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16 de setembro de 2025

HARD 'N HEAVY PARTY: Eclipse e Johnny Gioeli - Manifesto Bar - São Paulo/SP

Foto: Paula Cavalcante 

HARD 'N HEAVY PARTY: Eclipse e Johnny Gioeli - Manifesto Bar - São Paulo/SP - 30 de agosto de 2025


Por Alexandre Veronesi

Fotos gentilmente cedidas por Paula Cavalcante e Road To Metal


Na sua quarta edição desde o retorno triunfal em Maio de 2024, a HARD 'N HEAVY PARTY trouxe no último dia 30/08 duas gerações distintas do nosso tão querido Hard Rock / Glam Metal aos domínios do 'Templo do Rock' de São Paulo, o Manifesto Bar (que agora fica na rua Ramos Batista, bairro Vila Olímpia): os suecos do ECLIPSE, e o cantor estadunidense JOHNNY GIOELI - a voz do Hardline, Axel Rudi Pell e Crush 40.

Antes de falar sobre as atrações musicais, é justo tecer algumas linhas a respeito das novas instalações do Manifesto. Para além do fato de a localização ser bastante próxima ao antigo endereço da rua Iguatemi, toda aquela identidade visual marcante foi mantida, incluindo a famosa decoração com as guitarras e adereços autografados, e fotos de artistas que já visitaram a casa espalhadas pelas paredes, ou seja, a 'vibe' e a aura do lugar permanecem intocadas. Quanto ao espaço físico em si, é bastante amplo e possui uma configuração bem mais funcional do que o anterior, praticamente sem pontos cegos em relação ao palco, o que torna agora o Manifesto mais do que "somente" um bar de Rock, e sim uma bela casa de shows de médio porte.

Às 21h30, anunciado por Carlos Chiaroni - o idealizador da HARD 'N HEAVY PARTY - subiu ao palanque JOHNNY GIOELI, muito bem acompanhado pelos exímios Bruno Luiz (guitarra), Bento Mello (baixo), Gabriel Haddad (bateria) e Flavio Sallin (teclado). O enérgico frontman já chegou mandando duas pauladas do icônico álbum de estreia do Hardline, "Double Eclipse" (1992), que foram "Dr. Love" e "Takin' Me Down", escolhas mais do que acertadas a fim de incendiar o numeroso público presente.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Conforme divulgado de maneira prévia, o setlist seria composto, além de Hardline, por temas de Axel Rudi Pell e Crush 40 (que para quem não sabe, é o conjunto responsável pelas composições musicais do videogame "Sonic The Hedgehog" desde 1998). Dito isso, vieram "Long Live Rock" - a qual Gioeli dedicou à Chiaroni, e afirmou (em tom jocoso, é claro) detestar - e "Live And Learn", faixa que foi incluída no longa metragem "Sonic 3". Logo após o cantor de 57 anos demonstrar o assombroso poderio de sua voz no medley de "In This Moment" e "Take You Home", veio a celebrada dobradinha "Oceans Of Time" e "Carousel", extraída do primeiro registro do vocalista à frente da banda de Pell, na qual substituiu ninguém menos do que Jeff Scott Soto.

O quarteto de instrumentistas brasileiros formado por Luiz / Mello / Haddad / Sallin dispensa qualquer comentário adicional, pois já vem mostrando sua altíssima competência e profissionalismo há tempos, seja acompanhando artistas internacionais, seja em seus respectivos projetos e/ou bandas. Quanto à Gioeli, surpreende não apenas o supracitado vocal impecável, mas também a insana presença de palco. O homem simplesmente não para um minuto, é puro carisma, e tem o dom de cativar a audiência como poucos.

"Fever Dreams" e "Everything" trouxeram mais regozijo aos fãs de Hardline, enquanto "What I'm Made Of..." emocionou os 'crushers' - termo cunhado pelo próprio frontman - presentes. Por conseguinte, o encerramento desta magnífica apresentação de pouco mais de 60 minutos ficou à cargo do hit "Hot Cherie" (famosa pela versão de Johnny e sua trupe, cuja autoria pertence ao obscuro grupo Streetheart) e "Rhythm From A Red Car", que é, declaradamente, a canção favorita do vocalista dentre todas de sua carreira.


Setlist:

01 - Dr. Love [Hardline]

02 - Takin' Me Down [Hardline]

03 - Long Live Rock [Axel Rudi Pell]

04 - Live And Learn [Crush 40]

05 - In This Moment / Take You Home [Hardline]

06 - Oceans Of Time [Axel Rudi Pell]

07 - Carousel [Axel Rudi Pell]

08 - Fever Dreams [Hardline]

09 - Everything [Hardline]

10 - What I'm Made Of... [Crush 40]

11 - Hot Cherie [Streetheart]

12 - Rhythm From A Red Car [Hardline]

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Ao circular pela casa antes do evento principal, foi possível notar a presença de figuras ilustres da cena, como Branco Mello (Titãs), Ricardo Confessori (ex-Shaman e Angra), Nando Fernandes (Sinistra), Paulo Thomaz (Baranga, ex-Centúrias), Marco Antunes (primeiro baterista do Angra) e Vinnie Tex (Leather).

Por volta das 23h15, após uma emotiva proclamação de Chiaroni - que, justiça seja feita, é de longe o maior divulgador da banda no Brasil, além de um dos grandes entusiastas do estilo por aqui - teve início finalmente o aguardado show do ECLIPSE. Ostentando mais de 25 anos de estrada, o grupo hoje composto por Erik Mårtensson (voz e guitarra), Magnus Henriksson (guitarra), Victor Crusner (baixo) e Magnus “Adde Moon” Andreasson (bateria) entrou quebrando tudo com "Roses On Your Grave", faixa de abertura do prestigiado "Wired" (2021). "All I Want", "Run For Cover" e a bélica "Battlegrounds" foram executadas na sequência, e à essa altura, o público já estava devidamente conquistado. Então, precedida por trechos das atemporais "Hotel California" (The Eagles) e "House Of The Rising Sun" (canção folclórica tradicional americana), veio "Anthem", que como o próprio título sugere, é daquelas que convidam os fãs a cantarem junto.

Foto: Paula Cavalcante 

Foto: Paula Cavalcante 

Como tivemos a oportunidade de conferir no Summer Breeze Brasil (agora Bangers Open Air) de 2024, o ECLIPSE é aquele tipo de formação que entrega não apenas um show de Rock protocolar, mas sim uma verdadeira festa. Sob a firme liderança de Mårtensson, o quarteto demonstrou grande satisfação e alegria por ali estar, interagindo com os seus súditos a todo o tempo e evidenciando uma real e bonita sintonia entre banda e plateia, o que, convenhamos, faz toda a diferença nessas situações.

O bloco seguinte do repertório foi, provavelmente, um dos maiores ápices da apresentação, o qual contou com as infalíveis "The Downfall Of Eden" (particularmente, uma das minhas prediletas), "Runaways", "Saturday Night (Hallelujah)" e "Blood Enemies" - tendo um breve solo de guitarra de Henriksson entre as duas últimas. "Wylde One", parte integrante do disco "Are You Ready To Rock", de 2008, foi um verdadeiro presente aos 'hard rockers' paulistanos, pois não vinha sendo tocada ao vivo pelo grupo há muitos anos, e após esta, tivemos "Still My Hero", onde Erik desempenhou sozinho no palco com voz e guitarra, visto que a canção é uma homenagem ao seu recém-falecido pai.

"Falling To My Knees", "Stand On Your Feet", a celebrada "Black Rain" e "Twilight" (na qual o frontman esqueceu a letra ao início, sendo imediatamente auxiliado por Crusner, o que gerou um momento bastante cômico) foi o último agrupamento de músicas antes do 'encore'. Breve intervalo, e a banda retomou o palco do Manifesto - com o seu baixista trajando uma camiseta do Palmeiras, que evidentemente é o maior time do Brasil - ao som de "I Don't Wanna Say I'm Sorry", o principal tema de "Armageddonize", registro disponibilizado em 2015. Foi executada então a excepcional "Bleed & Scream", porém em versão reduzida e contando somente com vocal e cordas, a qual serviu de encaminhamento para o final apoteótico, que não poderia ser outro além de "Viva La Victoria", encerrando dessa forma com chave de ouro o eletrizante concerto de aproximadamente 1h30 de duração.


Setlist:

01 - Roses On Your Grave

02 - All I Want

03 - Run For Cover

04 - Battlegrounds

05 - Anthem

06 - The Downfall Of Eden

07 - Runaways

08 - Saturday Night (Hallelujah)

09 - Blood Enemies

10 - Wylde One

11 - Still My Hero

12 - Falling To My Knees

13 - Stand On Your Feet

14 - Black Rain

15 - Twilight

16 - I Don't Wanna Say I'm Sorry

17 - Bleed & Scream

18 - Viva La Victoria

Foto: Paula Cavalcante 


Foto: Paula Cavalcante 

Aos guerreiros da madrugada e inimigos do fim, o evento entregou ainda um 'after' com a banda Nite Stinger, que infelizmente dessa vez não tive condições de acompanhar.

Em suma, a HARD 'N HEAVY PARTY se consolida, cada vez mais, como um daqueles acontecimentos especiais do calendário paulistano, pelos quais permaneceremos sempre ansiosos e atentos às vindouras novidades e edições.


Agradecimentos a Rodrigo Scelza e DNA Rock Events pelo credenciamento e atenção.

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