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Ney Matogrosso, Gerson Conrad, Willy Verdaguer (contrabaixista) e Emilio Carrera (pianista) Foto: Divulgação |
O tempo não tirou Ney Matogrosso da tomada. Aos 84 anos, ele segue no auge: lota estádios, atrai multidões aos cinemas e inspira novas gerações. Agora, quase cinco décadas depois, Ney se reúne com o velho parceiro Gerson Conrad para gravar uma música inédita para “Primavera nos Dentes – A História do Secos & Molhados”, série documental produzida por Marcelo Braga, dirigida e roteirizada por Miguel De Almeida, que estreia no Canal Brasil no dia 31 de outubro.
O projeto traz depoimentos exclusivos, imagens de arquivo e um mosaico afetivo de colaboradores e fãs que reconstroem a trajetória de um grupo que, em plena ditadura militar, provocou uma revolução estética e comportamental no Brasil dos anos 1970.
“A história do Secos & Molhados por si só, já possuía um recorte artístico muito atraente, mas ficou melhor ainda, 50 anos depois, reunir em estúdio parte destes grandes artistas para compor e gravar novas canções com a mesma essência e sonoridade, eu diria o mesmo DNA. Creio, ficará marcado para todos nós e para os fãs incondicionais desta banda”, diz o produtor Marcelo Braga, da Santa Rita Filmes.
A série, dividida em quatro episódios lançados semanalmente às 21h30 das sextas-feiras, revela os bastidores e as origens das marcas do grupo, como a maquiagem icônica de Ney, influenciada pela arte teatral de vanguarda brasileira. “Primavera nos Dentes” mostra o sucesso estrondoso de uma banda que chocou a TV brasileira em pleno horário nobre de domingo, levou mais de 20 mil pessoas a um show no Maracanãzinho e chegou a superar Roberto Carlos em vendas.
A série, baseada no livro homônimo de Miguel De Almeida, traz um panorama político-cultural do período, com nova abordagem: “Acredito que tenha estabelecido um enfoque diferenciado ao mostrar como o teatro brasileiro de vanguarda, do Arena ao Oficina, teve impacto na renovação da música”, conta o diretor e roteirista. “Chico, Edu Lobo, Caetano e o próprio Ney Matogrosso possuem uma raiz comum, que é o teatro inquieto daquela época. O personagem de Renato Borghi em ‘O rei da vela', dirigido por José Celso Martinez Corrêa, lançava mão de uma bela maquiagem. Chico começa no teatro, em ‘Morte e vida Severina’; Edu musicou vários trabalhos do Arena; Caetano idem. Essa relação da música com o teatro jamais foi estabelecida anteriormente”.
Miguel De Almeida lembra ainda outra novidade da série: “O depoimento do 2º produtor do grupo, Henrique Suster, lá colocado pelo pai de João Ricardo, é revelador. Atesta a questão financeira como pomo da discórdia, quando João Apolinário se recusa a equalizar os pagamentos dos integrantes do grupo”.
Impedidos de tocar os maiores clássicos do grupo — que não foram liberados por João Ricardo, o terceiro integrante da formação original — a produtora decidiu convidar Emilio Carrera (pianista) e Willy Verdaguer (contrabaixista) - músicos que fizeram parte da banda em 1973 e 1974, para voltarem aos estúdios e criarem novas canções originais inspiradas na sonoridade do “Secos & Molhados” para a Obra, em um gesto especial aos fãs. E os autores de grandes sucessos da banda, Gerson Conrad e Paulo Mendonça criaram “Ouvindo o Silêncio”, trazendo Ney e Gerson nos vocais da música que encerra a série e que ganhou um videoclipe especial. Ao longo da série, eles e outros convidados também falam abertamente sobre o relacionamento conturbado com o ex-parceiro e o rompimento que levou ao fim da banda.
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Foto: Divulgação |
Primavera nos Dentes - A História do Secos & Molhados (2025) (4 x 60') – Inédito
Horário: Sexta, 31/10, às 21h30 (semanalmente)
Alternativos: Domingos, às 19h; sábados, às 17h
Direção: Miguel De Almeida
Classificação: 14 anos
Sinopse: “Primavera nos Dentes - A História dos Secos & Molhados” revisita a trajetória de um dos grupos mais revolucionários da música brasileira. Entre imagens de arquivo, registros raros e depoimentos inéditos, a série mostra a curta e intensa jornada da banda que vendeu mais de um milhão de discos, conquistou plateias históricas e deixou uma marca cultural libertária que ressoa até hoje.
Agradecimento: Sinny Comunicação
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