Best of Blues and Rock - Parque Ibirapuera - São Paulo/SP - 15 de junho de 2025
Por: Mayara Abreu
Fotos: Paula Cavalcante (@eyeofodin.photo)
O domingo começou com céu fechado, temperatura baixa e aquele ventinho gelado que costuma afastar muita gente de eventos ao ar livre. Mas não era um domingo qualquer, era o último dia do Best of Blues and Rock 2025, e isso por si só já justificava o público presente no Parque Ibirapuera com olhar brilhando de expectativa, capas de chuva na mochila e o coração pronto para vibrar.
A tarde foi aberta pela Hurricanes, banda brasileira que chega com tudo no visual e no som. Quem estava ali por acaso, esperando os nomes gringos da noite, foi surpreendido por uma presença de palco afiada, cheia de energia e um figurino que parecia ter saído diretamente do set de Daisy Jones and The Six. Camurça, franjas, estampa vintage e muita personalidade — tudo isso aliado a um rock bem executado e cheio de identidade. A banda não se intimidou com o tamanho do palco ou do festival e soube mostrar por que merece atenção. Foi uma abertura com cara de aposta certeira, daquelas que fazem a gente pensar “quero ouvir mais disso depois”.
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Foto: Paula Cavalcante |
Logo depois, o palco foi tomado pela Judith Hill, e aí... não teve mais volta. Quem ainda estava distraído, andando ou pegando algo para comer, parou. A artista, que carrega no currículo colaborações com Prince, Michael Jackson e um Grammy na estante, entregou um show poderoso. A voz de Judith é daquelas que não só impressiona — ela comove, arrasta, arrepia. Do soul ao rock, passando por pitadas de funk e gospel, ela mostrou versatilidade, entrega e uma musicalidade que é difícil de colocar em palavras. O público, que no começo parecia curioso, terminou aplaudindo de pé. Um daqueles nomes que mereciam facilmente estar no topo do cartaz, e que deixam um gostinho de “por que eu não conhecia isso antes?” nos ouvidos de quem assistiu.
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Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Mas o clímax da noite — e talvez de todo o festival — veio com os gigantes do Deep Purple. E a gente percebeu isso antes mesmo da banda pisar no palco. O número de pessoas aumentou consideravelmente, e muitos vestiam camisetas antigas, com logos gastos e orgulho estampado no peito. Era nítido: a maioria estava ali por eles.
Foto: Paula Cavalcante |
O show começou e, em questão de segundos, o parque virou um mar de aplausos, vozes cantando juntas e celulares ao alto. A formação atual pode até ter mudado ao longo das décadas, mas o espírito continua o mesmo: riffs marcantes, solos inspirados e uma paixão que atravessa gerações. Hits como “Highway Star”, “Perfect Strangers” e claro, “Smoke on the Water” incendiaram a plateia — um verdadeiro hino que, ao vivo, ganha ainda mais força. O público respondeu com entusiasmo do início ao fim, em uma conexão intensa entre palco e plateia. E se alguém ainda tinha dúvidas sobre a relevância da banda em pleno 2025, elas foram destruídas em cada acorde.
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Foto: Paula Cavalcante |
Mesmo com o clima nublado e a garoa que ameaçou cair algumas vezes, o festival fechou com chave de ouro. O último dia do Best of Blues and Rock teve alma, teve entrega e deixou aquela sensação boa de que, quando a música é feita com verdade, não há previsão do tempo que atrapalhe. O frio ficou em segundo plano. O que aqueceu mesmo foram os corações — embalados por guitarras, vozes potentes e a certeza de que o rock e o blues continuam mais vivos do que nunca.
* Infelizmente não tivemos a oportunidade de fotografar o show do Deep Purple. Por isso, teremos apenas as fotos da coletiva de imprensa com a banda.
Agradecimento à Dançar Marketing e Marra Comunicação pelo credenciamento e atenção.
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