma semana desde o sábado de C6 Fest no Parque Ibirapuera, mas muita coisa ainda ecoa no corpo, nos ouvidos e na memória. A segunda noite do festival foi uma jornada que passou por diferentes estados de espírito e estilos musicais, costurada por performances que surpreenderam, emocionaram e deixaram aquele gosto bom de “eu vi isso ao vivo”.

Agnes Nunes abriu a tenda METLIFE com doçura e presença. Aos 23 anos, a cantora paraibana já coleciona colaborações de peso com nomes como Chico César e Elba Ramalho, e no festival apresentou o repertório de seu segundo álbum, O Amor e Suas Variáveis. Ela ainda recebeu Xamã no palco em um momento animado e inesperado, arrancando aplausos empolgados de um público que claramente não esperava uma entrega tão intensa logo no primeiro show da tenda.

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Já o Peter Cat Recording Co. foi o tipo de surpresa que faz um festival valer a pena. A mistura hipnótica de jazz, rock alternativo e psicodelia indiana tomou conta da METLIFE com um setlist que incluiu faixas como “Flowers R. Blooming”, “Heera” e “A Beautiful Life”. Muita gente saiu do show com um novo nome na ponta da língua e vários comentaram nas redes que foi o melhor show do dia.

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Na Arena Heineken, o clima de começo de tarde encontrou trilha sonora perfeita com o Beach Weather. A banda norte-americana trouxe seu indie pop com um toque retrô e a icônica “Sex, Drugs, Etc.”, hit renascido no TikTok, colocou todo mundo pra cantar. O vocalista Nick Santino ainda usou uma camiseta do Brasil e trocou sorrisos com a plateia. Um daqueles shows que combinam com o pôr do sol e o vai-e-vem leve de quem ainda está descobrindo os cantos do festival.

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Perfume Genius fez uma entrega absolutamente única. Mike Hadreas transforma dor, vulnerabilidade e beleza em performance. Cada movimento no palco, a forma como usa o microfone, os adereços, a cadeira, tem intenção e poesia. O público da METLIFE se entregou tanto quanto ele, com palmas que pareciam não querer terminar. Emocionado, Mike agradeceu diversas vezes.

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Stephen Sanchez foi puro carisma na Arena Heineken. Aos 20 anos, ele revive os anos 50 e 60 com alma e frescor. Um show energético, romântico e muito comunicativo. Ele desceu pra cantar no meio da galera, subiu em caixas de som, pegou bandeira de fã… Um espetáculo em todos os sentidos. Quem assistiu, saiu fã ou, no mínimo, muito curioso.

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A.G. Cook levou a METLIFE pra outro planeta. Com luzes baixas, telões psicodélicos e beats futuristas, ele fez a tenda virar uma balada imersiva. Seu set totalmente autoral trouxe faixas de Britpop (2024) e 7G, e reforçou por que ele é um dos nomes mais comentados da produção pop atual. Quem queria dançar, se perder nos sons e nas projeções, encontrou ali o lugar perfeito.

Pretenders, um dos nomes mais esperados do dia, não decepcionou. Com Chrissie Hynde comandando tudo com a elegância e garra que o rock exige, a banda entregou um show cheio de hits, nostalgia e presença. Foi um daqueles momentos de união geracional: muita gente mais velha vibrando com as músicas da juventude, e uma galera mais nova descobrindo a força do som ao vivo.

Foto: Paula Cavalcante

Foto: Paula

Foto: Paula Cavalcante

A METLIFE explodiu de vez com o Gossip. Beth Ditto é simplesmente um furacão. A voz, o carisma, a presença, tudo beirou o inacreditável. Foi o show mais lotado da tenda no dia, com um público visivelmente eufórico pulando, cantando, sorrindo. Beth parecia não querer sair do palco, de tão emocionada com a resposta dos fãs brasileiros. A conexão ali foi intensa e linda.

Foto: Paula Cavalcante

E se o Gossip foi euforia, o AIR foi transcendência. Na Arena Heineken, o duo francês entregou uma experiência sensorial com Moon Safari tocado na íntegra. As projeções de estrelas e constelações ampliaram o clima cósmico do som do grupo, e o público mergulhou num mar de nostalgia, ou descobriu pela primeira vez a beleza flutuante desse clássico. Um show contemplativo e ao mesmo tempo pulsante, que tocou fundo em quem estava presente.

Foto: Paula Cavalcante

Uma semana depois, ainda parece difícil acreditar na intensidade desse sábado de festival. O C6 Fest entregou encontros, revelações e momentos para guardar na memória. E isso é tudo que um bom festival precisa ser.

Agradecimento à Canivello Comunicação pelo credenciamento e atenção.