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8 de setembro de 2025

Tuska Festival 2025 - Dia 2 - Helsinki/Finlândia

Foto: Petri Sara


O Big Rock and Roll no segundo dia do Tuska 2024: chuva, protestos e bastidores!


Por Giovanna Marques

Fotos gentilmente cedidas por Sigryd Bagon


O Big Rock and Roll, é claro, não poderia deixar de marcar presença no maior festival de metal da Finlândia: o Tuska!

(Se você não acompanhou nossa cobertura do maior festival de metal de Helsinki, clique aqui para ler a cobertura completa do Tuska 2024.)

O segundo dia do festival foi marcado por chuva, protestos e uma visita inesquecível aos bastidores.

(Para ler a resenha do primeiro dia de festival, clique aqui.)


Como sempre destaco nas resenhas de festivais, infelizmente é impossível cobrir todos os shows. Muitas apresentações ocorrem simultaneamente, e é preciso escolher quais artistas acompanhar. Além disso, os palcos ficam a uma distância considerável uns dos outros, o que muitas vezes faz com que percamos o início de uma apresentação ao tentar assistir outra por completo.

A primeira apresentação do dia ficou por conta dos finlandeses da Arion, no palco Nordic Energy Stage. A banda de metal melódico, que lançou seu quarto álbum de estúdio no início deste ano — The Light That Burns the Sky — trouxe muita energia com uma performance empolgante.

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Logo em seguida, participamos de uma incrível tour com a equipe de imprensa do Tuska. Este é o segundo ano que o Big é selecionado para a tour, e, mais uma vez, a experiência não decepcionou. A visita foi conduzida pelo CEO do Tuska, Eeka Mäkynen, e pela host de mídia Maria Uusitalo.

Tivemos acesso à área VIP e aos bastidores do festival, onde pudemos acompanhar o complexo processo de organização do evento — desde a escolha do line-up até a montagem dos palcos. Tivemos a honra de subir ao Karhu Main Stage durante a apresentação do Timo Rautiainen & Trio Niskalaukaus, enquanto nos eram explicados detalhes sobre a ordem das apresentações e a logística por trás de cada show.

Ficou claro o quanto conhecimento, esforço e pessoal são necessários para um evento desse porte. É comum não fazermos ideia da magnitude do trabalho envolvido para uma apresentação de apenas uma hora e meia. São dezenas de profissionais: gerentes de palco, técnicos de som, luz, segurança, entre outros. Estar em cima do palco e ver tudo de perto nos faz entender o tamanho e a importância do Tuska — um festival que é respeitado internacionalmente por profissionais da área.

Durante a tour, também conhecemos pessoas que trabalham nos bastidores, como coordenadores e voluntários responsáveis pela decoração das salas onde ocorrem os fóruns de discussão, além de artistas locais que expõem seus trabalhos na feira. Lá é possível encontrar estandes de tatuagem, sessões de cartomancia, e barracas de venda de bijuterias, livros e acessórios artesanais.

Encerrando a tour, seguimos para o Karhu Main Stage para assistir à lenda finlandesa Mokoma. A banda de thrash metal de Lappeenranta, com quase 30 anos de carreira e 12 álbuns de estúdio, incendiou o público com uma apresentação poderosa. Punhos erguidos, headbanging e mosh pits dominaram o ambiente. Marko Annala mais uma vez mostrou por que é um frontman tão respeitado — carisma de sobra e riffs que deixaram todos pedindo por mais.

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Na sequência, corremos para o Nordic Energy Stage para assistir à banda de Nordic Goth mais querida do Big: Cemetery Skyline. E a apresentação foi tudo aquilo e muito mais! O vocalista Mikael Stanne encantou com seu carisma e sua voz aveludada, criando uma conexão contagiante com o público. O setlist foi semelhante ao do último show em Helsinki (que também contou com a cobertura do Big — clique aqui para ler), incluindo o aguardado cover de "I Drove All Night", de Roy Orbison. Era visível como a banda está mais entrosada e confortável tocando ao vivo, e o público mais familiarizado com as músicas. Vale lembrar: Cemetery Skyline toca em São Paulo no dia 16 de setembro, no Hangar 110 — imperdível!

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Depois, seguimos para o Radio City Stage para a apresentação dos franceses do Alcest. E, minha gente, que performance foi aquela! A banda de post-black metal entregou simplesmente uma das apresentações mais tocantes e melancólicas que já presenciei. Era nítida a melancolia e os sentimentos presentes na apresentação, que se desenrolava até o ponto de experienciarmos algo como uma atmosfera ritualística, onde a música não é somente ouvida, mas profundamente sentida. A sensação que se tinha era que estávamos em um espaço e tempo diferentes dentro do festival, numa realidade paralela que se chocava com a caoticidade do Tuska. Uma verdadeira aula de como fazer música — que se compõe de maneira não tradicional, misturando black metal com elementos de post-rock e post-metal — que pode ser capturada com mais de um sentido.

De volta à realidade caótica e divertida do Tuska, a apresentação seguinte no palco principal parecia desviar a atmosfera, tornando-a menos animada. A banda que se apresentava era o Slaughter to Prevail, grupo de deathcore russo envolvido em várias polêmicas. Cancelada em diversas ocasiões, a banda encontrou um público insatisfeito com a posição política de seu vocalista e da banda, sendo possível ver várias pessoas virando as costas para a apresentação enquanto levantavam a bandeira da Ucrânia. Mais uma vez, o vocalista, conhecido como Alex "o Terrível", fez um discurso sobre como está tentando se tornar uma pessoa melhor e agir para melhorar o mundo, mas esse discurso não convenceu nem a mim nem os protestantes presentes.

Finalmente seguimos para a última apresentação do dia no Nordic Energy Stage: The Halo Effect, supergrupo de death metal melódico formado por ex-integrantes do In Flames, com Mikael Stanne nos vocais. Os caras são monstros no palco, e a energia desses gigantes do death melódico sueco é contagiante! O show foi simplesmente destruidor! Com altíssima qualidade técnica e muita energia, os suecos mostraram por que são considerados um supergrupo.Durante a turnê de 2025, o guitarrista e fundador Jesper Strömblad decidiu não participar para focar na sua saúde, e por isso Patrik Jensen, mais conhecido pelo seu trabalho com o The Haunted, esteve presente nas apresentações, incluindo a do Tuska. Patrik se mostrou em casa com seus colegas de palco e possuía uma energia elétrica e contagiante, no mesmo nível da banda. Com certeza, a melhor performance de todo o Tuska, na minha humilde opinião.

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Para encerrar a noite, a banda alemã de power metal Powerwolf subiu ao palco principal com sua performance teatral, repleta de fogo, fumaça e maquiagem. Apesar do espetáculo visual, ficou evidente que eles não eram a escolha favorita da maioria. Durante as primeiras músicas, já era possível ver um grande número de pessoas deixando o festival.

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

Foto: Sigryd Bagon

O segundo dia do Tuska foi um verdadeiro mix de sentimentos e contrastes — da emoção profunda à fúria dos protestos — mas sem jamais perder a grandiosidade que torna esse festival um dos maiores e mais respeitados do mundo.

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