No último
dia da São Paulo Trip o circo dos horrores foi montado no palco do Allianz Parque. Com
uma pontualidade britânica, Alice Cooper entrou no palco às 18:30hs , para um
público pequeno, se comparado ao tamanho da história e influência dessa lenda.
Mesmo
sendo uma das grandes influências de Axl Rose e do Guns, o público não pareceu
disposto a chegar cedo para ver o espetáculo de horror criado por Alice.
Perderam um dos melhores shows do festival.
Em pouco
mais de uma hora foram destilados sucessos dos 50 anos de carreira Alice, como
“Poison” e “I’m Eighteen”, que levantaram o público.
O show
foi marcado por espetáculos de pirotecnia, sangue, bailarinas e enfermeiras,
além das encenações de transformação de Alice em monstro e a decapitação dele,
após cometer assassinato em sua boneca e ser preso por policiais. Realmente o
teatro criado no palco é algo impressionante, dado o pouco tempo para troca de
roupas e cenários e a riqueza de detalhes.
A banda
de Alice é de se tirar o chapéu. Músicos fantásticos, que tomam conta de todos
os cantos do palco. Principalmente a guitarrista Nina Strauss, que roubou a
cena com seus solos e performance, digna dos melhores guitarristas dos anos 80.
Com uma
música mais pesada que a outra, Alice encerrou seu espetáculo com o clássico
“School’s Out”, que contou com uma participação especial de Andreas Kisser, do
Sepultura, levando o público à loucura.
Com
certeza o veterano vocalista mostrou que está em forma e fez uma apresentação
sensacional, digna do fechamento de um festival deste porte.
O show
mais esperado da São Paulo Trip estava chegando. Um público ansioso lotou o estádio
para aguardar a apresentação, prevista para começar às 20:30hs. Era a banda
mais perigosa do mundo voltando a São Paulo, o Guns n’ Roses.
Após
apresentação polêmica no Rock In Rio, onde o vocalista Axl Rose foi bastante
criticado pelas falhas em sua voz, os fãs aguardavam para ver a performance e
acreditavam que Axl cantaria melhor. Foi exatamente o que aconteceu. Talvez
tenha sido até melhor que o esperado.
Com
apenas 20 minutos de atraso (pouquíssimo se lembrarmos dos atrasos que tinham),
O Guns entrou no palco com “It’s So Easy”, levando o público ao delírio. Ali
começava uma apresentação histórica.
Em
seguida mandaram “Mr. Brownstone”, “Chinese Democracy”, e “Welcome To The
Jungle”, para um público que estava de boca aberta, pois parecia não acreditar no
que estava acontecendo. Era completamente mágico.
Axl Rose
mostrou que estava pronto para calar os críticos e cantou de forma firme,
muitas vezes demonstrando uma raiva típica dos melhores tempos em sua voz. Um
ou outro deslize nas notas, mas nada que prejudicasse a apresentação.
Slash
quicava, girava e corria por todo o palco, chegando próximo da plateia e
destilando seus solos pelo ar. Duff está simplesmente em sua melhor forma e
desfilava pelo palco. Richard Fortus mostrou que é um grande guitarrista e em
alguns momentos dividiu solos com Slash. Além do baterista Frank Ferrer, a
banda ainda contou com Dizzy Reed, que comanda os teclados desde os anos 90, e
Melissa Reese, que também comanda teclados e sintetizadores. A banda foi
impecável, mostrando que está muito entrosada e cada vez com mais força.
Como era
esperado, o show durou mais de três horas e passou por todas as épocas e discos
dos americanos.
Além de
suas canções, o Guns incluiu alguns covers no repertório, como “The Seeker”
(The Who) e “Black Hole Sun”, em uma homenagem ao vocalista Chris Cornell, que
morreu tragicamente há alguns meses.
A
sintonia entre o público e a banda era algo completamente insano. A interação
de Axl Rose com suas danças e acenos fazia com que a plateia se sentisse íntima
do frontman. Slash fazia seus solos e olhava para todos, indo de uma ponta a
outra do palco. Duff caminhava e ria para os fãs, mostrando-se uma figura
extremante simpática e carismática.
Diversas
músicas foram cantadas do começo ao fim, acompanhando Axl em uma só voz: “November Rain”, “Patience”, “Dont Cry” e “Sweet Child of
Mine” são os maiores exemplos.
O show
foi encerrado com “Paradise City”, uma canção incrível e perfeita para concluir
não apenas o show, mas o festival São Paulo Trip em grande estilo.
Com
certeza o Guns fez uma apresentação memorável, que emocionou e deixou seus fãs
mais que satisfeitos.
Setlist - Alice Cooper
1- Brutal Planet
2- No More Mr. Nice Guy
3- Under My Wheels
4- Billion Dollar Babies
5- Paranoiac Personality
6- Woman of Mass Distraction
7- Guitar Solo (Nita Strauss)
8- Poison
9- Halo of Flies
10- Drum Solo (Glen Sobel)
11- Feed My Frankenstein
12- Cold Ethyl
13- Only Women Bleed
14- I Love the Dead
15- I’m Eighteen
Encore:
16- School’s Out (Another Brick in the Wall Part
2)
Setlist - Guns N' Roses
1- It’s So Easy
2- Mr. Brownstone
3- Chinese Democracy
4- Welcome To The Jungle
5- Double Talkin’ Jive
6- Better
7- Estranged
8- Live and Let Die
9- Rocket Queen
10- You Could Be Mine
11- New Rose (Damned cover)
12- This I Love
13- Civil War
14- Yesterdays
15- Coma
16- Slash Guitar Solo
17- Speak Softly Love (The Godfather – Solo
Slash)
18- Sweet Child O’ Mine
19- Wichita Lineman
20- Used To Love Her
21- My Michelle
22- Wish You Were Here (Pink Floyd) (Solo Slash e
Richard Fortus)
23- November Rain
24- Black Hole Sun (Soundgarden)
25- Knockin’ On Heaven’s Door
26- I Got You (I Feel Good) (James Brown)
27- Nightrain
Encore:
28- Don’t Cry
29- Patience
30- The Seeker (The Who cover)
31- Paradise
City
Por: Felipe Linguaum
Revisão: Marcela Monteiro
Agradecimento pelo credenciamento: Simone Catto e Denise Catto - Catto Comunicação
Fotos: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Nenhum comentário:
Postar um comentário