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15 de julho de 2025

De Papo Com...Rafael Galhardo

Foto: Divulgação


"Eu, Galhardo" estreia com álbum solo que é denso, íntimo e cheio de entusiasmo


Por: Mayara Abreu

Agradecimento: Carol Comunicação


Depois de anos trilhando os bastidores da música, seja como guitarrista, backing vocal, engenheiro de som ou produtor, “Eu, Galhardo” se lança oficialmente em voo solo. Seu primeiro álbum reúne canções compostas ao longo da vida, que agora encontram o espaço e o tempo certo para ganharem forma. O resultado é um disco intenso, pessoal e construído com liberdade criativa.

O nome do projeto já entrega a proposta: esse é um trabalho voltado para dentro, mas que se abre ao outro. Um convite à escuta. “São canções que falam comigo, que falam sobre mim”, conta o artista em entrevista à Big Rock N' Roll.

Foto: Renan Yudi


Criado ouvindo rock dos anos 80, de Dire Straits a Legião Urbana, Galhardo sempre teve a música como parte da rotina. Tocou em bandas, estudou na tradicional escola Villa-Lobos, montou um estúdio, percorreu os palcos do país com outros projetos, mas seu repertório autoral seguia à espreita. “Eu tinha muito mais músicas do que a gente tocava nas bandas. E essas músicas estavam ali, esperando.

A ideia de dar vida a esse material começou antes da pandemia e foi se construindo com calma, no tempo das ideias e dos encontros. O disco teve participações de músicos e amigos que entraram no processo de forma natural e colaborativa. Sem pressa, sem imposição. “Eu queria que cada pessoa deixasse sua marca nas faixas. Não fui o ditador do estúdio. O baixo, os teclados, a bateria... muita coisa nasceu ali na hora”, relembra.

É justamente essa liberdade que dá personalidade ao disco. A estética foge dos vícios da produção tradicional e prioriza o que é mais cru, mais vivo. Um som que soa artesanal com todas as imperfeições que tornam a experiência mais real. “Eu não queria aquele baita som de guitarra ou a voz cristalina de microfone caríssimo. Queria grão, textura, outras atmosferas.

As composições transitam entre momentos de densidade emocional, como em “Inconstante”, e faixas mais luminosas, como “Seja Luz”, que propõe uma reflexão positiva sem cair na armadilha da positividade tóxica. Já em “Lá e Cá”, o artista flerta com as nuances do viver: os desejos, as pausas, os lados de dentro e de fora.

Mesmo com o álbum recém-lançado, Galhardo já pensa em novos caminhos. Um segundo trabalho solo está nos planos para o ano que vem, enquanto ele também retoma colaborações com bandas como Moptop, conciliando sua faceta de artista com a de produtor, técnico e diretor musical.

Ao ser perguntado sobre uma palavra que resuma o disco, a resposta vem sem hesitar: entusiasmo. “Mesmo com os percalços, com dias difíceis, sigo entusiasmado. O entusiasmo é meu combustível. A noite pode ser escura, mas ela sempre antecede o amanhecer.

E assim, entre melodias que abraçam, letras que atravessam e arranjos que surpreendem, Eu, Galhardo entrega um disco de estreia que não busca perfeição, mas verdade.


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