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27 de junho de 2025

Hellfest - Dia 2 - Clisson/França

Foto: Kevin Chappuis 


Por: Kevin Chappuis

Fotos: Kevin Chappuis (@csk_lens)


Sexta-feira, 20 de junho

Acordei no apartamento, esmagado pelo calor abafado, e logo percebi que este dia seria tão quente quanto o anterior. O sol estava forte, o ar já estava seco, mas uma programação incrível me aguardava. Comecei com Future Palace, uma banda que eu havia descoberto no ano passado no Greenfield Festival, em um palco pequeno, sem deixar uma grande impressão. Desta vez, foi totalmente o contrário. Eles literalmente encantaram o público do Hellfest com um set poderoso, visceral e carregado de emoção. Maria Lessing impressionou pela sua capacidade de alternar entre canto limpo e gritos com uma maestria impressionante. Os riffs incisivos, a atmosfera post-hardcore e a intensidade do show mergulharam a plateia em uma transe elétrica. Um momento marcante para essa banda jovem em plena ascensão.

Foto: Kevin Chappuis 

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Após o show deles, aproveitei para dar uma volta pelo local. Preciso dizer: os cenários do Hellfest são incríveis. Não estamos falando aqui de simples estruturas provisórias, mas de uma verdadeira vila construída com muito gosto e atenção aos detalhes. As paredes enferrujadas, os arcos metálicos, as chamas… tudo estava coerente e maravilhosamente integrado ao universo do festival. Visualmente, é sem dúvida o festival de metal mais bonito do mundo. A atmosfera era ao mesmo tempo imersiva e acolhedora. Por toda parte, os festivaleiros procuravam desesperadamente por sombra, se refugiando sob as raras tendas ou atrás das paredes. Nestas condições, era necessário se hidratar sem parar… com água, não com cerveja, embora a tentação fosse grande.

Foto: Kevin Chappuis 


No final da tarde, quando o sol começou a perder força, o Epica subiu ao palco. A banda fez um show tão poderoso quanto majestoso. Simone Simons brilhava, e sua voz lírica equilibrava-se perfeitamente com os growls mais ásperos de Mark Jansen. As orquestrações sinfônicas se misturaram com riffs técnicos, criando uma atmosfera épica e imersiva. Eles tocaram um setlist bem equilibrado, misturando grandes clássicos e faixas recentes do seu mais recente álbum, 'Aspiral'. Fiquei feliz de ouvir "Cross the Divide" e "T.I.M.E." ao vivo. Como de costume, o Epica terminou com "Consign to Oblivion", pedindo ao público um enorme wall of death. Um final tão violento quanto prazeroso.

Foto: Kevin Chappuis 

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Foto: Kevin Chappuis 


Logo depois, o Within Temptation assumiu o palco. Para os fãs de metal sinfônico, esse dia era o sonho. Só faltou o Nightwish para ser perfeito. A banda seguiu com um setlist próximo ao de sua última turnê, Bleed Out. Os clássicos estavam lá: "Faster", "The Reckoning", "Paradise". Tarja não estava presente fisicamente, mas sua imagem apareceu nos telões, adicionando uma linda dose de nostalgia. O som estava impecável, as luzes perfeitamente calculadas, e o visual do show simplesmente deslumbrante. Foi um grande show do Within Temptation, fiel à sua reputação.

Foto: Kevin Chappuis 

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Foto: Kevin Chappuis 


Finalmente, chegou o tão esperado momento: Muse, a atração principal do dia. Eu os havia visto em Berna na sua última turnê pelos estádios, e eles trouxeram várias mudanças desde então, principalmente na cenografia e nos jogos de luzes. Apesar de alguns problemas no som, a apresentação se manteve sólida. Matthew Bellamy ainda impressiona muito na guitarra, com seu estilo nervoso e preciso. Ouvi bastante debate sobre as atrações principais deste ano. Alguns acharam que não eram "grandes o suficiente" ou "suficientemente metal". Mas não dá para ter Metallica, Guns N' Roses ou Foo Fighters todos os anos. Muse e Linkin Park fazem turnês em estádios, e já é um grande privilégio tê-los no Hellfest.


Quando o show estava chegando ao fim, me dirigi para a saída. Uma fila interminável se estendia para pegar o ônibus, por várias centenas de metros. Preferi caminhar até o estacionamento, uma boa meia hora a pé com todo o meu equipamento fotográfico nas costas. Uma vez dentro do carro, com o motor ligado, pensei que finalmente poderia ir embora. Mas não. Um engarrafamento havia se formado, e fiquei preso por quase uma hora antes de finalmente poder pegar a estrada.

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