Este feriado de 7 de setembro chegou pesado a São Paulo. Pelo menos
em relação à música. A primeira edição do Maximus Festival reuniu, no
Autódromo de Interlagos, 15 bandas de rock e metal em três palcos
diferentes durante toda a tarde desta quarta-feira. Entre as principais
atrações, Marilyn Manson, Rammstein, Disturbed, Bullet For My Valentine
e Halestorm, além das brasileiras Project 46 e Far From Alaska.
Em sua estreia, o festival trouxe o esperado para um evento desta
proporção: line-up diversificado e preços altos de bebidas e comidas. A
infraestrutura, menor do que a do Lollapalooza, também realizado em
Interlagos, aproximou os três palcos, o que facilitou o deslocamento do
público. A primeira atração do dia foi a Ego Kill Talent, que abriu a programação
de shows. A banda é formada por Jonathan Corrêa, líder da Reação em
Cadeia, com os músicos Jean Dolabella (ex-Sepultura), Theo Van Der Loo e
Raphael Miranda (ambos ex-Sayowa) e Estevam Romera (Desalmado). Banda de Natal (RN), o Far From Alaska movimentou o público do Maximus
Festival mesmo com apenas meia hora de show. O palco Thunder Dome, o
menor do evento e que juntou as bandas nacionais da edição, foi dominado
pela poderosa vocalista Emmily Barreto, mas fazendo jus à banda toda, o
grupo mostrou mais uma vez porque é um dos grandes nomes da nova
geração do rock brasileiro. Formada em 2012, a banda dedicou maior
atenção ao elogiado álbum de estreia, "Mode Human", lançado em 2014 e
que foi considerado um dos melhores daquele ano pela mídia
especializada. Mesmo com alguns problemas técnicos no fim do show, o
público apoiou a banda. O público que não acompanhava o HellYeah esteve no palco Thunder Dome
para ver o show do Project46. A banda é um dos maiores nomes do metal
nacional e foi acompanhada pelos fãs que curtiram um set curto, mas
invocado. O sol tinha acabado de dar as caras quando Lzzy Hale e seu Halestorm
começaram o show. A excelente cantora distribuiu charme e técnica ao
passar pela discografia da banda. Ora raivosa, ora chamando o público
como se estivesse em um culto religioso, como na música "Amen", Lzzy não
poupou a voz para elogiar o Brasil, e em cada intervalo entre as
músicas alcançava notas cada vez mais altas, quase em um desfile sonoro. Ícone do metalcore, o Bullet For My Valentine tocou no palco Rockatansky
do Maximus Festival. O último álbum deles, "Venon", lançado em 2015
teve destaque, mas a banda também tocou sucessos do início da carreira,
que completa quase 20 anos. Com um palco simples, com as letras B F M V
em tiras, a banda mostrou peso principalmente com o bumbo duplo do
baterista Michael Thomas. O frontman Matthew Tuck, que faz o tipo galã
do metal, trocou algumas palavras com os fãs. A noite chega e com ela o Disturbed sobe ao palco Maximus para fazer sua
apresentação no festival. O vocalista David Draiman logo chama o
público com a faixa "Ten Thousand Fists", que coloca a platéia em
êxtase, jogando o pulso para cima em resposta. No alto da estrutura do
palco, labaredas eram impulsionadas contrastando com a luz vermelha que
invadia o palco. O último álbum do grupo, "Immortalized", ganhou
destaque, principalmente na bela e pesada versão do clássico "Sound of
Silence", de Siomon & Garfunkel, com direito a violino e um mar de
celulares acesos. Uma sequência de covers também pintou no repertório,
caso de "Still Haven't Found What I'm Looking For", do U2, "Baba O'
Riley", do The Who, e "Killing In The Name" , do Rage Against
the Machine. Voltando às músicas da banda, "The Light " foi regida por
David, que pediu no refrão para que o público iluminasse o autódromo de
Interlagos. Depois de quase uma década sem pisar em solo brasileiro, Marilyn
Manson foi o último artista a subir no palco Rockatansky. Com um colete
discreto por cima de uma camisa sem mangas e a tradicional maquiagem
preta nos olhos, o cantor saudou o público. "É tão bom estar de volta,
vocês são lindos", disse. Marilyn trocou de roupa e vestiu um blazer
dourado antes de tocar um trecho de "Moonage Daydream", de David Bowie,
em um tributo ao cantor que morreu em janeiro deste ano. Outra parte do
show que chamou a atenção, foi quando um retrato de Marilyn apareceu em
uma nota de dólar americano, com o valor 666. "Sweet Dreams (Are Made of This)", maior hit do cantor, também não ficou de fora. Com um palco móvel, cheio de surpresas, o Rammstein fechou o evento com o
melhor show do dia. Antes do início do show, a banda alemã pediu que o
público não se preocupasse em tirar fotos e curtisse o show. O vocalista
Till Lindemann surgiu então todo de branco e com uma cartola que logo
viraria uma explosão ensaiada. Referência do metal industrial, a banda
não vinha para o Brasil desde 2010, por isso a ansiedade dos fãs. Ora
com roupa de couro, ora com um grande capuz marrom, Till também atraiu
as atenções por todo o trabalho teatral com o qual comanda o grupo.
Fonte: UOL
Fotos: Flávio Florido / Raphael Castello (UOL / AgNews)
Nenhum comentário:
Postar um comentário